quarta-feira, 7 de outubro de 2009

The Messenger


O herói de guerra Will é mandado para casa após ferir-se no Iraque. Como ainda faltam três meses para sua baixa, ele passa a ser encarregado de notificar a morte de soldados a seus familiares. Quem lhe instrui sobre as regras da função é Tony, um parceiro mais experiente de quem logo fica amigo. Mas, apesar das advertências, Will quebra o código de conduta e se aproxima perigosamente de uma das viúvas que notificou. Vencedor do Urso de Prata de melhor roteiro no Festival de Berlim deste ano.

The Messenger oferece uma visão pouco explorada a respeito das guerras, que é a rotina diária dos homens que são encarregados de dar a pior notícia que alguém pode receber a respeito de um familiar. Como diz Tony a Will, a chegada deles nunca será bem-vinda. Isso é bem exemplificado nas cenas que mostram o primeiro contato de Will com o novo cargo e seu ar estupefato. Logo na primeira visita, ele depara-se com uma namorada grávida e uma mãe histérica; na segunda, com um pai inconformado que chega a tentar agredi-lo fisicamente. E o bravo soldado percebe que há trabalhos mais complicados do que estar no front.

Pena que o filme decaia bastante depois que Will conhece Olívia. O interesse do soldado pela viúva de guerra estranhamente conformada é instantâneo demais e a partir daí a trama caminha em direção ao óbvio. E caminha depressa, sem um mínimo de sutileza, como se o diretor Oren Moverman quisesse se livrar depressa de um fardo pesado. E o pior é que, uma vez estabelecido o conflito, este é deixado de lado até o desfecho. Moverman, que foi um dos roteiristas de Não Estou Lá, tem sua estreia na direção com este filme.

É inexplicável que The Messenger tenha sido premiado justamente por seu roteiro, que parece ser a origem de todas as suas deficiências. O resultado final é um filme que começa bem, se desenvolve mal e termina de forma burocrática e previsível. Não é de todo ruim, mas fica muito aquém do que poderia ser.

Nota: 5,0

(The Messenger, de Oren Moverman. EUA, 2009. 105 minutos. Panorama do Cinema Mundial)

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