Chega aos cinemas, em circuito bastante reduzido, um filme que era bastante aguardado por quem acompanha premiações internacionais e que já havia sido exibido no Festival do Rio do ano passado. Heli concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2013 e saiu do evento com o prêmio de melhor direção, além de ter causado o maior burburinho devido às suas cenas de violência.
O personagem-título é um jovem mexicano que, recém-saído da adolescência, já tem a vida pautada pela desesperança: mulher e filho pequeno para sustentar, um emprego estafante em uma montadora que parece ser o único foco de trabalho no vilarejo poeirento onde mora com a família e uma total falta de perspectiva futura. Além do mais, a esposa parece arrependida de ter deixado a casa paterna e direciona a ele seu ressentimento. Para piorar, sua irmã Estela, de 12 anos, se envolve com um rapaz mais velho que mete todos em problemas ao tentar roubar os chefões do local.
O personagem-título é um jovem mexicano que, recém-saído da adolescência, já tem a vida pautada pela desesperança: mulher e filho pequeno para sustentar, um emprego estafante em uma montadora que parece ser o único foco de trabalho no vilarejo poeirento onde mora com a família e uma total falta de perspectiva futura. Além do mais, a esposa parece arrependida de ter deixado a casa paterna e direciona a ele seu ressentimento. Para piorar, sua irmã Estela, de 12 anos, se envolve com um rapaz mais velho que mete todos em problemas ao tentar roubar os chefões do local.
É um pouco difícil analisar este filme, já que ele oscila entre várias sequências significativas e outros momentos totalmente fora de rumo. Com um início muito arrastado, Heli aos poucos cresce na tela e diz a que veio, porém deixa muito a desejar em termos de roteiro, coesão e ritmo. O que é uma pena, porque o jovem cineasta Amat Escalante é brilhante em muitos trechos – quase como se ele houvesse dirigido algumas cenas de forma independente e alguém mais tivesse montado o filme depois. O fato de Escalante ser também o roteirista indica que, numa próxima produção, seria boa ideia deixar essa parte a cargo de outra pessoa.
De qualquer modo, mesmo cheio de imperfeições, Heli é um filme que merece ser conferido. Atenção para a sequência na qual os rapazes são torturados diante dos meninos que encaram a sessão de crueldade como quem assiste a um filme – ou joga algum videogame. Também é bastante curiosa a abordagem do filme sobre os limites da pedofilia, embora esse não seja o ponto central da trama. Sobre a violência mostrada na tela, algumas cenas são de fato chocantes, porém não são tantas quanto os comentários vindos de Cannes faziam supor. Desaconselhável somente para cinéfilos demasiadamente sensíveis.
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