segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Melhores de 2013


O Artes & Subversão encerra as atividades de 2013 com a lista dos 10 filmes mais bacanas (nossa opinião, ninguém é obrigado a concordar) que passaram pelas telonas brasileiras neste ano tão rico para a sétima arte. Apesar de ter sido feita uma lista com os destaques do primeiro semestre, o segundo foi tão mais intenso que a solução foi "zerar" tudo e partir para uma nova classificação. Sem mais ressalvas, ei-los:

1 - A Grande Beleza (La Grande Bellezza, Itália)
2 - Antes da Meia-Noite (Before Midnight, EUA)
3 - Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d'Adele, Chapitre 1 & 2, França)
4 - Gravidade (Gravity, EUA)
5 - Blue Jasmine (idem, EUA)
6 - Salvo (idem, Itália)
7 - Um Estranho no Lago (L'Inconnu du Lac, França)
8 - César Deve Morrer (Cesare Deve Morire, Itália)
9 - A Caça (Jagten, Dinamarca)
10 - Invocação do Mal (The Conjuring, EUA)

Voltamos com novidades no início de janeiro. Até lá!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Filme brasileiro fora do Oscar; nove seguem na disputa

A Grande Beleza: filme italiano desponta cada vez mais como favorito

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou há pouco a famosa “pré-lista” com os nove filmes que ainda estão na disputa por uma das cinco vagas para o Oscar 2014 de melhor filme em língua estrangeira. Como já era de se esperar em um ano com tantos concorrentes de peso, o candidato brasileiro (O Som ao Redor) ficou de fora. Seguem na disputa A Grande Beleza (Itália), Alabama Monroe (Bélgica), A Caça (Dinamarca), A Imagem Que Falta (Camboja), Two Lives (Alemanha), Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro Velho (Bósnia), O Grande Mestre (Hong Kong), The Notebook (Hungria) e Omar (Palestina). Outra ausência muito sentida foi a do iraniano O Passado, o que talvez se explique pelo fato do país ter levado esse prêmio há apenas dois anos com um filme do mesmo cineasta (A Separação). Os cinco finalistas serão conhecidos junto com os demais indicados no dia 16 de janeiro de 2014.

Um Estranho no Lago


Este é, com certeza, um dos filmes mais surpreendentes do ano. No bom sentido. O diretor Alain Guiraudie ambienta a trama toda nas proximidades de um lago frequentado predominantemente por homens que buscam sexo casual – o que se convencionou classificar “lugar de pegação”. Franck se interessa por Michel, mas ele está acompanhado. Na intenção de revê-lo, Franck passa a frequentar o lago diariamente e acaba fazendo amizade com o solitário Henri, que, curiosamente, procura somente amizade. Até que finalmente Michel se diz desimpedido e Franck tem a oportunidade de ficar com ele, mas começa a desconfiar de que o homem por quem está se apaixonando pode ser alguém muito perigoso.

O incrível neste filme é como Guiraudie (que também assina o roteiro) cria uma teia complexa de relacionamentos, situações e personagens tendo não somente um cenário único, mas também situando toda a história em uma ambientação de encontros casuais. Cada personagem é delineado de modo muito claro e completo, envolvendo o espectador numa atmosfera de suspense e expectativa como poucos filmes conseguem fazer. É um filme que ultrapassa qualquer rótulo reducionista de “filme gay” para se firmar como um retrato perturbador do que Freud classificou como pulsão de morte. E o mais legal é que isso é feito com muito bom humor, mesclando a tensão que pontua a trama central com algumas situações hilárias – destaque absoluto para o voyeur sem noção. Ao final da projeção fica a dúvida se havia algum resquício de moralismo nas entrelinhas, mas a conclusão não importa. Afinal, bons filmes sempre geram algum tipo de debate.


Por fim, é preciso fazer um aviso aos mais conservadores: o longa é repleto de cenas pra lá de explícitas, com direito a muito sexo e até closes de partes de íntimas. Selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2013, Um Estranho no Lago venceu um prêmio de melhor direção que havia acabado de ser criado para a mostra. Também foi eleito o melhor filme do ano pela conceituada publicação francesa Cahiers du Cinema. Portanto, o espectador que não se deixar paralisar pela abordagem crua e direta do filme só tem a ganhar.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A Grande Beleza


Depois de realizar um longa em inglês (Aqui É o Meu Lugar, estrelado por Sean Penn), o cineasta italiano Paolo Sorrentino retorna à terra natal em grande estilo com esse filme que vem sendo considerado um olhar atualizado sobre aquela geração italiana que se esbaldou na “doce vida” retratada por Federico Fellini. A comparação até procede, mas A Grande Beleza tem identidade própria e seus incontáveis méritos não estão em absoluto atrelados ao filme de Fellini.

