Para quem gosta do gênero terror/suspense, um filme que promete é essa coprodução entre Espanha e Canadá, Mama. O diretor Andrés Muschietti, em seu primeiro longa, realiza esse filme baseado em seu próprio e intrigante curta-metragem. Quem produziu o filme foi Guillermo Del Toro, que já tinha demonstrado possuir bom faro em descobrir novos talentos quando apostou em outro suspense de diretor novato (O Orfanato, 2007). Mama é estrelado pela onipresente Jessica Chastain e pelo bonitão Nikolaj Coster-Waldau, de Game of Thrones e Headhunters. A previsão de estreia aqui no Brasil é para o mês de abril. Confiram o trailer!
Contém todas as críticas, matérias e entrevistas publicadas no extinto site Artes & Subversão, em atividade de 2008 a 2015
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Os Miseráveis
O melhor adjetivo para Os Miseráveis é “grandioso”. O projeto é baseado no musical da Broadway que é sucesso há mais de vinte anos, que, por sua vez, vem de um musical francês que foi inspirado no eterno clássico da literatura de Victor Hugo, culminando nesta produção bastante ambiciosa e cheia de superlativos. O filme opta, ainda, pela arriscadíssima proposta de ter quase todas as suas falas cantadas, apresentando pouquíssimos diálogos de forma convencional. Mas não é que a perigosa proposta operística, mesmo com alguns problemas de elenco e ritmo, consegue cumprir as expectativas?
O primeiro grande trunfo de Os Miseráveis é contar com o multitalentoso Hugh Jackman à frente do elenco. O ator é uma força da natureza, com sua interpretação segura e visceral do fugitivo de bom coração Jean Valjean. Outro acerto inquestionável foi a escalação de Anne Hathaway como Fantine. A atriz, favorita ao Oscar de coadjuvante deste ano, faz com que sua participação relativamente pequena seja inesquecível. Um dos momentos mais emocionantes de todo o filme é uma longa cena que tem simplesmente o rosto de Anne em destaque enquanto ela canta com a voz embargada pelas lágrimas. O alívio cômico fica por conta de Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen como um criativo casal de trambiqueiros. Destaque também para os novatos Samantha Barks (Éponine) e Daniel Huttlestone (Gavroche), que provam que o talento transparece mesmo em pequenos papéis.
A orientação dada aos atores foi de buscar mais a emoção do personagem e menos o virtuosismo, tanto que as canções foram gravadas no set, ao vivo, quando o normal nesses casos é gravar a trilha em separado com todos os recursos de um estúdio. Alguns atores entenderam isso e colocaram a voz a serviço do personagem, como foi o caso de Hugh Jackman e Anne Hathaway. Já outros pareciam pouco à vontade – caso de Russell Crowe – ou tentavam bancar os cantores, impostando a voz e contrariando a proposta do filme, caso de Eddie Redmayne e Amanda Seyfried. Talvez por isso o ritmo do filme decaia um pouco na segunda metade, em contraste com uma primeira parte que beirava a perfeição. Aliás, a trama perde um pouco de sua força quando deixa em segundo plano o conflito pessoal de Jean e do inspetor Javert para dar espaço aos jovens revolucionários.
O diretor Tom Hooper vem do oscarizado O Discurso do Rei, um filme muito bem-realizado e com um roteiro redondo, mas talvez um pouco arrumadinho demais. O que se percebe é que Hooper se arriscou muito mais neste Os Miseráveis. Se o resultado final é um pouco irregular, o saldo ainda assim é definitivamente positivo. Afinal de contas, é um filme que, quando acerta, entrega momentos de pura poesia, superando suas falhas com incontáveis qualidades. É um filme realizado com paixão, e a vibração causada pela paixão é sempre bela e contagiante.
