quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Fruitvale Station – A Última Parada


É a última noite de 2009. Oscar Grant, 22 anos, sai para festejar com a namorada e os amigos no centro da cidade de Oakland, Califórnia. Para poder beber à vontade sem provocar um acidente de trânsito, Oscar aceita o conselho da mãe e convence todos a irem de metrô. No retorno para casa, o azar de estar no mesmo vagão que um grupo com o qual haviam se desentendido anteriormente. Confusão. O trem é parado pela segurança. Oscar e alguns amigos são detidos e encontram-se já dominados quando um guarda nervoso e inexperiente dispara contra ele. Esses são os fatos que encheram as manchetes policiais e serviram de base para este filme.

Com um subtítulo em português que parece querer fazer alguma correlação maluca com Última Parada 174, o longa de estreia de Ryan Coogler já ganhou dezenas de prêmios, entre eles o grande prêmio do júri do Sundance Festival, melhor primeiro filme do New York Critics Circle e o Avenir Prize da Mostra Un Certain Regard de Cannes. O diretor e roteirista já declarou se sentir muito próximo da história, não somente por ser oriundo da mesma cidade e por ser coetâneo de Oscar, mas principalmente por estar nas proximidades do local naquela noite. Mas o olhar carinhoso sobre os personagens não atrapalha a sua objetividade: Coogler sabe que tem em mãos uma história forte e opta por contá-la em tom naturalista e direto.

A narrativa se concentra toda no fatídico último dia de Oscar Grant: a discussão com a esposa, a tentativa de recuperar o emprego perdido, a vontade sincera de querer começar uma nova vida no caminho da honestidade, o jantar em família na casa da mãe, enfim, cenas cotidianas que ganham um tom de fatalidade pelo fato de já sabermos o que aguarda o protagonista ao fim daquela noite. Implícita também fica a ideia do quão pouco domínio realmente temos sobre nossas vidas.


Michael B. Jordan, ator que tem mais trabalhos televisivos do que cinematográficos no currículo, apresenta ótima atuação como Oscar Grant. No papel de sua mãe, a sempre talentosa Octavia Spencer. As cenas entre mãe e filho, aliás, são as mais comoventes do filme.

Frutivale Station é um belo filme e um relato impressionante da truculência e despreparo das forças que deveriam manter a ordem – um problema que infelizmente conhecemos de perto.  

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quando Eu Era Vivo


Marco Dutra está lançando o seu segundo longa-metragem e já vem sendo apontado como um dos grandes talentos do cinema nacional. E não é para menos, já que o moço vem apostando em um dos estilos menos explorados pelo cinema brasileiro: o terror psicológico. Se o longa anterior (Trabalhar Cansa, co-dirigido com Juliana Rojas em 2011) lidava com o sobrenatural de modo quase metafórico, neste seu primeiro filme-solo o clima de claustrofobia e medo permeia a trama do começo ao fim.

Marat Descartes é Junior, que volta à casa paterna após um divórcio nada amigável. Chegando lá, sua figura soturna e cabisbaixa parece contrastar com a atitude do pai, excessivamente bronzeado e obcecado por vitaminas, exercícios e saúde. Além do mais, ele precisa dormir no sofá porque o quarto que dividia com o irmão foi alugado para uma estudante universitária do interior de São Paulo. Cada vez mais perdido, Junior começa a se refugiar em lembranças que julgava perdidas e os antigos traumas de infância aos poucos começam a minar sua sanidade mental.


Em primeiro lugar, é preciso esclarecer a inadequação de alguns comentários prévios que se tem feito a respeito desse filme. Muita gente que viu o trailer de Quando Eu Era Vivo se refere a ele como “aquele filme de terror estrelado pela Sandy”. É verdade que a cantora está no elenco, mas em papel coadjuvante. O foco do filme está no embate emocional entre Marat Descartes e Antonio Fagundes. Por outro lado, colocá-la soltando a voz em diversas cenas cria um pouco de dificuldade em deixar o espectador enxergar a personagem Bruna. Mas é somente um pequeno detalhe em um filme que, no mais, é extremamente bem-conduzido por Dutra.

