quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Daniel Radcliffe em filme de terror


Para aqueles que gostam de um terror à moda antiga e também para os que estão curiosos em saber o que Daniel Radcliffe vai fazer da vida agora que a franquia Harry Potter está finalizada, aí vai o estiloso trailer de The Woman in Black. O filme estreia nos States em fevereiro de 2012. Por aqui, ainda não temos uma data – mas como se trata do novo filme de Daniel, acho que podemos ficar tranquilos quanto à sua chegada às telonas.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A&S na mídia impressa

Confiram a matéria que saiu sobre o Artes & Subversão na edição de ontem do jornal Meia Hora:


domingo, 27 de novembro de 2011

Tapas & Beijos


A melhor produção da Rede Globo em termos de seriado nos últimos anos é Tapas & Beijos. Enquanto séries mais tradicionais como A Grande Família dão sinais de cansaço (há várias temporadas, diga-se de passagem) e outras novidades cômicas como Macho Man não demonstram ter o mesmo alcance, as peripécias das amigas Fatima e Suely e o universo brega-chique em torno de uma loja de noivas em Copacabana continuam rendendo boas risadas a cada semana. O seriado lembra, e muito, as duas primeiras temporadas de Os Normais. A grande semelhança está no humor ligeiro, levemente anárquico, e também, é claro, na presença de Fernanda Torres. Sua parceria com Andréa Beltrão (cujo talento andava subaproveitado na já citada A Grande Família) é das mais acertadas da televisão brasileira e garantia de que o espectador verá, no mínimo, um jogo de cena de altíssimo nível. Mas, divas à parte, o elenco coadjuvante também é ótimo, com destaque para Vladimir Brichta e seu escorregadio Armane. Também a chegada de Fabio Assunção na série, como o proprietário da boate La Conga, rendeu frutos e deu novo gás à temporada. O episódio da última terça, no qual Fatima e Armane resolvem fazer um churrasco no motel e acabam botando fogo no estabelecimento, está entre os mais inspirados. Como não rir ao ver a nada sutil manchete de jornal popular “amante torrou a linguiça no motel”? Longa e próspera vida a Tapas & Beijos, e que a série continue tão bem-escrita e interpretada assim!

sábado, 26 de novembro de 2011

Silvio Muccino


Hoje eu quero falar de um sujeito lindo e talentoso que é muito pouco conhecido por aqui: Silvio Muccino. Irmão mais novo do cineasta Gabriele Muccino, Silvio estreou no cinema aos dezessete anos em um filme de Gabriele – o bonitinho Para Sempre na Minha Vida – e não somente como ator, mas também como co-roteirista. Depois disso, somente dois outros filmes seus chegaram aos nossos cinemas: O Último Beijo, onde foi novamente dirigido pelo irmão, e Manual do Amor. Mas Silvio vem trabalhando bastante e ampliando seu campo de ação: aos vinte e nove anos, é creditado em doze filmes como ator, seis como roteirista e dois como diretor.

A estreia atrás das câmeras aconteceu em 2008, com o promissor Parlami D’Amore. Além de dirigir e dividir a tela com Aitana Sánchez-Gijón, Silvio também escreveu o roteiro, que é baseado em seu próprio romance. O longa conta a história de Sasha, um rapaz de origem modesta e com compulsão pelo jogo que arrisca seu equilíbrio precariamente mantido por conta de uma paixão antiga, daquelas que cegam e não deixam o indivíduo enxergar que o objeto amado não vale a pena, enquanto outro amor mais sincero está ao seu lado sem que ele enxergue. Não é o argumento mais original do mundo, mas é desenvolvido com competência e segurança, resultando em um filme bastante agradável de ser assistido. Não estreou por aqui. Esperemos que tenha melhor distribuição seu filme mais recente, Un Altro Mondo. Este estreou somente na Itália, por enquanto (em dezembro do ano passado).

Fica a dica, vale a pena conhecer melhor este bel ragazzo.