Os Miseráveis venceu três Globos de Ouro (filme musical/comédia, ator e atriz coadjuvante) e concorre a oito Oscars. Pelo menos o de Anne Hathaway me parece vitória certa.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
O Lado Bom da Vida
Temporada de Oscar geralmente é sinônimo de “cinemão”: filmes grandiosos, impressionantes, com orçamentos milionários e um visual de cair o queixo. Na contramão de tudo isso, alguns longas conquistam justamente por sua despretensão e aparente simplicidade, como é o caso deste O Lado Bom da Vida. E convenhamos que ter o bom senso de contar uma história humana e comovente sem resvalar na pieguice nem tentar manipular os sentimentos do espectador está longe de ser pouca coisa. Eis um filme que surpreende, diverte e deixa ao final uma genuína sensação de contentamento, seguindo um pouco a linha de produções como Pequena Miss Sunshine ou 500 Dias com Ela. Mérito do roteirista e diretor David O. Russell (o mesmo de O Vencedor) e de seu irrepreensível elenco.
Patrick teve uma crise nervosa depois de pegar a esposa no chuveiro com um colega de trabalho e espancá-lo ferozmente, sendo condenado a passar oito meses em uma clínica psiquiátrica. A trama começa quando Pat está saindo da clínica, desempregado e inconformado, e tem que voltar a morar com os pais porque a esposa tem uma ordem de restrição contra ele e a polícia está de olho em cada movimento seu. Tiffany mora no mesmo bairro e também não vive seu melhor momento: seu marido, um policial, morreu há pouco e ela lidou tão mal com a situação que começou a sair com todos os colegas de trabalho para tentar preencher o buraco em sua vida. Ao conhecer Patrick, ela esclarece a situação dizendo que “por algum tempo foi uma vadia, mas não é mais”. A partir daí, acompanhamos a gradual aproximação entre esses dois derrotados que querem se reerguer, narrada com muita graça, irreverência e ternura.
Bradley Cooper, um ator que até então se pensava estar destinado a ser tão-somente “o bonito”, é a grande surpresa do filme. Embora não tenha tido oportunidade de mostrar isso antes, o moço sabe atuar. Seu personagem, um homem essencialmente bom passando por uma fase difícil, é construído com maturidade e sem cair na armadilha dos exageros fáceis. A seu lado, a jovem e talentosa Jennifer Lawrence dá mais um passo no caminho para se tornar grande diva antes dos 30 anos. Outra bela surpresa é o reencontro de Robert DeNiro com o bom ator que costumava ser e que andava perdido em filmes de segunda linha. Aqui, voltamos a ter prazer em vê-lo em cena como um pai amoroso, mas cheio de manias e neuroses. Completando o time central, a habitual competência da australiana Jackie Weaver. Os quatro atores estão merecidamente indicados ao Oscar, embora somente Jennifer tenha uma pequena chance de vencer. Ano difícil. O filme concorre em outras quatro categorias: melhor filme, direção, roteiro adaptado e montagem.
Se, a exemplo dos concursos de misses, houvesse um Oscar de filme-simpatia, não tinha para mais ninguém. O Lado Bom da Vida já está em pré-estreia em algumas cidades e entra em definitivo no circuito na próxima sexta.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
SAG anuncia seus premiados
Ben Affleck acompanhado do elenco de Argo recebe o prêmio
O sindicato americano dos atores (Screen Actors Guild ou simplesmente SAG) é considerado o mais importante termômetro para o Oscar no que diz respeito a ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante, já que as duas premiações tem em comum um grande percentual de votantes para estas categorias. Vale lembrar que este ano as premiações em geral apresentaram uma lista de indicados muito diferente umas das outras. Um exemplo disso é que Christoph Waltz, premiado com o Globo de Ouro e favorito para o Oscar, não foi indicado pelo SAG, abrindo caminho para a vitória de Tommy Lee Jones. Já Marion Cottillard e Javier Bardem, ignorados pelo Oscar, apareceram aqui... mas não levaram. Sally Field, que concorre ao Oscar como melhor atriz, aqui foi indicada como coadjuvante, e por aí vai. Unanimidade? Por enquanto, Anne Hathaway. No setor televisivo, séries como Homeland e Hatfields & McCoys confirmaram o sucesso obtido nos Golden Globes. Já Argo levou o prêmio de melhor elenco (melhor filme disfarçado), o que o torna cada vez mais favorito em relação a Lincoln, mesmo a Academia tendo esquecido de indicar Ben Affleck como melhor diretor.
