sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pânico 4


Hello, Sidney. Ghostface está de volta. Com ele, uma das séries de terror mais bem-sucedidas e referenciais dos anos 90, Pânico. A franquia – cujo primeiro filme data de 1996 e o terceiro, de 2000 – revitalizou o estilo ao introduzir como nenhuma outra antes a metalinguagem em sua trama. Os assassinos e suas vítimas são sempre aficionados por filmes de terror e, portanto, aptos a discutirem o que pode e deve ser feito para sobreviver a uma produção do gênero. O fato do assassino por trás da máscara mudar a cada episódio também diz algo sobre o ponto de vista da série: adolescentes podem ser sádicos e até mesmo se transformarem em assassinos em série sem precisarem de um motivo tão forte assim para justificar tamanha violência.

Com o mote “nova década, novas regras”, a história traz a mocinha Sidney Prescott de volta a Woodsboro. Sidney agora é autora de um livro de auto-ajuda e retorna à cidade natal, dez anos depois, não apenas para promover o lançamento, mas também com o intuito de confrontar seus fantasmas do passado. O Xerife Dewey e a repórter Gale Weathers agora estão casados – curiosamente, seus intérpretes começaram a namorar durante o longa de 1996 e se separaram recentemente – e o livro escrito por Gale sobre os crimes mostrados no primeiro Pânico gerou nada menos que sete filmes infames, a franquia Stab.

Sucesso entre os adolescentes locais, os filmes dentro do filme tornaram Sidney alvo de uma indesejada fama: a de ser uma espécie de anjo da morte, ao redor de quem todos morrem. E não é só: o retorno de Sidney a Woodsboro também desencadeia o surgimento de um novo esfaqueador mascarado, o que a coloca, juntamente com sua prima Jill e sua tia Kate, na mira do assassino.


Pânico 4 aposta mais ainda que seus predecessores na mistura de sustos com comédia, dando o tom que seguirá ao longo de quase duas horas já na divertida sequência de abertura. O tempo todo, o roteiro pega no pé dos filmes dentro do filme, ou seja, a série Stab. Ou seria melhor dizer Pânico 3? E não é só: os remakes e as sequências também são devidamente achincalhados (seria uma alfinetada de Craven na refilmagem sem sal de seu sucesso A Hora do Pesadelo?). Mais do que nunca a linha divisória entre este filme em particular e suas referências internas e externas é difusa, tornando tudo sempre mais divertido para quem curte a franquia ou, no mínimo, é um apreciador dos filmes de terror de um modo geral.

Talvez o segredo do sucesso tenha sido reunir mais uma vez o diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson (mesmo tendo deixado o projeto, ele ainda é creditado como o principal roteirista), imbatíveis em tirar sarro de personagens, subverter cenas e até mesmo repetir detalhes dos filmes anteriores dentro de outros contextos. Outro ponto bastante interessante é a análise feita dos fenômenos da nova década, como a explosão das mídias sociais, a necessidade dos jovens de estarem conectados o tempo todo e o culto às celebridades instantâneas.


Se o primeiro longa tornou célebre a fala “filmes não criam psicopatas, apenas os tornam mais criativos”, este quarto capítulo tem pelo menos uma fala inesquecível: Don’t fuck with the original. Mas para descobrir quando, por quem e por que a frase é dita... Bom, aí vocês terão que assistir ao filme.

Um comentário:

  1. Erika, passei a gostar de cinema a partir do instante que tive acesso a várias fitas de terror. E como sou novinho, "Pânico" foi um título indispensável dentro da minha geração. Talvez por isto eu tenha aguardado tanto para a realização de "Pânico 4" e, por tabela, ter apreciado tanto este quarto filme. É a obra-prima de Wes Craven, junto com "O Novo Pesadelo - O Retorno de Freddy Krueger".

    Não sei se a intenção de criar uma nova trilogia dará certo, mas o resultado desse novo episódio é demais!

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