O filme é centrado na perspectiva do protagonista Jep Gambardella sobre a vida noturna de Roma, que se confunde com sua própria trajetória pessoal. Jornalista, escritor de um único romance e boêmio em tempo integral, Jep acaba de completar 65 anos e se encontra em um momento de reflexão sobre as escolhas feitas e as oportunidades perdidas ao longo de sua vida. Em torno dele, gravita toda uma fauna de celebridades instantâneas, pseudo-intelectuais, novos-ricos, nobres decadentes, religiosos pop stars, artistas, prostitutas, políticos corruptos, enfim, um caldeirão esfuziante de personagens envoltos em uma aura mística que transita entre o sonho e o pesadelo em uma cidade que apaixona e consome quem nela habita.


A Grande Beleza, assim como a Roma mostrada na tela, inebria todos os sentidos: sem que o espectador se dê conta, logo estará irremediavelmente cativo e refém da poesia das tomadas deslumbrantes, dos diálogos cínicos e inteligentes, da atmosfera de sedução e, sobretudo, da interpretação magnética de Toni Servillo – simplesmente o melhor ator italiano em atividade. A visão sarcástica e, ao mesmo tempo, cheia de afeto de Sorrentino se reflete na dicotomia entre cenas da mais doce poesia (como a tomada onde a nobre falida escuta uma gravação sobre si mesma em um museu) e momentos de pura acidez, nos quais o diretor não poupa ninguém e ironiza o jogo de aparências de toda uma sociedade. Poucos filmes retratam uma cidade de modo tão extremo como este: a Roma de Sorrentino é tão assustadoramente bela que pode ser terrível, perigosa, mortífera – como o canto da sereia. Conforme bem define a emblemática sequência inicial, beleza em excesso pode ser fatal.

O filme foi exibido em competição no Festival de Cannes deste ano e acabou saindo de lá sem a Palma de Ouro (que ficou com o francês Azul é a Cor Mais Quente), mas vem ganhando cada vez mais admiradores desde então. Depois disso, foi o grande vencedor do European Film Awards e já é considerado favorito para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Vale dizer que A Grande Beleza é merecedor de todo e qualquer reconhecimento, por se tratar de um daqueles raros casos de filme que transcende o entretenimento para alcançar o status de obra de arte. Desde já, um clássico!

Eu e Você


Resolve-se nesta sexta uma das grandes novelas do circuito nacional: a chegada aos cinemas do mais recente longa de Bernardo Bertolucci, Eu e Você. O filme, que originalmente estava programado para estrear em abril, vinha sendo deixado de lado desde então, a ponto de ter sido incluído no Festival do Rio. Agora parece que sobrou espaço para ele no circuito. Alguns detalhes extratela fazem deste filme um momento particular na carreira do cineasta italiano. Primeiro, por ser o primeiro filme que ele dirigiu depois dos sucessivos problemas de saúde que terminaram por colocá-lo em uma cadeira de rodas; segundo, porque Bertolucci, que sempre demonstrou vocação em ser um cineasta do mundo e uma especial predileção pela França, volta a filmar no próprio país, a partir do famoso romance homônimo de seu conterrâneo Niccolò Ammaniti.

Eu e Você (Io e Te, no original) é centrado em Lorenzo, um adolescente retraído que precisa sempre justificar para os pais o fato de preferir estar sozinho e não ser como os outros garotos de sua idade. No intuito de agradar à mãe, Lorenzo concorda em participar de uma excursão da escola, mas depois tem uma ideia melhor: a de munir-se de refrigerante, videogame e quadrinhos, dentre outros mimos, e esconder-se durante toda a duração do passeio no porão de seu próprio prédio, desse modo dando vazão à sua própria concepção de férias ideais.