Confiram abaixo a relação dos premiados na cerimônia de ontem:
Cinema:
Melhor Elenco – Argo
Melhor Ator – Daniel Day-Lewis, por Lincoln
Melhor Atriz – Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida
Melhor Ator Coadjuvante – Tommy Lee Jones, por Lincoln
Melhor Atriz Coadjuvante – Anne Hathaway, por Os Miseráveis
TV:
Melhor Elenco em Série de Comédia – Modern Family
Melhor Elenco em Série Dramática – Downtown Abbey
Melhor Ator em Série de Comédia – Alec Baldwin, por 30 Rock
Melhor Atriz em Série de Comédia – Tina Fey, por 30 Rock
Melhor Ator em Série Dramática – Bryan Cranston, por Breaking Bad
Melhor Atriz em Série Dramática – Claire Danes, por Homeland
Melhor Ator em Telefilme ou Minissérie – Kevin Costner, por Hatfields & McCoys
Melhor Atriz em Telefilme ou Minissérie – Julianne Moore, por Virada no Jogo
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Lincoln
Filme novo de Steven Spielberg sempre deixa a indústria do cinema e os cinéfilos na expectativa, embora o século XXI não tenha sido dos mais férteis para o cineasta. Mas vejamos somente os três últimos, o meloso Cavalo de Guerra, a animação As Aventuras de Tintim e este Lincoln. Não resta dúvida de que a biografia do presidente americano é o melhor dos três, mas, ainda assim, é inevitável um pensamento inquietante à saída da sala escura: Spielberg não é mais o mesmo. Não que Lincoln não seja um bom filme; ao contrário, é uma produção impecável e bem-realizada, mas que não empolga. Talvez porque não se sinta a paixão que sempre foi característica do cineasta e que estava presente mesmo em filmes realistas e cruéis como A Lista de Schindler. Lincoln é um filme mais burocrático, ainda que tenha a seu favor a imensa sorte de contar com um elenco fabuloso. Um elenco maior do que o filme em si.
Daniel Day-Lewis compõe um Abraham Lincoln muito envolvente e simpático em suas contradições, revelando um homem que tinha um carisma inigualável perante o povo e, ao mesmo tempo, era um pouco atrapalhado em suas relações familiares e no jogo político. Um homem simples que gostava de contar “causos” e preferia as ruas aos gabinetes, enfim, um Lincoln sem pose. Outro aspecto interessante do roteiro de Tony Kushner (que já havia trabalhado com Spielberg há sete anos em Munique) é abordar o mítico presidente como um homem bem-intencionado no geral, mas que não era exatamente uma fortaleza moral e que acreditava que os fins justificam os meios. O elenco coadjuvante é todo muito adequado, com especial destaque para Tommy Lee Jones e David Strathairn. Já a indicação de melhor atriz coadjuvante para Sally Field parece ter sido fruto do peso das outras onze indicações ou do nome própria atriz, já que sua interpretação como primeira-dama é apenas OK.
No mais, é um filme com ritmo irregular, com uma primeira metade mais ilustrativa e uma segunda parte mais, digamos, cinematográfica, como se Spielberg quisesse, em um primeiro momento, jogar o máximo de informação possível sobre o panorama político da época e só depois começar a contar a trama propriamente dita. O problema é que neste início são apresentados em pouquíssimo tempo e de um modo superficial um número enorme de personagens, o que poderá deixar um pouco perdido qualquer espectador que não esteja muito familiarizado com a história política dos Estados Unidos e não tenha um razoável conhecimento prévio sobre a Guerra Civil Americana. Mas isso não chega a ser um problema, o maior pecado do filme vem de onde deveria vir sua maior virtude: da direção pouco inspirada de Spielberg.
Lincoln é o filme que detém o maior número de indicações ao Oscar deste ano: doze. Também tinha uma penca de indicações ao Globo de Ouro, mas saiu da festa somente com uma estatueta para a impressionante atuação de Daniel Day-Lewis. Mesmo estando as duas premiações em estranho descompasso neste ano, me arrisco a dizer que o mesmo acontecerá no dia 24 de fevereiro. Isso se o “miserável” Jean Valjean de Hugh Jackman não correr por fora e der uma rasteira no Lincoln de Day-Lewis. Aguardemos.
