sexta-feira, 22 de julho de 2011

Salve Helena!


Ainda sobre o assunto Harry Potter, é preciso destacar o acerto constante dos produtores em sempre escalar os atores certos para cada um dos muitos personagens. Uma escalação furada seria desastrosa, já que, salvo algumas exceções, os atores do elenco participam de vários filmes.

E para quem ainda tem dúvidas de que Helena Bonham Carter é uma das maiores atrizes do mundo, fica de prova a cena de Harry Potter e as Relíquias da Morte 2 na qual a atriz tem que interpretar Hermione no corpo dela. Na trama, Hermione toma a poção polissuco e fica com a aparência da insana e maligna Bellatrix Lestrange, dando a Helena a oportunidade de simular o que seria a menina tentando se fazer passar por sua personagem.

Prestem atenção, é simplesmente genial!

sábado, 16 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2


É o fim de uma era. Ninguém em sã consciência poderia analisar a oitava parte desta franquia única na história da sétima arte como apenas um filme em separado. Sete livros, adaptados em oito filmes, ao longo de uma década. Um elenco que cresceu e amadureceu diante das câmeras e em conjunto com seu público-alvo, tornando-se icônico para toda uma geração que sofreu as dores da adolescência juntamente com Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson – intérpretes de Harry, Rony e Hermione. Se partiu da escritora J.K. Rowling a brilhante ideia de criar personagens que crescem em tempo real, foram essas três crianças que traduziram esse conceito em realidade.

Deixando a parte afetiva de lado, tampouco é possível encontrar outro exemplo de uma série cinematográfica que tenha conseguido manter um padrão de excelência tão alto ao longo de tantos filmes. Qualidade realçada ainda mais desde que o britânico David Yates, diretor televisivo pouco conhecido à época, assumiu o quinto filme e deu à franquia o impulso que faltava, tendo sido mantido na função até este último e espetacular desfecho para a batalha entre o Bem e o Mal – representados por Harry e Voldemort, respectivamente.


Desde o terceiro longa, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, a saga tem começado a ganhar contornos mais sombrios, preparando-nos para o inevitável confronto final. Personagens queridos foram eliminados, laços foram rompidos, novas alianças foram criadas, verdades fundamentais foram mantidas ocultas. E, felizmente, a fidelidade aos livros foi sempre respeitada. Criticada a princípio por sua intransigência, a supervisão de Rowling sobre os filmes mostrou-se sempre acertada, evitando qualquer desvirtuamento fatal ao longo do caminho.

A decisão de dividir o último livro em dois, tendo sido norteada por fatores mercadológicos ou não, se mostrou extremamente positiva no final das contas. Tal decisão permitiu que Yates pudesse criar um filme onde o desenvolvimento dos personagens e seus sentimentos é tão ou mais importante do que as muitas – e bem-realizadas – sequências de batalhas. Há que parabenizar sua coragem de entremear os espetaculares efeitos visuais com cenas contemplativas e silêncios significativos.

Nesta segunda parte, Voldemort finalmente está de posse da varinha poderosa que buscava há tempos, Harry e seus amigos continuam sendo caçados pelas forças do Mal, Hogwarts encontra-se sob o controle dos comensais da morte e ainda faltam várias horcruxes para serem encontradas e destruídas antes que o vilão esteja vulnerável. Mas a resistência está pronta para agir, e Harry tem aliados secretos que nunca ousaria imaginar. O problema é que, não importando quem tenha a seu lado, a batalha final deve ser necessariamente travada somente entre ele e Voldemort. Já dizia a profecia, um não pode viver enquanto o outro viver.   


A fotografia espetacular do português Eduardo Serra e a trilha sonora perfeita de Alexandre Desplat são dois fatores que ajudam bastante a ambientar o espectador no universo do filme e na atmosfera reinante neste ponto da trama. Já a tecnologia 3D, embora discutível em termos de necessidade, é utilizada com discrição e, portanto, não chega a atrapalhar a imersão na trama. Mas realmente não precisava.

No mais, Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2 é certamente o capítulo final que todos esperavam ver na tela para a odisseia do menino bruxo. Não consigo imaginar soluções melhores do que as encontradas pelo longa, chegando mesmo a achar que ele é, em muitos pontos, mais bem-resolvido do que o livro do qual foi adaptado. Principalmente na meia hora final, que é justamente quando ganham a tela alguns aspectos da história que não são exatamente uma unanimidade dentre os leitores da saga. Yates parece ter tornado tais pontos polêmicos mais, digamos, palatáveis.

Ao final da projeção a sensação é a de que foi um belo desfecho para uma era. Adeus, Harry. Vamos sentir saudades.