Perfil de Silvio Muccino no IMDb: http://www.imdb.com/name/nm0610832/

Silvio (direita) aos dezessete anos em Para Sempre na Minha Vida

Com Aitana Sánchez-Gijón em Parlami D'Amore

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sherlock Holmes 2


Confiram o trailer de Sherlock Holmes - A Game of Shadows, que chega por aqui em janeiro. No elenco, a novidade é a ótima Noomi Rapace (de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres).


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A volta de Jesse e Celine

Antes do Amanhecer (1995), o início do romance

Quem está entre 30 e 40 anos com certeza acompanhou o romance deles como se fosse o de um casal de amigos próximos. Em 1995, eles se conheceram em um trem e passaram uma noite mágica em Viena. Nove anos depois, se reencontraram em Paris e correram contra o relógio para aproveitar as horas que lhes restavam antes que ele entrasse no avião que o levaria embora novamente. Ela afirmou que ia fazê-lo perder aquele voo. Mas o que aconteceu depois? Em breve saberemos.

Estamos falando de Jesse e Celine, os amados personagens de Ethan Hawke e Julie Delpy em Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol. Foi noticiado ontem no site do jornal O Globo: Ethan Hawke confirmou a um site francês que já está em andamento o projeto para um terceiro filme. A próxima locação (eu torço por uma cidade italiana, de preferência Florença) ainda não está definida, tampouco o título, mas, segundo Hawke, o filme pode chegar aos cinemas ainda em 2012, o que tornaria esse hiato ligeiramente menor do que aquele entre o primeiro e o segundo filme.

O que é certo, por enquanto, é que os dois atores tem se encontrado constantemente com o diretor Richard Linklater nos últimos seis meses para discutir os detalhes do próximo longa. Assim como ocorreu com Antes do Pôr-do-Sol, o roteiro deve ser desenvolvido a seis mãos. Vale lembrar que o trio foi indicado ao Oscar 2005 de melhor roteiro.

Vamos ficar de olho!

Ethan Hawke e Julie Delpy com Richard Linklater na época do lançamento do segundo filme

Inquietos


Inquietos narra a breve história de amor dos jovens Annabel e Enoch. Ela é uma menina otimista que tem câncer em fase terminal; ele perdeu o gosto pela vida depois que seus pais morreram em um acidente e agora só divide seus pensamentos mais íntimos com o fantasma de um rapaz japonês. A partir de inusitados encontros casuais em funerais de estranhos, Annabel e Enoch vão se aproximando e acabam por se apaixonar, apesar da resistência de Enoch em criar laços com quem quer que seja.

Inquietos foi o filme de abertura da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes deste ano e tem sido um dos mais procurados deste Festival. Talvez por isso o resultado final seja um pouco decepcionante. Não é que o filme tenha algum defeito grave, apenas esperava-se mais de Gus Van Sant depois do ótimo Milk e eis que ele, no entanto, opta por retornar aos seus temas recorrentes sobre adolescência problemática. Ainda bem que ele pelo menos deixou de lado a delinquência juvenil e resolveu contar uma história de amor. Inquietos narra um romance bonitinho, singelo e protagonizado por um casal muito fofinho... Mas é totalmente previsível, bebendo em fontes óbvias como Ensina-me a Viver. E a forma como Annabel e Enoch se conhecem parece copiada de O Clube da Luta, com a única diferença de que no filme de David Fincher eram grupos de apoio a doentes e não funerais.

Como saldo positivo, temos em Inquietos mais uma prova de que Mia Wasikowska (a Alice de Tim Burton) é uma atriz versátil e que veio para ficar. A moça vem aí em breve numa nova versão de Jane Eyre e também no esperado Albert Nobbs, com Glenn Close. Vamos ficar de olho.

sábado, 19 de novembro de 2011

Fotos da Première de O Gato de Botas

Antonio Banderas e Salma Hayek chegam ao Cinépolis Lagoon para a exibição de O Gato de Botas

A fã ganhou o dia: além de tirar foto, ainda aproveita para agarrar a mão do astro

 Difícil saber quem é o verdadeiro gato aqui!