Outra qualidade que salta aos olhos em termos de produção é a cenografia detalhada e repleta de objetos de cena evocativos. Vale destacar que, como a maior parte do filme se passa dentro do apartamento, o cenário é responsável por reavivar os demônios internos de Junior e Senior. A responsável pelo visual é Luana Demange, que já havia feito também a cenografia de Trabalhar Cansa. Neste filme, objetos inocentes ganham contornos macabros conforme são filtrados pela memória ou delírio do protagonista – reparem no boneco Fofão que aparece em uma tomada. Interessante também é notar como Junior vai se apoderando da casa do pai, que nas primeiras cenas é dominada por aparelhos de ginástica, vidros de suplementos energéticos e pesos, enfim, pelos vestígios de um estilo de vida que vai desaparecendo conforme avança a projeção.


Mesmo com a atmosfera envolvente estabelecida, dificilmente o filme impressionaria tanto sem a interpretação arrebatadora de Marat Descartes e Antonio Fagundes. Marat, que estamos acostumados a ver personificando pais de família de classe média (como em Os Inquilinos ou Trabalhar Cansa), entrega-se com fervor ao personagem e vai tornando-se cada vez mais irreconhecível. No olhar de Junior a loucura se manifesta, mesclando a carência com algo profundamente perturbador e perigoso. O ator declarou ter se inspirado no personagem de Jack Nicholson em O Iluminado, mas seus desvarios também lembram muito Norman Bates. Já Antonio Fagundes se dissociou totalmente de seus tipos televisivos para viver esse pai que tenta permanecer o último membro são de uma família perturbada. O jogo de cena entre os dois certamente é o ponto alto deste surreal e raro exemplar de cinema de gênero. 

(Para ler o bate-papo do diretor e do elenco com a imprensa, clique aqui.)


Bate-Papo com Marco Dutra e elenco de Quando Eu Era Vivo


Após a sessão de imprensa que aconteceu no Rio esta manhã, o diretor Marco Dutra e os atores Marat Descartes, Rony Koren, Kiko Bertholini, Tuna Duek e Gilda Nomacce conversaram com os jornalistas presentes. O elenco conta ainda com Antonio Fagundes e a cantora Sandy Leah, que não estavam presentes.

Um aspecto que tem chamado bastante atenção é o fato do livro que inspirou o filme (A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli) não ser originalmente uma história de terror. O cineasta ponderou que ao escrever o roteiro percebeu que as ferramentas do gênero seriam as ideais para transpor para as telas o livro, que ele definiu como “muito complexo e perturbador”. Sobre sua inclinação pessoal para o terror, Marco afirmou que gostaria muito de contribuir com o crescimento do cinema de gênero no Brasil:

“Eu adoro os filmes de gênero porque através deles a gente pode acessar pontos específicos e o terror, por ser muito alegórico, é uma grande ferramenta. E também porque isso ajuda a diversificar nosso cinema, a romper com essa ideia de que o cinema brasileiro é um gênero por si só. Você vai a uma locadora e vê os filmes separados em comédia, terror, drama, romance, etc. E aí tem uma prateleira de cinema nacional. Eu sempre achei estranho isso.”

Perguntado sobre suas referências, o cineasta afirmou que muitas vezes as utiliza de forma involuntária: “A gente sempre carrega para um filme nossa própria bagagem, então é complicado falar de referências”.Já o protagonista Marat Descartes conta ter ficado muito empolgado com o personagem e que ao ouvir a sinopse logo percebeu semelhanças entre o seu personagem e o de Jack Nicholson em O Iluminado:

“Eu pensei no Jack Torrance porque ele também sofre um processo de loucura que o deixa violento com as pessoas que ele supostamente deveria amar mais. Mas também não é que depois eu fiquei vendo o filme para imitar o Jack Nicholson. Foi só um ponto de partida.”

A essa altura se colocou a questão: é mais difícil fazer filme de terror ou suspense no Brasil? E por que seria assim, se o público brasileiro consome este tipo de produção? Marco não acha que seja um entrave específico do gênero e acredita que em termos de editais um filme de terror tenha tantas chances quanto qualquer outro:

“Fazer cinema é sempre difícil, seja qual for o estilo de filme. Pode até ser que para um investidor seja mais complicado apostar em um filme que trabalhe com elementos negativos, mas eu não acho que isso seja um impedimento. Tanto que eu consegui fazer dois filmes em um período relativamente curto.”