Considerando a expectativa, Eu e Você acaba decepcionando, em especial àqueles que leram o comovente livro de Ammaniti, autor que é muito contundente quando se volta para temas tão próprios do universo juvenil como a incomunicabilidade e as dores do crescimento (é também ele o autor do excelente Eu Não Tenho Medo, levado às telas em 2003). Pois bem. O livro é repleto de luta interior, sentimento de inadequação e impotência. Só que aquela radiografia precisa de um menino assombrado por suas dúvidas e incertezas e que povoa de modo tão vívido a história original parece muito diluída e até mesmo pobre de significado nas telas. Especialmente discutível foi a ideia de suavizar o desfecho original, decisão ainda mais inexplicável pelo detalhe do próprio Niccolò Ammaniti ter sido um dos quatro roteiristas. Ou não, pode ser que a pouca personalidade do roteiro derive justamente do fato dele ter passado por oito mãos.

Noves fora, as deficiências sentidas não fazem de Eu e Você um produto ruim. É mais uma sensação de potencial desperdiçado, de algo que poderia ser marcante e acabou resultando apenas “bonitinho”. Mas, no todo, é um filme ao qual se assiste com prazer, especialmente se considerarmos outras produções recentes destinadas ao público jovem.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O Hobbit: A Desolação de Smaug


Com a chegada de dezembro, nos preparamos para assistir a mais um filme de Peter Jackson. Foi assim entre 2001 e 2003 e voltamos a adquirir este hábito no ano passado. Os três filmes de O Hobbit – ciclo que será encerrado somente em dezembro do ano que vem – narram os acontecimentos que antecedem a trama de O Senhor dos Anéis e têm como protagonista Bilbo Baggins, o tio de Frodo. No longa anterior, vimos como Gandalf convence o pacato Bilbo a partir em uma aventura e integrar a comitiva de Thorin Escudo de Carvalho, rei dos anões que pretende recuperar seu reino sob a montanha. Algumas gerações antes, eles haviam sido expulsos do reino depois que sua riqueza e excessiva ostentação atraíram a cobiça do dragão Smaug. Neste segundo segmento, retomamos a busca pela pedra sagrada em poder de Smaug que possibilitaria que Thorin voltasse a reinar. Para tanto, eles contam com as habilidades do pequeno e furtivo Bilbo.

O maior entrave para a fluência não apenas deste filme, mas de toda a trilogia, se resume a isso: Peter Jackson pegou mania de fazer filmes com três horas de duração até quando não há necessidade nenhuma disso. Enquanto os três episódios de O Senhor dos Anéis eram uma sensata adaptação de uma saga literária que se estendia ao longo de mais de mil páginas, a trilogia da qual este filme é o segmento central tem como ponto de partida um único livro – é bem verdade que ultimamente também as editoras andam fazendo edições de luxo e desmembrando o livrinho, mas na origem ele era bem fino. Mas voltemos a Peter Jackson, que resolveu transformar esta introdução à saga dos anéis em outra franquia milionária. Resultado: além de cenas esticadas além do necessário, há sequências inteiras que estão ali somente para engordar a metragem do filme. Ainda que Jackson realize tudo isso com competência e esmero visual, é difícil não perceber que a trama não possui recheio para tanto.


Porém sejamos justos: para um filme com tão pouco a narrar, O Hobbit é bem sucedido em impor um ritmo bacana à sua longa projeção. O espectador não terá nenhuma dificuldade em passar duas horas e quarenta minutos entretido pelo visual estonteante (que se torna ainda mais caprichado pelo bom uso do 3D) e pela adrenalina que permeia as cenas de batalha. Também o elenco segura a onda do filme e a atenção do espectador. O grande acerto sem dúvida foi a escalação do britânico Martin Freeman para o papel de Bilbo, ator versátil e que vinha sendo muito elogiado como o Watson da minissérie da BBC Sherlock. Também Richard Armitage faz bonito como Thorin, o rei dos anões, enquanto ter Sir Ian McKellen como Gandalf é um luxo que dispensa explicações. Os demais atores do elenco cumprem bem seus papéis ou, pelo menos, não atrapalham.

Resumindo, não deixa de ser curioso perceber que a grande deficiência do filme vem de algo que, na verdade, não vemos na tela: a falta de bom senso de Peter Jackson na fase de concepção do projeto. Em todo caso, considerando-o como entretenimento ou espetáculo visual, o filme vale o ingresso.