Momento tapete vermelho: Jeffrey Katzenberg, Antonio, Salma, Chris Miller e o Gato


Fotos oficiais Image.Net

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Antonio Banderas e Salma Hayek divulgam O Gato de Botas no Rio

A partir da esquerda: Jeffrey Katzenberg, Salma Hayek, Antonio Banderas e Chris Miller

Aconteceu hoje pela manhã, no Copacabana Palace, a coletiva de imprensa e sessão de fotos para divulgação da nova animação da Dreamworks, O Gato de Botas. Além dos atores Antonio Banderas e Salma Hayek, também estavam presentes ao evento o executivo da Dreamworks Jeffrey Katzenberg e o diretor do longa, Chris Miller. Banderas e Hayek, muito sorridentes e descontraídos, posaram para fotos ao lado de uma pessoa vestida como o Gato de Botas. O charmoso felino apareceu pela primeira vez nas telonas em Shrek 2 e suas aparições fizeram tanto sucesso que agora o personagem decola em carreira solo neste divertido filme que chegará aos cinemas no dia 9 de dezembro.

Salma, que interpreta Kitty Softpaws e dubla uma animação pela primeira vez, disse ter ficado um pouco assustada a princípio por não ter referências neste universo, mas que Chris Miller lhe deu total liberdade e que ela foi pouco a pouco encontrando o tom para a personagem, tendo ficado satisfeita com o resultado final. Antonio acrescentou que foi gratificante poder dublar seu próprio trabalho também em espanhol e italiano e lamentou não estar apto para fazer o mesmo em português, língua que não domina. Ao que Salma, brincalhona, acrescentou que da próxima vez poderiam não somente fazer as vozes em português, mas também colocar os gatos para sambar.

Perguntado sobre a identificação com o Gato de Botas, Banderas elogiou a sua liberdade e independência, até mesmo como uma oportunidade para ele rir de si mesmo e da fama de símbolo sexual, mas ressaltou que não costuma ver muitos paralelos entre personagens e vida particular. Salma disse considerar Kitty uma feminista, dona de uma personalidade moderna e prática, diferente das mocinhas melodramáticas que se veem nas novelas.

Detalhe da simpatia de Salma Hayek e Antonio Banderas 

Já Chris Miller pontuou que tentou ver o mundo através dos olhos desse gato e que o tão bem-realizado 3D é somente um adicional, pois ele acredita que a história funciona igualmente bem no formato tradicional. Esclareceu, ainda, que seu principal objetivo foi realizar uma história nova, fresca e totalmente destacada da franquia Shrek.

Devido a uma pergunta sobre atores e diretores brasileiros com carreira no exterior, Salma revelou que a princípio Frida (filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar) deveria ter sido dirigido por Walter Salles. A atriz disse que chegou a trabalhar no projeto durante algum tempo com o cineasta brasileiro, mas que, por conta da demora em conseguir o financiamento, Walter acabou precisando deixar a direção. Disse, ainda, que considera o trabalho que desenvolveram juntos muito importante e que são amigos até hoje. “Ele é um mentor para mim”, concluiu. Também Antonio Banderas demonstrou intimidade com a arte brasileira, citando, inclusive, Milton Nascimento e Maitê Proença, artistas a quem conheceu em sua última passagem pelo Brasil.

Ao fim de cerca de meia hora de muito bom humor e simpatia, foi encerrada a coletiva de imprensa. Os atores estarão presentes à pré-estreia que acontece amanhã de manhã, de onde seguirão para a próxima etapa (Paris, ao que me parece) desta turnê de lançamento do filme. 