A boa notícia é que pelo menos em seus próximos longas-metragens o diretor não abandonará o terreno do sobrenatural:

“Eu quero fazer um musical um dia, mas meu próximo filme será sobre uma mulher que fica grávida de um lobisomem. Depois desse vou fazer um filme de vampiro, que é outro assunto que eu gosto.”

Conhecendo a originalidade de Marco, o espectador pode esperar vampiros e lobisomens bem diferentes dos que andam sendo lançados por Hollywood.


(Para ler o texto sobre o filme, clique aqui.)


A partir da esquerda: Kiko Bertholini, Gilda Nomacce, Marat Descartes, Marco Dutra, Rony Koren e Tuna Duek

O produtor Rodrigo Teixeira (à direita) juntou-se ao grupo na saída da sala

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Por Dentro da Bohemia


Com esse calor que tem feito no Rio, muita gente opta por subir a serra em busca de temperaturas mais amenas. Quem escolher a cidade de Petrópolis pode contar com um atrativo a mais: desde maio de 2012, é possível visitar a antiga fábrica da Cervejaria Bohemia no centro da cidade. A empresa que posteriormente se transformaria na atual Bohemia foi fundada em 1853 pelo alemão Henrique Kremer e, por ser a primeira cerveja pilsen fabricada no Brasil, foi logo apelidada pela família real de “ouro líquido”. Embora a Bohemia atualmente pertença à Ambev, a fábrica original de Petrópolis foi reativada em 2011 e voltou a produzir em escala reduzida, em sua maioria as chamadas cervejas premium.

O visitante inicia o tour pelo Memorial da Cerveja, um interessantíssimo museu interativo dedicado a contar a evolução da loura gelada desde a antiguidade aos dias de hoje, incluindo uma detalhada cronologia do precioso líquido aqui em terra brasilis. Após passar pelo museu, é a vez de visitar as antigas instalações da fábrica. Os simpáticos funcionários explicam detalhadamente todo o processo de confecção da cerveja e o passeio – que leva no total de duas a três horas – termina, como não poderia deixar de ser, com a degustação da mesma. Há uma primeira oferta ao fim do processo com a Bohemia tradicional e, posteriormente, uma degustação com uma das cervejas especiais, que mudam conforme o dia (no caso da nossa visita, foi a ótima Bohemia Confraria).


A Bohemia oferece, ainda, outro mimo: ao comprar o ingresso, o visitante recebe uma pulseira de identificação que pode cadastrar com seu e-mail em terminais na entrada do prédio. Através desse cadastro, ao longo do tour é possível enviar para o próprio e-mail algumas imagens, como um brasão personalizado ou fotos em cenários virtuais. O complexo inclui, ainda, um bar, um restaurante e uma lojinha onde é possível adquirir copos, brindes e, claro, cervejas – incluindo variantes especiais da marca que não se encontram nos supermercados –, sejam elas em temperatura natural ou geladas para consumo imediato.


É uma bela opção de passeio para quem aprecia não somente cerveja, mas também história. A Cervejaria Bohemia fica na Rua Alfredo Pachá, 166 (pertinho do Palácio de Cristal) e o tour funciona de quarta a domingo a partir das 11h, se encerrando às 18h de quarta a sexta e às 20h nos finais de semana. Cabe lembrar que a bilheteria fecha sempre duas horas antes do horário de encerramento. O ingresso custa R$ 19,50. Moradores de Petrópolis e maiores de 60 anos pagam R$ 9,50. Já menores de idade não pagam, mas só podem entrar acompanhados dos responsáveis e obviamente não podem degustar a cerveja. 

O movimento é intenso desde o horário de abertura da bilheteria

A história da atual loura gelada vem da antiguidade

No setor medieval, o visitante pode brincar de criar um brasão para sua própria taberna

A história da Bohemia se confunde com a história da cerveja no Brasil


Nesta etapa, é possível provar os diferentes tipos de grãos

A funcionária explica uma parte do processo de confecção da cerveja

Vamos ao que interessa: é hora de degustar!

Bohemia na fonte: a torneirinha com o líquido tradicional fica ao fim da explicação do processo

Fim da visita

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Alabama Monroe


Através de uma narrativa não-linear, acompanhamos o relacionamento de Elise e Didier. Eles são rebeldes, inconformistas e apaixonados, mas precisam mudar um pouco de estilo de vida com a chegada da filha Maybelle. Quando a menina adoece, o casal começa a entrar em crise, principalmente porque o ateísmo de Didier faz com que Elise se sinta deprimida.

