A italiana Valeria Bruni Tedeschi tem uma longa carreira como atriz, construída basicamente no cinema francês. Como diretora, este é seu terceiro longa-metragem e, a exemplo do anterior (Atrizes, 2006), Valeria dirige a si mesma interpretando uma atriz italiana radicada em Paris. Metalinguagem pouca é bobagem.
Neste Um Castelo na Itália Valeria é Louise Rossi Levi, atriz que abandonou a carreira e se sente dividida entre assuntos familiares e a paixão por um jovem ator. Pertencente a uma aristocracia falida e com seu único irmão à beira da morte, Louise tem que encarar em conjunto com ele e com a mãe decisões difíceis como se desfazer dos bens familiares para saldar dívidas. No âmbito amoroso, são contraditórios os sentimentos entre seu desesperado desejo de maternidade e a reticência do namorado Nathan em assumir o papel que ela exige dele.
Todos os personagens do longa são bastante exuberantes e muito exagerados em suas reações, abordagem que certamente é intencional da parte de Valeria. Ainda assim, o tom do filme é sempre tão teatral e superlativo que por vezes o espectador poderá ter a sensação de que isso ocorre não por opção dramatúrgica e sim pelo fato da diretora, roteirista e protagonista não se sentir totalmente à vontade com esse filme que, segundo ela mesma, teria inspirações autobiográficas. Ninguém está dizendo que é fácil mexer nas raízes familiares, mas, uma vez tomada tal decisão, mascará-la através da alegoria não soa como a mais corajosa das alternativas.
O filme tem no elenco seu ponto forte, com destaque para a presença sempre forte e expressiva de Filippo Timi. Já Valeria tem a seu lado algo que pode ser uma vantagem ou desvantagem, dependendo de como se encara a questão: a mãe de Louise é interpretada por Marisa Borini, sua mãe na vida real. Vale lembrar que Marisa também é mãe da cantora e ex-primeira-dama da França Carla Bruni – que não quis nem saber de se meter nessa produção familiar. Um charme a mais são as participações afetivas de Silvio Orlando e Omar Shariff.
Um Castelo na Itália foi exibido em competição no Festival de Cannes 2013. Ressalvas feitas, certamente é um filme simpático e que merece ser conferido.
Observação: A estreia do filme no Rio de Janeiro acaba de ser convertida em pré-estreia (a partir de sexta, com duas sessões diárias). Confiram a programação do circuito para saber mais.
Observação: A estreia do filme no Rio de Janeiro acaba de ser convertida em pré-estreia (a partir de sexta, com duas sessões diárias). Confiram a programação do circuito para saber mais.
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