Lincoln estreia amanhã nos cinemas.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Aguardado reencontro
Depois de Viena e Paris, o próximo encontro do espectador com Celine e Jesse será em algum recanto da Grécia. Before Midnight, filme que fecha a trilogia iniciada em 1995 com Antes do Amanhecer, foi exibido no último domingo no Festival de Sundance. Neste terceiro episódio, mais uma vez acompanhamos um dia na vida do casal, quase vinte anos depois do primeiro encontro e nove depois do reencontro (Antes do Pôr-do-Sol, 2004). Assim como no segundo longa, o roteiro foi escrito pelo diretor Richard Linklater em parceria com os protagonistas Ethan Hawke e Julie Delpy. O filme também participará do Festival de Berlim, no próximo mês, e ainda não tem uma previsão de lançamento aqui no Brasil. Esperemos que não demore demais.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Entrando na fábrica de sonhos – Um dia na Cinecittà
O estúdio de cinema Cinecittà há mais de setenta anos povoa o imaginário não só dos italianos, mas de todos os amantes da sétima arte. Tudo se inicia em 1937, após um terrível incêndio que destrói um antigo estúdio de cinema em Roma. Naquele local, das cinzas, nasce o ambicioso sonho de construir o maior estúdio de toda a Europa, projeto do qual são encarregados o engenheiro Carlo Roncoroni e o arquiteto Gino Peressutti. Mas é somente no pós-guerra que a “cidade do cinema” começa a atingir seu verdadeiro ápice. Cineastas e estrelas de todo o mundo, inclusive de Hollywood, trazem suas produções para a Itália, como é o caso da Cleópatra de Joseph L. Mankiewicz e do premiado Ben-Hur de William Wyler.
Nos anos 70, o estúdio ganha ainda mais prestígio graças às obras-primas de grandes cineastas italianos, como Federico Fellini, Luchino Visconti, Pier Paolo Pasolini e Ettore Scola. Agora esse mítico espaço está ao alcance do visitante comum: desde abril de 2011, a exposição Cinecittà Si Mostra possibilita ao público não somente entrar em um grande estúdio, mas mergulhar no passado glorioso dessa fábrica de sonhos e magia. O que começou como uma mostra temporária, que deveria ter se encerrado alguns meses depois, continua até hoje em atividade graças à afluência incessante de pessoas de todo o mundo.
O cartaz da mostra
A exposição percorre a longa trajetória da Cinecittà, com fotos, documentos e depoimentos dos mais célebres atores, diretores e produtores que lá rodaram seus filmes. É possível ver inúmeros objetos de cena famosos, como uma carruagem usada por Luchino Visconti ou uma exótica capa de montaria usada por Fellini em seu Casanova. Logo na entrada, o visitante é recepcionado por uma imensa cabeça que sai da terra. Não é mera coincidência sentir-se em um filme de Fellini, já que se trata de uma imagem de Satyricon. Também são muitos os objetos usados em Cleópatra, incluindo o trono da rainha do Egito e figurinos originais usados por Elizabeth Taylor e Richard Burton.
Objeto de cena do filme Ludwig, de Luchino Visconti
Objeto de cena do Casanova de Federico Fellini
No setor denominado Backstage, além de percorrer os 75 anos de história do estúdio, o visitante ainda faz uma viagem pelas principais fases de uma produção cinematográfica, com setores dedicados a desvendar e explicar os segredos por trás da direção, do roteiro, do som, dos figurinos e dos efeitos especiais. Especialmente encantadoras são as salas onde estão expostos figurinos e acessórios de diversas épocas, que vão desde os usados por Marcello Mastroianni e Giulietta Masina em Ginger e Fred ao vestidão vermelho usado por Monica Bellucci há não tanto tempo assim em Irmãos Grimm.
Figurinos diversos, tendo ao centro o vestido usado por Monica Bellucci
Além da mostra, a Cinecittà ainda oferece visitas guiadas, nas quais um funcionário do estúdio guia o grupo por alguns sets de filmagem. Foram refeitos especialmente para os visitantes as ruas do início do século XX usadas por Martin Scorsese em Gangues de Nova York e a grandiosa Roma dos tempos antigos exibida no seriado Roma, da HBO, além de um cenário que recria a Firenze mostrada em The Borgias (mais especificamente, o cenário da execução do frei Savonarola). É uma experiência realmente vibrante para quem aprecia a sétima arte poder passear em meio a cenários vistos antes no cinema ou na TV e constatar como são realmente imponentes de perto.