Salma e Antonio com Chris Miller 

Na varanda do Copa (foto by Janaina Pereira)

Transeuntes param na calçada e gritam pelos atores (foto by Janaina Pereira)

Salma, Banderas, o Gato e vários cariocas ao fundo (foto by Lathife Cordeiro)

Solícito, Banderas responde algumas perguntas extras à saída da coletiva


Fotos by Erika Liporaci, com exceção das creditadas a Janaina Pereira e Lathife Cordeiro

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Judy Garland – O Fim do Arco-Íris



Estreou sábado no Teatro Fashion Mall Judy Garland - O Fim do Arco-Íris, o novo espetáculo de Charles Möeller e Claudio Botelho. Trata-se da adaptação nacional para o texto do britânico Peter Quilter (que, aliás, estava presente à estreia) que vem sendo um enorme sucesso no West End londrino desde o ano passado. Vale lembrar que a peça estreará na Broadway somente em 2012, o que configura mais uma conquista impressionante para essa dupla cujo trabalho já é sinônimo de alta qualidade no teatro brasileiro.

Aqui na nossa versão, Claudia Netto arrasa no papel de 
Judy Garland, mãe de Liza Minelli e lembrada principalmente como a Dorothy do clássico O Mágico de Oz. O espetáculo acompanha os conflitos por trás de uma temporada de seis semanas que a estrela – que viria a falecer no ano seguinte – fez em uma casa noturna de Londres em 1968. Inspiradora de biografias, minisséries e documentários diversos, Judy Garland é até hoje uma personagem fascinante e controversa, retrato de uma Hollywood tanto glamorosa quanto desmedida. No caso de Judy, habituada pela mãe desde muito jovem a tomar pílulas o tempo todo para render melhor – prática incentivada pela própria MGM, é bom lembrar –, as consequências não poderiam ter sido mais desastrosas. Citando a própria peça, ela "estava sempre tão dopada que quase voava na estrada de tijolos amarelos sem precisar do tornado".

O resultado, anos depois, é aquele mostrado no espetáculo: com apenas quarenta e sete anos, Judy era uma mulher infeliz, endividada, torturada pela solidão apesar de seus muitos amores, dependente de comprimidos e álcool. Ainda uma diva quando conseguia subir ao palco, tinha contra si o fato de estar cercada de pessoas que a bajulavam como estrela, mas não enxergavam a carência de afeto por trás de sua exuberância. A única exceção, talvez, fosse o amigo Anthony, pianista inglês que a acompanhava há anos e presenciou a fatídica turnê. Anthony é interpretado com delicadeza e carisma por Gracindo Júnior, enquanto Micky, quinto e último marido de Judy, é personificado pela bela figura de Igor Rickli (de Hair).

Existe uma confusão muito recorrente aqui no Brasil entre musical, como gênero, e espetáculos que, de alguma forma, contenham músicas. Musical propriamente dito é quando a ação é interrompida para que o elenco cante e dance músicas que, em geral, foram escritas para ajudar a contar aquela história. O Fim do Arco-Íris é outro departamento: trata-se de um drama que tem números musicais, pelo fato de ter como pano de fundo os bastidores das apresentações da biografada, mas é, sobretudo, um drama - ou uma tragédia, se preferirem.

Talvez justamente por não ser um musical, a opção dos diretores foi manter todos os números com seus arranjos e letras originais, mesmo porque estamos falando de clássicos absolutos como For Once in My Life, Just in Time, Smile e That’s Entertainment, além, é claro, da emblemática Over the Rainbow. Uma banda composta de seis músicos acompanha Claudia Netto, que impressiona não somente pela potência vocal, mas também pela carga de dramaticidade que confere a cada canção. Que comoção eletrizante paira sobre toda a plateia ao vê-la cantando, com ar desamparado, How Insensitive (que eu particularmente considero uma das letras mais doloridas já escritas sobre separação). Do início divertido e espirituoso até o desfecho comovente, Judy Garland – O Fim do Arco-Íris é um espetáculo denso e muito emocionante sobre o entardecer de um dos maiores mitos de todos os tempos. Imperdível!