Um filme um pouco difícil de ser definido, como se fosse um cruzamento entre o francês A Guerra Está Declarada e o americano Johnny & June. O filme tem seus bons momentos, mas por vezes o roteiro parece indeciso sobre qual rumo seguir e parece não se aprofundar muito em nenhuma das muitas possibilidades por ele ventiladas. O filme se divide entre drama familiar, história de amor, crítica à religião e à política e números de música country. É complicado falar de tudo isso e não se perder um pouco. Digamos que o resultado final é um filme interessante, mas que frustra um pouco justamente por não poder explorar a contento todas as vertentes.

O que mantém o interesse do espectador na trama é a interpretação intensa dos atores Veerle Baetens e Johan Heldenberg. Jonah é autor do texto teatral que deu origem ao filme e Veerle foi premiada melhor atriz no Festival de Tribeca e no European Film Awards. O filme recebeu, ainda, os prêmios de melhor roteiro em Tribeca e o prêmio do público na mostra Panorama do Festival de Berlim e concorre ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O Lobo de Wall Street


Ser ganancioso é bom, já propagandeava Gordon Gekko, o célebre personagem de Michael Douglas no filme Wall Street. Jordan Belfort, interpretado por Leonardo DiCaprio neste O Lobo de Wall Street, eleva essa ganância a outro patamar. Evidente que Jordan e seus seguidores almejavam o poder e a riqueza, mas o que eles ambicionavam era, sobretudo, o sentimento de invencibilidade que acompanha o dinheiro. A fome que os consumia ultrapassava a mera acumulação de capital, já que suas fortunas funcionavam como veículo para uma vida sem limites: mulheres, drogas, festas extravagantes, brincadeiras imorais, tudo acompanhado de um imenso desprezo por quem levava uma vida moderada.

O Lobo de Wall Street narra a trajetória verídica de Jordan Belfort, um jovem ambicioso que sonha fazer fortuna como corretor de Wall Street. O problema é que ele dá o azar de conseguir seu emprego ideal às vésperas da chamada “segunda-feira negra” (19 de outubro de 1987, o maior desastre do mercado financeiro depois da quebra da Bolsa de 1929). De uma hora para outra, Jordan se vê de volta à estaca zero. Mas o imprevisto não o detém. Depois de aprender soluções pouco ortodoxas em uma corretora de fundo de quintal, Jordan abre sua própria empresa e, em pouco tempo, consegue ir além das suas mais loucas ambições graças a seu estilo ousado e sua pouca atenção às leis. Jordan torna-se ídolo para seus funcionários, mas sua vida surreal também chama a atenção das autoridades.


Assim como o estilo de vida pregado por seus personagens, também o filme acompanha essa cadência: O Lobo de Wall Street tem um ritmo frenético e alucinógeno. São três horas de projeção que passam muito velozes diante dos olhos do espectador, que mal se recupera de uma orgia e é jogado em outra, desse modo trazendo o público para muito perto do universo de excesso e loucura no qual se ambienta a história. Interessante também é a opção de Scorsese de abrir mão da tradicional narração em off para colocar seu protagonista falando diretamente com a câmera. Mas o recurso faz todo sentido se considerarmos que o roteiro é baseado na autobiografia do próprio Jordan e que o moço fez fortuna justamente desse modo: convencendo as pessoas de que seu ponto de vista é o correto.

Leonardo DiCaprio carrega o filme nas costas, ajustando sua interpretação de modo exemplar a cada uma das fases e facetas do personagem, que começa como um rapaz esperto e ambicioso e logo parte para caminhos fascinantes e, ao mesmo tempo, sombrios. Qual é o limite de alguém que de fato chega a ser o “rei do mundo”? O que satisfaz a sede de adrenalina de quem já fez de tudo e, pior, que pode tudo? Os demais atores também estão bem, mas o filme é todo de Leo. Jonah Hill convence com uma boa composição, embora sua indicação ao Oscar não seja merecida por ter deixado de fora candidatos mais interessantes. Outras participações que se destacam são as do cineasta Rob Reiner como o pai de Jordan (alcunhado “Mad Max”) e do francês Jean Dujardin como um banqueiro suíço.