A funcionária do estúdio (à esquerda) tira todas as dúvidas dos visitantes
A mostra funciona diariamente, com exceção das quartas-feiras, das 9h30 às 17h30 (os ingressos são vendidos até as 16h30). O bilhete inteiro só para a mostra custa 11,50 Euros, chegando a 20 no caso de inclusão da visita guiada, que acontece nos seguintes horários: 10h, 11h30, 13h, 14h, 15h30 e 16h30. Chegar lá é extremamente fácil, basta pegar a linha A do metrô e descer na própria estação Cinecittà, que fica bem em frente ao estúdio.
Confiram abaixo alguns outros registros fotográficos desse dia muito especial:
Na foto maior, Federico Fellini com sua Giulietta Masina e o Oscar
Alguns objetos de cena do filme Cleópatra...
... e os figurinos usados por Elizabeth Taylor e Richard Burton
Figurinos usados por Giulietta Masina e Marcello Mastroianni em Ginger e Fred
Olha eu aqui tirando onda no cenário usado por Martin Scorsese em Gangues de Nova York
Desvendando a ilusão
Cenário do seriado Roma
Cenário usado para as cenas da morte de Savonarola em The Borgias
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Hitchcock – trailer
Eis outro filme que vem aguçando a curiosidade dos cinéfilos. Nele, Anthony Hopkins, graças a um fabuloso trabalho de maquiagem, encarna o mítico Alfred Hitchcock. O filme não é exatamente uma biografia e sim um recorte de um determinado período, a exemplo do que já havia sido feito no recente Sete Dias com Marilyn. Aqui, acompanhamos a luta do cineasta para filmar um roteiro que era muito desacreditado a princípio: Psicose. O elenco conta ainda com Helen Mirren como a esposa Alma e Scarlett Johansson como Janet Leigh (com direito a assassinato no chuveiro e tudo). A previsão de estreia aqui no Brasil é 8 de fevereiro. Confiram o trailer:
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Django Livre
O enfant terrible de Hollywood está de volta, e em grande forma! Depois de se consagrar com suas tramas espertas, violentas e cheias de referências à cultura pop, Quentin Tarantino vem trilhando um caminho mais ambicioso que começou com as duas partes de Kill Bill (2003/2004) e se solidificou com Bastardos Inglórios (2009). Porém a maturidade só agora foi plenamente alcançada: Kill Bill, apesar dos momentos memoráveis, ainda era bastante desnivelado no todo e Bastardos Inglórios acabou se mostrando um ótimo filme, mas que não carregava muito a marca de Tarantino. Com este Django Livre, o cineasta atinge o melhor de dois mundos: ao mesmo tempo em que é um filme grandioso e bem-cuidado, o longa também consegue manter todo o charme de “filme B”, deboche e autoironia que consagraram o cineasta como um dos mais criativos das últimas décadas.
Se em Kill Bill o gênero reverenciado era o dos filmes de luta asiáticos e em Bastardos Inglórios o dos dramas de guerra, agora Tarantino volta suas lentes para o mais americano dos gêneros, o western. O que, por si só, já seria um prato cheio para os diálogos ácidos e as sequências espetaculares tão caras ao cineasta, mas aqui ele vai além, entregando um longa realmente apaixonante, onde a ação e a aventura então intimamente ligadas ao sarcasmo e a uma refinada crítica social que faz pensar se os Estados Unidos teriam mudado tanto assim desde os tempos da escravatura ou somente diversificado o foco da perseguição.
A trama se passa no velho oeste americano, dois anos antes da abolição da escravatura. King Schultz, dentista alemão que virou caçador de recompensas, compra o escravo Django para que este o ajude a identificar três bandidos que ele deve encontrar, prometendo libertá-lo uma vez concluído o negócio. Como Django é muito bom de mira, logo os dois viram parceiros de trabalho e a liberalidade do alemão, que trata um ex-escravo como seu igual, escandaliza todos por onde passam. Mas Django tem um único objetivo em mente: quer encontrar a esposa, que foi vendida por seu antigo senhor e agora é propriedade de um rico fazendeiro sem escrúpulos.