Judy Garland – O Fim do Arco-Íris segue no Teatro do Fashion Mall até 12 de fevereiro de 2012. Quintas às 18h, sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Ingressos a 80,00 (qui e sex) e 100,00 (sab e dom).


domingo, 13 de novembro de 2011

Frase do Dia


“Isso aqui não é Wall Street! Aqui é o inferno, temos algo chamado integridade!”

(Crowley, o chefão do andar de baixo, no episódio 8 da sétima temporada de Supernatural)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Obituário Ideal


Depois de uma pequena temporada no Sesc Copacabana reestreou ontem na Casa de Cultura Laura Alvim o espetáculo Obituário Ideal, escrito, co-dirigido e interpretado pelo talentoso Rodrigo Nogueira (já indicado ao prêmio Shell anteriormente por Play). O texto parte da solução nada convencional que um casal de trinta e poucos anos encontra para driblar o tédio existencial e a rotina: frequentar enterros de desconhecidos e, desse modo, conseguir extrair de si mesmos emoções verdadeiras e profundas. A esposa (vivida por Maria Maya) é enfermeira e ele, professor de matemática. Ambos levam uma vida confortável, moram em uma casa arrumadinha e usam roupas impecáveis, enfim, parecem um casal de comercial de margarina. Mas alguma ausência os corrói por dentro, o que faz com que iniciem esse passatempo, que logo se transforma em um vício como outro qualquer. Antes que perceba, o casal passa a negligenciar tudo o mais em busca do enterro mais triste, da morte mais sinistra, da maior emoção, do obituário perfeito.

A televisão onipresente que anuncia tragédias e mantém-se ligada como trilha sonora incidental durante toda a peça é uma solução bastante criativa e que torna a trama ainda mais rica com suas intervenções bizarras. Narrado por Maria Beltrão, o noticiário faz rir nas horas mais inusitadas com sua profusão de membros esquartejados, personalidades midiáticas assassinadas e todo tipo de desgraça, levando também o espectador à sensação – familiar aos protagonistas – de ficar indiferente diante do trágico. O único senão é que a gravação por vezes abafa um pouco a voz dos atores, problema que certamente só deve atingir os que estiverem sentados mais para o fundo do teatro (que foi o meu caso).

O texto, repleto de humor negro e pérolas como “morte de velho não emociona” ou “em enterro de rico eles metem aqueles óculos escuros enormes e ninguém chora”, é redondinho e bastante divertido, além de ser muito bem interpretado pelos atores. Maria Maya e Rodrigo Nogueira demonstram ótima química e muito entrosamento em cena, o que faz com que o espetáculo ganhe um ar descontraído e um ritmo ágil. Também a direção leve de Rodrigo e Thiare Maia contribui para o bom resultado final. Longe de pesar a mão, a encenação toma o caminho da farsa, do exagero calculado, da inversão de valores, mas tudo isso sem nunca perder o foco. OK. A partir de determinado ponto o espectador já pode pressentir qual será o desfecho, mas isso em nada atrapalha o prazer de assistir a essa peça tão bem-escrita e encenada. Vale a pena conferir.

Obituário Ideal fica até o dia 11 de dezembro, na Casa de Cultura Laura Alvim. Sextas e sábados às 21h, domingos às 20h. Ingressos a R$ 30,00. Vale a pena conferir.

Snow White & the Huntsman - Trailer


Duas Brancas de Neve em Disputa. Eu nunca entendi porque, mas volta e meia surgem duas produções sobre exatamente o mesmo tema. Dois exemplos que me vem à mente remetem aos anos 90, quando tivemos dois Robin Hood simultâneos em 1991 (ainda que somente o de Kevin Costner seja lembrado hoje em dia) e as animações Vida de Inseto e FormiguinhaZ em 1998.

A próxima disputa das telonas será entre as duas versões de Branca de Neve que estão para pipocar nas salas de cinemas. Ou talvez seja mais acertado dizer que o grande duelo será entre as rainhas más vividas por Julia Roberts em Mirror, Mirror e Charlize Theron neste Snow White and the Huntsman (Branca de Neve e o Caçador). Este, além de contar com uma direção de arte bem mais bacana e uma pegada aventuresca, também saiu na frente ao lançar este trailer bacanérrimo. O filme tem, ainda, o reforço de Kristen Stewart como Branca de Neve e do bonito Chris Hemsworth (o Thor) como o caçador.