Saem indicações ao Globo de Ouro 2014

Está uma beleza a lista de indicados ao Globo de Ouro! Na liderança das categorias cinematográficas, 12 Anos de Escravidão, Gravidade e American Hustle. Já o segmento televisivo segue dominado por Breaking Bad e Downton Abbey. No mais, as poucas surpresas foram positivas, como a lembrança das atrizes Greta Gerwig e Julie Delpy. Está certo que ter Frances Ha e Antes da Meia-Noite inscritos como comédia é forçar a barra, mas pelo menos elas conseguiram suas indicações – o que dificilmente ocorreria se as atrizes estivessem na “briga de cachorro grande” da categoria drama. O mesmo se pode dizer de Daniel Brühl, protagonista rebaixado a coadjuvante para cavar uma (merecida) indicação. No mais, é sempre bom ver que o excelente Nebraska vem ganhando força nas premiações e que a categoria filme em língua estrangeira está primando pela excelência do cinema internacional.

A cerimônia, que acontecerá no dia 12 de janeiro, será apresentada pelas comediantes Tina Fey e Amy Poehler. Já o prêmio Cecil B. de Mille (que homenageia a carreira e contribuição ao cinema) desta vez vai para Woody Allen – resta saber se ele comparecerá para recebê-lo.

Confiram os indicados:

Cinema

O favorito Chiwetel Ejiofor em cena de 12 Anos de Escravidão

Filme – Drama
12 Anos de Escravidão
Capitão Phillips
Gravidade
Philomena
Rush: No Limite da Emoção

Filme – Musical ou Comédia
American Hustle
Ela
Inside Llewyn Davis
Nebraska
O Lobo de Wall Street

Ator – Drama
Chiwetel Ejiofor, por  12 Anos de Escravidão
Idris Elba, por Mandela: Long Walk To Freedom
Tom Hanks, por Capitão Phillips
Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club
Robert Redford, por All Is Lost

Ator – Musical ou Comédia
Christian Bale, por American Hustle
Bruce Dern, por Nebraska
Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Oscar Isaac, por Inside Llewyn Davis
Joaquin Phoenix, por Ela

Atriz – Drama
Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Sandra Bullock, por Gravidade
Judi Dench, por Philomena
Emma Thompson, por Saving Mr. Banks
Kate Winslet, por Labor Day

As indicadas Cate Blanchett e Sally Hawkins em cena de Blue Jasmine: Cate leva o prêmio; Sally dificilmente

Atriz – Musical ou Comédia
Amy Adams, por American Hustle
Julie Delpy, por Antes da Meia-Noite
Greta Gerwig, por Frances Ha
Julia Louis-Dreyfus, por À Procura do Amor
Meryl Streep, por Álbum de Família

Ator Coadjuvante
Barkhad Abdi, por Capitão Phillips
Daniel Brühl, por Rush: No Limite da Emoção
Bradley Cooper, por American Hustle
Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
Jared Leto, por Dallas Buyers Club

Atriz Coadjuvante
Sally Hawkins, por Blue Jasmine
Jennifer Lawrence, por American Hustle
Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão
Julia Roberts, por Álbum de Família
June Squibb, por Nebraska

Direção
Alfonso Cuarón, por Gravidade
Paul Greengrass, por Capitão Phillips
Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Alexander Payne, por Nebraska
David O. Russell, por American Hustle

Roteiro
Spike Jonze, por Ela
Bob Nelson, por Nebraska
Jeff Pope and Steve Coogan, por Philomena
John Ridley, por 12 Anos de Escravidão
Eric Warren Singer and David O. Russell, por American Hustle

Trilha Sonora
All Is Lost
Mandela: Long Walk to Freedom
Gravidade
The Book Thief
12 Anos de Escravidão

Canção Original
Atlas, Coldplay (por Jogos Vorazes: Em Chamas)
Let It Go, Idina Menzel (por Frozen)
Ordinary Love, U2 (por Mandela: Long Walk to Freedom)
Please Mr. Kennedy, Oscar Isaac, Justin Timberlake and Adam Driver (por Inside Llewyn Davis)
Sweet Than Fiction, Taylor Swift (por One Chance)


Toni Servillo em cena de A Grande Beleza: a concorrência é forte, mas o longa italiano deve vencer

Filme em Língua Estrangeira
Azul é a Cor Mais Quente (França)
A Grande Beleza (Itália)
A Caça (Dinamarca)
O Passado (Irã)
Vidas ao Vento (Japão)