O nome do personagem-título é em homenagem a Django, western italiano de 1966 protagonizado por Franco Nero, que, aliás, faz uma participação neste filme. Outra aparição interessante é a do próprio Tarantino, numa cena que rende boas risadas. O elenco é um dos muitos pontos altos do filme, trazendo Jamie Foxx na primeira atuação realmente bacana desde que ganhou o Oscar com Ray em 2005. Já o austríaco Christoph Waltz é novamente responsável em conduzir uma empolgante sequência de abertura tarantinesca. E se o seu personagem ainda retém algumas coisas do caçador de judeus de Bastardos Inglórios, não se pode culpar o ator por tentar recriar o que deu certo (Waltz ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante em 2010 e foi novamente indicado este ano, já tendo vencido o Globo de Ouro no último domingo). O que importa é que sua interpretação é, mais uma vez, impagável. Também estão ótimos Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, este último irreconhecível.
Django Livre é um caldeirão de aventura, bom humor, sangue e suor. Uma mistura bem dosada de cinemão e irreverência. Referencial e original ao mesmo tempo. Resumindo, Tarantino não entregava um produto tão delicioso assim desde Pulp Fiction. O filme foi vencedor de dois Globos de Ouro (melhor roteiro e melhor ator coadjuvante) e obteve cinco indicações ao Oscar – merecia mais, considerando que a sua direção brilhante foi injustamente esquecida.
Sexta nos cinemas.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Globo de Ouro 2013 – Os Vencedores
Os Miseráveis (esq) e Argo (dir), os melhores filmes
Foi dada a largada das grandes premiações de 2013, com a entrega dos Golden Globe Awards (ou Globos de Ouro) na noite de ontem. O grande vencedor da noite acabou sendo o musical Os Miseráveis, com três estatuetas (filme comédia/musical, ator e atriz coadjuvante), seguido pelos ótimos Argo e Django Livre, com duas para cada. Impossível não ficar boquiaberta diante da situação de Ben Affleck, premiado como melhor diretor por Argo e sequer indicado ao Oscar. O filme também saiu vencedor como melhor filme drama, restando ao cotadíssimo Lincoln de Steven Spielberg somente o prêmio de melhor ator recebido por Daniel Day-Lewis.
Interessante foi o fato de Christoph Waltz ganhar pela segunda vez um Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante ao trabalhar em um filme de Quentin Tarantino. Django Livre levou, ainda, o prêmio de melhor roteiro. Outras curiosidades foram o retorno de Kevin Costner, premiado melhor ator em minissérie pelo western Hatfields & McCoys, e a inesperada presença do ex-presidente Bill Clinton apresentando o clipe de Lincoln. O momento especial da noite ficou por conta da sempre poderosa Jodie Foster e seu discurso ao receber o prêmio especial Cecil B. de Mille, que emocionou todos os presentes.
Enquanto Jennifer Lawrence, Christoph Waltz e Anne Hathaway já deram os primeiros sinais de confirmação de seu favoritismo nessa temporada de prêmios, o time dos esquecidos pelo Oscar (Leonardo DiCaprio, Marion Cottillard e Helen Mirren são bons exemplos) perderam suas oportunidades de levar um prêmio. Melhor sorte teve, graças à TV, a sempre ignorada Julianne Moore, que declarou que seus filhos “ficariam aliviados” por ela finalmente ter sido premiada com o drama televisivo Virada no Jogo. Já o simpaticão Hugh Jackman, vencedor de melhor ator na categoria musical/comédia, deixou claro o que muita gente já desconfiava: a vitória de Daniel Day-Lewis no Oscar ainda não é favas contadas.