A direção de Martin Scorsese é tão precisa e leve que pode dar ao espectador a impressão de que o filme se dirigiu sozinho. Mas não. O trabalho do cineasta aqui lembra o que se costuma dizer dos grandes escritores, que sempre dão a impressão de que tudo que fazem foi realizado com extrema facilidade. É um filme de inúmeras qualidades, mas talvez a que mais se sobressaia seja a total ausência de hipocrisia na condução da trama. O hedonismo dos personagens é mostrado em toda sua extensão: com os danos físicos e emocionais, mas também com todo seu poder de sedução e glamour. Em nenhum momento, Scorsese ou o roteirista Terence Winter (que também escreveu Os Sopranos e Boardwalk Empire) tentam passar uma lição de moral ou convencer o espectador de que ser pobre é melhor do que ser milionário. É um filme que passa ao largo do edificante e do politicamente correto, o que é muito saudável nos tempos atuais.


O Lobo de Wall Street concorre a cinco Oscars: melhor filme, ator, ator coadjuvante, direção e roteiro adaptado. Leonardo DiCaprio já venceu o Globo de Ouro como melhor ator em comédia, mas dificilmente repetirá a vitória no Oscar. O que é uma pena, porque será a quarta vez que o ator tem uma indicação (merecida) que não se converterá em prêmio.

sábado, 18 de janeiro de 2014

SAG endossa escolhas do Globo de Ouro, mas não todas

O elenco de Trapaça comemora o SAG principal

Seguindo a temporada de premiações 2014, foi a vez do SAG (Screen Actors Guild, o sindicato americano dos atores) anunciar seus vencedores. O que se pode notar é que Cate Blanchett, Matthew McConaughey e Jared Leto seguem pavimentando seu caminho rumo ao Oscar, enquanto a grande reviravolta foi na categoria atriz coadjuvante: desta vez Lupita Nyong'o levou a melhor sobre Jennifer Lawrence. Os prêmios televisivos tenderam à repetição, com Modern Family vencendo pela quarta vez consecutiva – está na hora de renovar, minha gente! – e Bryan Cranston e Breaking Bad reafirmando sua imensa popularidade.

Lembrando que, por ser uma premiação dedicada aos atores, não existe um SAG de melhor filme e essa lacuna acaba sendo suprida pelo troféu de “melhor elenco”, mas a vitória de Trapaça não chega a ser decisiva. 12 Anos de Escravidão ainda pode perfeitamente vencer o Oscar de melhor filme, assim como Gravidade.

O Sindicato ainda homenageou pelo conjunto da carreira a atriz, cantora e dançarina Rita Moreno, que esbanjou charme do alto dos seus 82 anos. Confiram abaixo os premiados:

Cinema
Melhor Elenco – Trapaça
Ator – Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas
Atriz – Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Ator Coadjuvante – Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Atriz Coadjuvante – Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão

TV
Elenco em Série (comédia) – Modern Family
Elenco em Série (drama) – Breaking Bad
Ator em Série (comédia) – Ty Burrell, por Modern Family
Atriz em Série (comédia) – Julia Louis-Dreyfus, por Veep
Ator em Série (drama) – Bryan Cranston, por Breaking Bad
Atriz em Série (drama) – Maggie Smith, por Downton Abbey
Ator em Telefilme ou Minissérie – Michael Douglas, por Behind the Candelabra
Atriz em Telefilme ou Minissérie – Helen Mirren, por Phil Spector

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Indicados ao Oscar 2014


Os indicados ao próximo Oscar acabam de ser anunciados pela presidente da Academia e pelo ator Chris Hemsworth. Numa lista muita parecida com a do Globo de Ouro – a categoria atriz coadjuvante, por exemplo, é idêntica –, as surpresas foram poucas e agradáveis, como a inclusão de Leonardo DiCaprio e, principalmente, o fato de filmes fracos e de marketing forte como O Mordomo da Casa Branca terem sido sumariamente ignorados. Os campões de indicações foram Gravidade e Trapaça (dez), seguido de perto por 12 Anos de Escravidão (nove). Outros filmes bem cotados são Nebraska e Clube de Compras Dallas (ambos com seis). A cerimônia de entrega acontecerá no dia 2 de março (aqui no Brasil é domingo de Carnaval). Confiram abaixo todos os indicados:

Filme
12 Anos de Escravidão
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Ela
Gravidade
Nebraska
O Lobo de Wall Street
Philomena
Trapaça