Dá ou não dá vontade de assistir logo a esse filme?


Amores Imaginários


Provavelmente eu sou uma das raras frequentadoras do Festival do Rio que não achou Eu Matei Minha Mãe, trabalho anterior de Xavier Dolan, essa cocada toda. OK, o filme tinha seus pontos interessantes e deixou claro que era preciso ficar de olho nesse garoto que, aos 20 anos, escreveu, dirigiu e interpretou um filme tão vigoroso, mas, ainda assim, não achei que estávamos diante de nenhuma obra-prima. Com este segundo filme, Amores Imaginários, o jovem cineasta continua não tendo feito uma obra-prima, mas demonstra o quanto amadureceu em apenas um ano e deixa claro que de fato tem futuro na sétima arte. Um exemplo disso são as tomadas e ângulos diferenciados do filme, que mostram que o mocinho andou estudando certos cineastas mais autorais.

Dolan interpreta Francis, jovem homossexual obcecado pelo visual de James Dean e amigo inseparável de Marie, que gosta de usar roupas e penteados dos anos 50. A amizade até então inabalável dos dois é posta à prova quando ambos se interessam pelo charmoso e escorregadio Nicolas, que alimenta as fantasias de ambos. Como três é demais, logo Francis e Marie entram numa perigosa disputa pela atenção de seu objeto de desejo.

A primeira coisa a chamar atenção no filme é seu humor perspicaz e ácido sobre os relacionamentos. A trama central é intercalada com depoimentos de alguns jovens falando sobre seus dramas sentimentais e as falas são tão verdadeiras e bem escritas que parecem documentais – destaque para a menina de cabelos pretos e óculos, responsável pelos melhores momentos. O único problema é que essas inserções dão uma quebrada no ritmo do filme, “tirando” o espectador de dentro de história de Francis e Marie, e soam um pouco gratuitas em relação ao restante.

Quanto à trama em si, apesar do tom divertido e leve, o filme também faz um doloroso painel da rejeição. Francis e Marie são os que os americanos chamariam de loosers, e pessoas como eles são sempre abusadas de algum modo por pessoas como o personagem Nicolas, tão habituado a ter todos gravitando em torno de si que não consegue ter o mínimo respeito pelo sentimento alheio. Mas o que poderia ser um filme triste e pesado, Xavier Dolan embala numa aura tão vintage quanto o penteado à Audrey Hepburn de Marie e a canção italiana que sempre se repete quando os protagonistas estão num momento feliz e sonhador.

Amores Imaginários foi exibido no Festival do Rio do ano passado.

sábado, 5 de novembro de 2011

63 países na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro


São 63 os filmes concorrentes a uma das cinco vagas para o Oscar 2012 na categoria melhor filme em língua estrangeira. O Brasil, como já amplamente noticiado, vai de Tropa de Elite 2 (cujo título internacional, Elite Squad: The Enemy Within, omite o fato de tratar-se de uma continuação). Além do longa de José Padilha, já tive oportunidade de assistir a outros quatro candidatos. São eles: A Árvore do Amor (China), A Separação (Irã), Terraferma (Itália) e A Casa (Uruguai). A Separação é, sem dúvida, o melhor deles, ainda que o chinês e o italiano também sejam ótimos. Já o candidato uruguaio, filme de terror apenas razoável, nem dá para levar a sério.