Melhor Animação
Os Croods
Meu Malvado Favorito 2
Frozen

TV

Bryan Cranston e Breaking Bad: favoritos

Série – Drama
Breaking Bad
Downton Abbey
The Good Wife
House of Cards
Masters of Sex

Série – Comédia
The Big Bang Theory
Brooklyn 99
Girls
Modern Family
Parks and Recreation

Ator em Série – Drama
Bryan Cranston, por Breaking Bad
Liev Schreiber, por Ray Donovan
Michael Sheen, por Masters of Sex
Kevin Spacey, por House of Cards
James Spader, por The Black List

Atriz em Série – Drama
Julianna Margulies, por The Good Wife
Tatiana Maslany, por Orphan Black
Taylor Schilling, por Orange is the New Black
Kerry Washington, por Scandal
Robin Wright, por House of Cards

Ator em Série – Comédia
Jason Bateman, por Arrested Development
Don Cheadle, por House of Lies
Michael J. Fox, por The Michael J. Fox Show
Jim Parsons, por The Big Bang Theory
Andy Samberg, por Brooklyn 99

Atriz em Série – Comédia
Zooey Deschanel, por New Girl
Lena Dunham, por Girls
Edie Falco, por Nurse Jackie
Julia Louis-Dreyfus, por Veep
Amy Poehler, por Parks and Recreation

Minissérie ou Telefilme
American Horror Story: Coven
Behind the Candelabra
Dancing on the Edge
Top of the Lake
White Queen

Ator em Minissérie ou Telefilme
Matt Damon, por Behind the Candelabra
Michael Douglas, por Behind the Candelabra
Chiwetel Ejiofor, por Dancing on the Edge
Idris Elba, por Luther
Al Pacino, por Phil Spector

Atriz em Minissérie ou Telefilme
Helena Bonham Carter, por Burton and Taylor
Rebecca Ferguson, por The White Queen
Jessica Lange, por American Horror Story: Coven
Helen Mirren, por Phil Spector
Elisabeth Moss, por Top of the Lake

Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme
Josh Charles, por The Good Wife
Rob Lowe, por Behind the Candelabra
Aaron Paul, por Breaking Bad
Corey Stoll, por House of Cards
Jon Voight, por Ray Donovan

Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme
Jacqueline Bisset, por Dancing on the Edge
Janet McTeer, por White Queen
Hayden Panettiere, por Nashville
Monica Potter, por Parenthood
Sofia Vergara, por Modern Family

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Filha de Ninguém


Um filme bastante divertido e curioso, com seus personagens exaltados e levemente surreais. A estudante Haewon não está em seu melhor momento: sua mãe está de mudança para o Canadá e seus colegas descobrem que ela tem um caso com um professor mais velho e casado justamente quando ela cogitava terminar o romance. A trama acompanha os encontros e desencontros entre Haewon, seus colegas, seu amante e alguns eventuais pretendentes.

O que torna o filme peculiar é justamente o fato de ser coreano. Como se trata de um país ainda bastante pautado por tradições milenares, é muito engraçado ver essa história com personagens que se acham recatados, mas são, na maior parte do tempo, terrivelmente grosseiros ou indiscretos. Resta saber se esse humor anárquico é voluntário e se as situações que beiram o inverossímil foram de fato pensadas dessa maneira ou se a intenção original do diretor Hong Sang-soo era fazer um filme mais sério. 

De qualquer modo, considerando que a maior parte dos longas coreanos que chegam ao nosso circuito costumam girar em torno de temas violentos, é refrescante poder conferir um filme que foca em relacionamentos afetivos e conquista por sua fofura descompromissada.

A Filha de Ninguém foi exibido em competição no último Festival de Berlim e também no Festival do Rio deste ano, chegando aos nossos cinemas com rapidez invejável para um filme considerado como pertencente ao "circuitinho de arte". Vale uma conferida. 