Ator
Christian Bale, por Trapaça
Bruce Dern, por Nebraska
Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas

Atriz
Amy Adams, por Trapaça
Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Sandra Bullock, por Gravidade
Judi Dench, por Philomena
Meryl Streep, por Álbum de Família

Ator Coadjuvante
Barkhad Abdi, por Capitão Phillips
Bradley Cooper, por Trapaça
Jonah Hill, por O Lobo de Wall Street
Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
Jared Leto, por Clube de Compras Dallas

Atriz Coadjuvante
Sally Hawkins, por Blue Jasmine
Jennifer Lawrence, por Trapaça
Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão
Julia Roberts, por Álbum de Família
June Squibb, por Nebraska

Direção
Alfonso Cuarón, por Gravidade
Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
Alexander Payne, por Nebraska
David O. Russell, por Trapaça

Roteiro Original
Woody Allen, por Blue Jasmine
Spike Jonze, por Ela
Bob Nelson, por Nebraska
Eric Warren Singer and David O. Russell, por Trapaça
Craig Borten e Melissa Wallack, por Clube de Compras Dallas

Roteiro Adaptado
Richard Linklater, por Antes da Meia-Noite
Billy Ray, por Capitão Phillips
Jeff Pope and Steve Coogan, por Philomena
John Ridley, por 12 Anos de Escravidão
Terence Winter, por O Lobo de Wall Street

Trilha Sonora
A Menina Que Roubava Livros
Gravidade
Ela
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Philomena

Canção Original
Alone Yet Not Alone, Bruce Broughton (por Alone)
Happy, Pharrell Williams (por Meu Malvado Favorito 2)
Let It Go, Idina Menzel (por Frozen)
Ordinary Love, U2 (por Mandela: Long Walk to Freedom)
The Moon Song, Karen O (por Ela)

Filme em Língua Estrangeira
Alabama Monroe (Bélgica)
A Grande Beleza (Itália)
A Caça (Dinamarca)
A Imagem Que Falta (Camboja)
Omar (Palestina)

Longa de Animação
Os Croods
Ernest & Celestine
Meu Malvado Favorito 2
Frozen
Vidas ao Vento

Fotografia
Gravidade
Inside Lewin Davis
Nebraska
Os Suspeitos
O Grande Mestre

Figurino
Trapaça
O Grande Gatsby
12 Anos de Escravidão
O Grande Mestre
The Invisible Woman

Maquiagem e Cabelo
Clube de Compras Dallas
Jackass Apresenta: Vovô Sem Vergonha
O Cavaleiro Solitário

Montagem
12 Anos de Escravidão
Trapaça
Gravidade
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas

Direção de Arte
12 Anos de Escravidão
Trapaça
Gravidade
O Grande Gatsby
Ela

Efeitos Visuais
Gravidade
O Hobbit: A Desolação de Smaug
Homem de Ferro 3
O Cavaleiro Solitário
Além da Escuridão: Star Trek

Mixagem de Som
Gravidade
O Hobbit: A Desolação de Smaug
Capitão Phillips
Inside Llewyn Davis
O Grande Herói

Edição de Som
Al lis Lost
Capitão Phillips
Gravidade
O Hobbit: A Desolação de Smaug
O Grande Herói

Documentário Longa-Metragem
O Ato de Matar
Cutie and the Boxer
Guerras Sujas
Al Midan
A um Passo do Estrelato

Documentário Curta-Metragem
Cavedigger
Facing Fear
Karama Has no Walls
The Lady in Number 6
Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall

Curta de Animação
Feral
É Hora de Viajar
Mr Hublot
Possessions
Room on the Broom

Curta Live Action
Aquel no Era Yo
Avant Que de Tout Perdre
Helium
Do I Have to Take Care of Everything?
The Voorman Problem

Os nove indicados a melhor filme

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Tem filme brasileiro no Festival de Berlim

Wagner Moura e Jesuíta Barbosa: rumo a Berlim

Praia do Futuro, o novo longa-metragem de Karim Aïnouz, foi selecionado para a mostra competitiva do 64º Festival de Berlim, que acontecerá entre os dias 6 e 16 de fevereiro. O Brasil não concorre oficialmente na Berlinale desde 2008, quando Tropa de Elite venceu o Urso de Ouro. O filme é uma coprodução entre Brasil e Alemanha e traz como protagonistas Wagner Moura e a revelação do cinema nacional Jesuíta Barbosa, além do ator alemão Clemens Schick. Praia do Futuro está previsto para estrear nos cinemas brasileiros em 1º de maio de 2014.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