Confiram abaixo a lista completa:

África do Sul: Beauty, Oliver Hermanus
Albânia: Amnesty, Bujar Alimani
Alemanha: Pina, Wim Wenders
Argentina: Aballay, Fernando Spiner
Áustria: Breathing, Karl Markovics
Bélgica: Bullhead, Michael R. Roskam
Bósnia e Herzegovina: Belvedere, Ahmed Imamovic
Brasil, Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro, José Padilha
Bulgária: Tilt, Viktor Chouchkov Jr.
Canadá: Monsieur Lazhar, Philippe Falardeau
Cazaquistão: Returning to the "A", Egor Mikhalkov-Konchalovsky
Chile: Violeta se Fue a Los Cielos, Andrés Wood
China: A Árvore do Amor, Zhang Yimou
Cingapura: Tatsumi, Eric Khoo
Colômbia: Los Colores de la Montaña, Carlos César Arbeláez
Coréia do Sul: The Front Line, Jang Hun
Croácia: 72 Days, Danilo Serbedzija
Cuba: Havanastation, Ian Padrón
Dinamarca: Superclássico, Ole Christian Madsen
Egito: Lust, Khaled el Hagar
Eslováquia: Gypsy, Martin Sulík
Espanha: Black Bread, Agusti Villaronga
Estônia: Letters to Angel, Sulev Keedus
Filipinas: The Woman in the Septic Tank, Marlon N. Rivera
Finlândia: Le Havre, Aki Kaurismäki
França: A Guerra Está Declarada, Valérie Donzelli
Geórgia: Chantrapas, Otar Iosseliani
Grécia: Attenberg, Athina Rachel Tsangari
Holanda: Sonny Boy, Maria Peters
Hong Kong: A Simple Life, Ann Hui
Hungria: O Cavalo de Turim, Béla Tarr
Índia: Abu, Son of Adam, Salim Ahamed
Indonésia: Under the Protection of Ka´Bah, Hanny R. Saputra
Irã: A Separação, Asghar Farhadi
Irlanda: As If I Am Not There, Juanita Wilson
Islândia: Volcano, Rúnar Rúnarsson
Israel: Footnote, Joseph Cedar
Itália: Terraferma, Emanuele Crialese
Japão: Postcard, Kaneto Shindo
Líbano: Where Do We Go Now?, Nadine Labaki
Lituânia: Back to Your Arms, Kristijonas Vildziunas
Macedônia: Punk Is Not Dead, Vladimir Blazevski
Marrocos: Omar Killed Me, Roschdy Zem
México: Miss Bala, Gerardo Naranjo
Nova Zelândia: The Orator, Tusi Tamasese
Noruega: Happy, Happy, Anne Sewitsky
Peru: Octubre, Diego Vega e Daniel Vega
Polônia: In Darkness, Agnieszka Holland
Portugal: José e Pilar, Miguel Gonçalves Mendes
Reino Unido: Patagonia, Marc Evans
República Dominicana: Love Child, Leticia Tonos
República Tcheca: Alois Nebel, Tomás Lunák
Romênia: Morgen, Marian Crisan
Rússia: Burnt by the Sun 2: The Citadel, Nikita Mikhalkov
Sérvia: Montevideo: Taste of a Dream, Dragan Bjelogrlic
Suécia: Beyond, Pernilla August
Suíça: Summer Games, Rolando Colla
Tailândia: Kon Khon, Sarunyu Wongkrachang
Taiwan: Warriors of the Rainbow: Seediq Bale, Wei Te-sheng
Turquia: Once upon a Time in Anatolia, Nuri Bilge Ceylan
Uruguai: A Casa, Gustavo Hernández
Venezuela: Rumble of the Stones, Alejandro Bellame Palacios
Vietnã: The Prince and the Pagoda Boy, Luu Trong Ninh

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Preço do Amanhã


O Preço do Amanhã – tradução bem diversa do original In Time – já tem a seu favor uma qualidade que não deve ser menosprezada em tempos de tantas ideias requentadas, recicladas e refeitas: um argumento de fato original. Em um futuro não determinado (ou em uma realidade paralela), as pessoas param de envelhecer aos vinte e cinco anos. Com esta idade, passam a ter um relógio estampado na própria pele que começa com um ano de crédito. Se não ganharem de alguma forma seu próprio tempo adicional – seja trabalhando ou por herança –, morrem aos vinte e seis. Nesta sociedade isenta de dinheiro e outras formas de capital, é o tempo a única moeda de troca e meio de sobrevivência: trabalha-se por tempo, paga-se o aluguel com tempo ou pede-se tempo emprestado ao banco, sempre tendo o cuidado de não deixar zerar os minutos gravados na pele. Quem fica sem crédito morre, simples assim.

