domingo, 4 de outubro de 2009

O Dia da Transa


Ben tem uma vida tranquila ao lado da esposa até o dia em que Andrew, seu melhor amigo dos tempos de faculdade, aparece em sua casa. Andrew tornou-se um artista e viajante e os dois não se viam há anos. Em nome dos velhos tempos, os dois acabam indo parar numa festa muito louca. No meio da viagem alucinógena coletiva, surge o assunto de um festival de filmes pornográficos e os dois amigos se desafiam mutuamente a produzirem um pornô transando um com o outro, o que seria supostamente audacioso pelo fato de ambos serem heterossexuais. Passado o porre, ambos se arrependem da bisonha ideia. Só que nenhum dos dois quer voltar atrás primeiro: Andrew porque nunca leva adiante suas ideias, e Ben porque odeia que as pessoas o rotulem de careta só porque é casado.

O famoso filme-pegadinha, que se anuncia como uma comédia sexual anárquica e está muito mais para discussão-cabeça sobre relacionamentos. O que não chegaria a ser um problema, caso o roteiro fosse bem desenvolvido. Mas o que vemos aqui é um excelente argumento que vai se perdendo cada vez mais conforme a projeção avança. Para começo de conversa, é muito absurdo que esses dois caras heterossexuais levem tal proposta adiante depois de estarem sóbrios. Tamanha teimosia só teria algum sentido caso eles fossem secretamente apaixonados um pelo outro e usassem o combinado como desculpa para saírem do armário. Mas, como não é o caso, a trama já perde logo a credibilidade.

Ainda assim, mesmo afundando-se em falta de verossimilhança, a história poderia resultar em uma boa comédia absurda. Mas a trama caminha para um anticlímax embaraçoso que deixa bem claro que a diretora e roteirista Lynn Shelton não tinha a mínima ideia de como terminar seu filme, que começou tão bem. O que salva o longa do desastre total é a simpatia dos atores Mark Duplass e Joshua Leonard e uma série de sequências avulsas realmente engraçadas, com destaque para a cena em que Andrew toma um porre com a esposa de Ben na cozinha e fala sobre o filme por achar que ela já estava ciente. A reação dela – que fica sóbria no mesmo instante – é simplesmente hilária.

Uma curiosidade: Lynn Shelton também interpreta a personagem Monica, responsável por uma das cenas mais divertidas, quando ela e a namorada tentam levar Andrew para a cama, desde que ele aceite um “brinquedinho” no jogo a três.

Nota: 5,0

(Humpday, de Lynn Shelton. EUA, 2009. 95min. Mostra Expectativa)

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