HBO divulga trailer da quarta temporada de Game of Thrones


Game of Thrones segue como uma das séries mais vistas e comentadas da TV, não somente por suas aventuras medievais empolgantes, mas também pelo modo como George R. R. Martin, autor dos livros que lhe deram origem (As Crônicas de Gelo e Fogo), sacrifica impiedosamente diversos personagens centrais da trama. A quarta temporada do seriado começa só no dia 6 de abril (estreia simultânea nos EUA e aqui no Brasil), mas a HBO já divulgou o primeiro trailer. Acabará nesta temporada a tirania do rei Joffrey? Danaerys conquistará o trono? Que rumo tomará a família Stark depois de parcialmente dizimada? Confiram o trailer que, claro, não responde a nenhuma dessas questões:


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Globo de Ouro 2014

Steve McQueen com o elenco de 12 Anos de Escravidão: venceu melhor filme dramático, mas só isso

A premiação dos Golden Globe Awards (ou Globos de Ouro) não apresentou nenhuma surpresa. Venceram os favoritos e, ao menos nas categorias já conferidas, podemos dizer que houve justiça. Bons exemplos disso são as vitórias do italiano A Grande Beleza como filme estrangeiro e de Cate Blanchett como melhor atriz dramática. Mesmo no caso da grande polarização da temporada – Gravidade x 12 Anos de Escravidão – os votantes optaram por agradar a gregos e troianos: 12 Anos levou melhor filme e Gravidade, melhor direção. Também foi bacana ver o eterno injustiçado Leonardo DiCaprio premiado, numa prova de que a Academia o esnoba, mas a imprensa não. Com tanta pulverização, American Hustle (que aqui se chamará Trapaça) correu por fora e se deu bem: o filme acabou levando três prêmios e se consagrando o grande favorecido da noite. Talvez a única decisão discutível tenha sido premiar Jennifer Lawrence de novo. Dizem que ela está ótima, mas teria sido uma boa oportunidade de consagrar June Squibb e, de quebra, evitar que o maravilhoso Nebraska saísse de mãos abanando. Nos prêmios destinados à TV, também se destacaram os favoritos Breaking Bad e Behind the Candelabra. A surpresa foi a premiação de uma série nova (Brooklyn 99) em duas categorias.

Confiram abaixo todos os ganhadores:

Cinema

Filme (drama) – 12 Anos de Escravidão
Filme (musical/comédia) – Trapaça
Ator (drama) – Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club
Ator (musical/comédia) – Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Atriz (drama) – Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Atriz (musical/comédia) – Amy Adams, por Trapaça
Ator Coadjuvante – Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Atriz Coadjuvante – Jennifer Lawrence, por Trapaça
Direção – Alfonso Cuarón, por Gravidade
Roteiro – Spike Jonze, por Ela
Trilha Sonora – All Is Lost
Canção Original – Ordinary Love, U2 (por Mandela: Long Walk to Freedom)
Filme em Língua Estrangeira – A Grande Beleza (Itália)
Filme de Animação – Frozen

TV

Série (drama) – Breaking Bad
Série (comédia) – Brooklyn 99
Ator em Série (drama) – Bryan Cranston, por Breaking Bad
Atriz em Série (drama) – Robin Wright, por House of Cards
Ator em Série (comédia) – Andy Samberg, por Brooklyn 99
Atriz em Série (comédia) – Amy Poehler, por Parks and Recreation
Minissérie ou Telefilme – Behind the Candelabra
Ator em Minissérie ou Telefilme – Michael Douglas, por Behind the Candelabra
Atriz em Minissérie ou Telefilme – Elisabeth Moss, por Top of the Lake
Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme  Jon Voight, por Ray Donovan
Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme – Jacqueline Bisset, por Dancing on the Edge

Cate Blanchett era favorita e deve levar o Oscar também

Matthew McConaughey dedicou o prêmio à esposa brasileira

Paolo Sorrentino: depois de perder a Palma de Ouro, A Grande Beleza vai à forra e vence o Globo de Ouro

Leo DiCaprio vence com mais uma parceria com Martin Scorsese