Um mundo sem dinheiro não se transforma necessariamente em um mundo justo, conforme bem exemplifica essa criativa história. Os pobres, tendo que ganhar seus minutos suados sem nunca poder se dar ao luxo de desperdiçá-los, não tem sequer conhecimento de que, distante de seus guetos – em outros fusos horários –, existem pessoas com todo o tempo – ou melhor, poder – do mundo. Pessoas que podem até viver para sempre, protegidas por seus relógios de treze dígitos. É esse ambiente que Will Salas passa a conhecer quando um milionário entediado de tanto viver lhe doa um século. E talvez baste um estranho no ninho para abrir uma rachadura em todo um sistema.

Muito interessante o paradoxo criado pelo roteiro, ao contrapor o ideal mítico da juventude eterna à implacabilidade do sistema para manter-se vivo. Em um mundo onde a velhice foi erradicada, o privilégio da juventude de nada adianta se a pessoa não obtiver o tempo necessário para desfrutá-la. Expressões como “tempo é dinheiro” e “você pode me dar cinco minutos?” ganham um sentido literal nesta trama, criando códigos comportamentais como aquele que diferencia pobres de ricos pela velocidade com que caminham. Também é curioso ressaltar que a juventude eterna não tem nenhuma relação com imortalidade e que a simples constatação de não envelhecer e, portanto, não estar sujeito à degradação do corpo torna as pessoas privilegiadas – ou seja, que não precisam “ganhar” seu tempo – medrosas, ociosas, apáticas.

O filme é um blockbuster sim e, portanto, não deixa de privilegiar as cenas de ação e as perseguições implacáveis. Poderia ter sido mais cabeça e menos óbvio? Certamente que sim. Poderia ter desenvolvido melhor os protagonistas e suas histórias familiares? Deveria. Mas, apesar de sempre escolher o caminho mais comercial, O Preço do Amanhã parte de uma ideia tão interessante e que permite questionamentos tão ricos, que é impossível não gostar do filme. E justiça seja feita, Justin Timberlake e Amanda Seyfried (linda com esse hairstyle) formam uma dupla vibrante e com boa química em cena.

Vale a pena conferir esse pipocão filosófico e de qualidade. Deve alcançar um enorme sucesso nas bilheterias. Amanhã nos cinemas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Índia!


Vai até 29 de janeiro de 2012 a imensa exposição sobre arte, cultura e história indiana que ocupa o Centro Cultural Banco do Brasil. Dividida em quatro temas – povo, deuses, formação da Índia moderna e arte contemporânea – a exposição se espalha pelo foyer e pelos dois andares acima e traz peças pertencentes a museus brasileiros e europeus. Apostando numa maior popularização como forma de atrair o grande público, a mostra traz um setor dedicado à novela Caminho das Índias. Eu particularmente acho um pouco estranho que um centro cultural como o CCBB precise fazer uma conexão com uma telenovela para atrair o interesse das pessoas, mas se, por outro lado, o artifício realmente servir para levar mais pessoas a visitar a exposição e conhecer a esta instituição exemplar, terá valido a pena.

O público pode visitar gratuitamente esta exposição de terça a domingo, das 9 às 21h, e o CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Como são muitos itens, é recomendável que se tenha pelo menos uma hora de disponibilidade (duas, se possível). No foto acima, a escultura da deusa Ganesha que recepciona os visitantes no foyer. É ou não é muito fashion essa deusa-elefantinha com suas pulseirinhas coloridas e unhas dos pés pintadas de vermelho?