Indicados ao SAG Awards 2014

Michael Fassbender, Lupita Nyong'o e Chiwetel Ejiofor: todos indicados por 12 Anos de Escravidão

Mais uma importante etapa na corrida para a temporada de premiações 2013/2014 foi revelada hoje: os indicados ao SAG (ou Screen Actors Guild), a premiação do sindicato americano dos atores. Embora os indicados estejam quase todos dentro da lógica, dois detalhes chamam a atenção: o fato de Daniel Brühl, a força principal de Rush, estar concorrendo como coadjuvante e a atenção excessiva dada a um filme tão fraco como O Mordomo da Casa Branca. Porém o campeão de indicações foi mesmo 12 Anos de Escravidão, produção que vem alcançando certa unanimidade desde o Festival de Toronto deste ano. Dentre os seriados, Breaking Bad segue como uma das mais queridas e elogiadas. Confiram abaixo os sortudos que disputam a estatueta a ser entregue na cerimônia do próximo 18 de janeiro:

Cinema

Ator
Bruce Dern, por Nebraska 
Chiwetel Ejiofor, por
12 Anos de Escravidão
Tom Hanks, por Capitão Phillips 
Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club 
Forest Whitaker, por
O Mordomo da Casa Branca

Atriz
Cate Blanchett, por Blue Jasmine 
Sandra Bullock, por Gravidade 
Judi Dench, por Philomena 
Meryl Streep, por Álbum de Família 
Emma Thompson, por Saving Mr. Banks 

Ator Coadjuvante
Barkhad Abdi, por Capitão Phillips 
Daniel Brühl, por Rush:No Limite da Emoção
Michael Fassbender, por
12 Anos de Escravidão
James Gandolfini, por À Procura do Amor 
Jared Leto, por Dallas Buyers Club

Atriz Coadjuvante
Jennifer Lawrence, por American Hustle 
Lupita Nyong'o, por
12 Anos de Escravidão
Julia Roberts, por Álbum de Família
June Squibb, por Nebraska 
Oprah Winfreypor
O Mordomo da Casa Branca

Elenco 
12 Anos de Escravidão
American Hustle 
Álbum de Família 
Dallas Buyers Club 
O Mordomo da Casa Branca

TV 

Ator em telefilme ou minissérie
Matt Damon, por Behind the Candelabra 
Michael Douglas, por Behind the Candelabra 
Jeremy Irons, por The Hollow Crown 
Rob Lowe, por Killing Kennedy 
Al Pacino, por Phil Spector

Atriz em telefilme ou minissérie
Angela Bassett, por Betty & Coretta 
Helena Bonham Carter, por Burton and Taylor 
Holly Hunter, por Top of the Lake 
Helen Mirren, por Phil Spector 
Elisabeth Moss, por Top of the Lake

Ator em série – drama
Steve Buscemi, por Boardwalk Empire 
Bryan Cranston, por Breaking Bad 
Jeff Daniels, por The Newsroom 
Peter Dinklage, por Game of Thrones 
Kevin Spacey, por House of Cards

Atriz em série – drama

Claire Danes, por Homeland 
Anna Gunn, por Breaking Bad 
Jessica Lange, por American Horror Story: Coven 
Maggie Smith, por Downton Abbey 

Kerry Washington, por Scandal

Ator em série – comédia
Alec Baldwin, por 30 Rock 
Jason Bateman, por Arrested Development 
Ty Burrell, por Modern Family 
Don Cheadle, por House of Lies 
Jim Parsons, por The Big Bang Theory

Atriz em série – comédia 
Mayim Bialik, por The Big Bang Theory 
Julie Bowen, por Modern Family 
Edie Falco, por Nurse Jackie 

Tina Fey, por 30 Rock 
Julia Louis-Dreyfus , por Veep

Elenco em série – drama  
Boardwalk Empire 
Breaking Bad 
Downton Abbey 
Game of Thrones 
Homeland

Elenco em série – comédia  
30 Rock 
Arrested Development 
The Big Bang Theory 
Modern Family 
Veep

sábado, 7 de dezembro de 2013

Itália triunfa no European Film Awards

Toni Servillo: melhor ator por A Grande Beleza

O European Film Awards 2013, cujos premiados foram anunciados esta noite em Berlim, teve como grande vencedor A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino, aumentando ainda mais as chances do longa italiano de ser um dos cinco indicados ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira. O filme, que foi exibido no último Festival do Rio e deve chegar aos cinemas no próximo dia 20, desta vez conseguiu levar a melhor sobre a produção para a qual perdeu a Palma de Ouro em maio deste ano, Azul é a Cor Mais Quente. Vale lembrar que foi a partir deste mesmo prêmio que Amor, de Michael Haneke, fez sua vitoriosa carreira no ano passado. A Grande Beleza venceu ainda como melhor montagem, direção e ator (o genial Toni Servillo). Confiram abaixo os premiados:

Filme – A Grande Beleza
Direção – P
aolo Sorrentino, por A Grande Beleza
Roteiro – François Ozon, por Dentro da Casa
Ator – Toni Servillo, por A Grande Beleza
Atriz – Veerle Baetens, por The Broken Circle Breakdown
Animação – The Congress, de Ari Folman
Documentary – The Act of Killing, de Joshua Oppenheimer
Comédia – Love Is All You Need, de Susanne Bier
Prêmio Discovery FIPRESCI – Oh Boy!, de Jan Ole Gerster
Curta – Death of a Shadow, de Tom Van Avermaet
Trilha Sonora – Ennio Morricone, por La Migliore Offerta
Fotografia – Asaf Sudry, por Fill the Void
Montagem – Cristiano Travaglioli, por A Grande Beleza
Direção de Arte – Sarah Greenwood, por Anna Karenina
Figurino – Paco Delgado, por Blancanieves
Som – Matz Müller and Erik Mischijew, por Paradise: Faith
Prêmio especial pela contribuição ao cinema  Pedro Almodóvar

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Carrie, a Estranha


Carrie é a personagem-título do primeiro romance escrito por Stephen King, publicado em 1974, eternizada de vez nas telas dois anos depois pelo filme homônimo de Brian De Palma – que aqui no Brasil ganhou o subtítulo “a estranha”. A trama é bem conhecida: Carrie White é uma adolescente com poderes telecinéticos criada sob a redoma de fanatismo religioso de uma mãe que enxerga pecado em tudo. Como toda pessoa “diferente”, Carrie sofre humilhações e é ridicularizada na escola. Uma das cenas mais emblemáticas do filme anterior e que é reproduzida neste mostra a traumática primeira menstruação, quando as colegas jogam absorventes nela. Até que um dia tudo parece mudar, mas sua tentativa derradeira de buscar a normalidade atrai ainda mais ódio e, ao ser forçada até o limite, Carrie explode em uma vingança desenfreada.

O cinema americano costuma abusar dos remakes, que, na maioria das vezes, são exatamente iguais aos originais – em alguns casos, quadro a quadro. No caso de filmes falados em outra língua que não o inglês isso ocorre pela preguiça congênita do americano médio em ler legendas; já os filmes um pouco mais antigos parecem sofrer a rejeição que o público jovem costuma ter por qualquer coisa rodada com um pouco menos de tecnologia. Entre o primeiro Carrie e este foram feitos, ainda, uma duvidosa sequência em 1999 e um telefilme da trama original em 2002. Portanto, o que esperar desta quarta variação sobre a mesma história?


A princípio, até dá para nutrir algumas esperanças quanto ao filme. Mesmo não apresentando nenhuma abordagem nova no que diz respeito à história, o longa vai se desenvolvendo com dignidade. Chloë Grace Moretz é uma menina talentosa e, verdade seja dita, tem mais carisma do que sua antecessora Sissy Spacek. No papel da mãe alucinada, a nova versão traz uma das grandes divas do cinema atual, Julianne Moore – não deixa de ser curioso que nesta sexta estreiem dois filmes com ela, este e Como Não Perder Essa Mulher. Além do mais, Julianne mescla a loucura de sua personagem com uma afetuosidade inesperada. Os simpáticos Gabriella Wilde e Ansel Egort são Sue Snell e Tommy Ross, o casal popular que resolve ajudar a garota enjeitada e acaba, sem querer, precipitando toda a tragédia.

O problema é que o filme pouco a pouco começa a implodir. A diretora Kimberly Peirce (do visceral Meninos Não Choram) começa a perder o tom e as estribeiras a partir do momento em que Carrie vai para o baile, rumo a seu destino. De repente, a menina paranormal se transforma em uma vingadora onipotente com poderes infinitos. Tudo isso em nome da pirotecnia, do exagero, da falta de bom senso que vai progressivamente dominando o filme, como se toda produção do gênero necessariamente precisasse sacrificar o desenvolvimento de sua história em nome de um show de fogos de artifício. O conceito do mundo da moda “menos é mais” se encaixa perfeitamente para descrever tudo o que saiu dos trilhos neste filme.


Esta nova versão de Carrie, embora não chegue a ser uma heresia completa – como foi, por exemplo, o remake de Psicose cometido por Gus Van Sant –, é um filme que simplesmente não precisava ter sido feito.