Confiram abaixo os vencedores da noite de ontem:
Cinema
Melhor filme (Drama) – Argo
Melhor filme (Musical) – Os Miseráveis
Melhor Diretor – Ben Affleck, por Argo
Melhor filme (Musical) – Os Miseráveis
Melhor Diretor – Ben Affleck, por Argo
Melhor Ator (Drama) – Daniel Day-Lewis, por Lincoln
Melhor Atriz (Drama) – Jessica Chastain, por A Hora Mais Escura
Melhor Ator (Musical/Comédia) – Hugh Jackman, por Os Miseráveis
Melhor Atriz (Musical/Comédia) – Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida
Melhor Ator Coadjuvante – Christoph Waltz, por Django Livre
Melhor Atriz Coadjuvante – Anne Hathaway, por Os Miseráveis
Melhor Atriz (Drama) – Jessica Chastain, por A Hora Mais Escura
Melhor Ator (Musical/Comédia) – Hugh Jackman, por Os Miseráveis
Melhor Atriz (Musical/Comédia) – Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida
Melhor Ator Coadjuvante – Christoph Waltz, por Django Livre
Melhor Atriz Coadjuvante – Anne Hathaway, por Os Miseráveis
Melhor Roteiro – Django Livre
Melhor Trilha Sonora – As Aventuras de Pi
Melhor Trilha Sonora – As Aventuras de Pi
Melhor Canção Original – Skyfall, de 007 - Operação Skyfall
Melhor Filme de Animação – Valente
Melhor Filme em Língua Estrangeira – Amor (Áustria)
Melhor Filme em Língua Estrangeira – Amor (Áustria)
TV
Melhor Série de TV (Musical/Comédia) – Girls
Melhor série de TV (Drama) – Homeland
Melhor Minissérie ou Telefilme – Virada no Jogo
Melhor série de TV (Drama) – Homeland
Melhor Minissérie ou Telefilme – Virada no Jogo
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme – Kevin Costner, por Hatfields & McCoys
Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme – Julianne Moore, por Virada no Jogo
Melhor Ator em Série de TV (Drama) – Damian Lewis, por Homeland
Melhor Atriz em Série de TV (Drama) – Claire Danes, por Homeland
Melhor Ator em Série de TV (Comédia/Musical) – Don Cheadle, por House of Lies
Melhor Ator em Série de TV (Comédia/Musical) – Don Cheadle, por House of Lies
Melhor Atriz em Série de TV (Comédia/Musical) – Lena Dunham, por Girls
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme – Ed Harris, por Virada no Jogo
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme – Ed Harris, por Virada no Jogo
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme – Maggie Smith, por Downtown Abbey
Tarantino é o melhor roteirista e Christoph Waltz, o melhor ator coadjuvante por Django Livre
Os simpáticos Anne Hathaway e Hugh Jackman, de Os Miseráveis: melhor atriz coadjuvante e melhor ator
A jovem e bela Jennifer Lawrence, e Ben Affleck, literalmente rindo por último
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Oz: Mágico e Poderoso - trailer
Na categoria “filmes que queremos muito ver em 2013”, com certeza um dos que estão causando mais expectativa é esta curiosa versão de O Mágico de Oz dirigida por Sam Raimi e que traz James Franco como o mago e Rachel Weisz como a famosa bruxa má do Oeste. Oz: Mágico e Poderoso tem previsão de estreia para 8 de março. Confiram o trailer:
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Oscar 2013 – Os indicados
Os indicados os Oscar deste ano acabam de ser anunciados pelo diretor Seth McFarlane (que também será o apresentador deste ano) e pela atriz Emma Stone. Os campões de indicações foram Lincoln, com doze, e As Aventuras de Pi, com onze. O Lado Bom da Vida e Os Miseráveis obtiveram oito indicações cada, seguidos por Argo, com sete. Não existe exatamente uma grande surpresa na lista, apenas algumas ausências a lamentar, como, por exemplo, terem “esquecido” de Quentin Tarantino e Ben Affleck para Melhor Direção. Outro fato curioso é a indicação de Quvenzhané Wallis, de apenas nove anos, como melhor atriz. A menina concorre com Emmanuelle Riva, de 86. A cerimônia do Oscar este ano acontecerá no dia 24 de fevereiro. Confiram abaixo todos os indicados:
Melhor Filme
Amor
Argo
Indomável Sonhadora
Django Livre
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Lincoln
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura
Melhor Ator
Bradley Cooper, por O Lado Bom da Vida
Daniel Day-Lewis, por Lincoln
Hugh Jackman, por Os Miseráveis
Joaquin Phoenix, por O Mestre
Denzel Washington, por Flight
Melhor Atriz
Jessica Chastain, por A Hora Mais Escura
Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida
Emmanuelle Riva, por Amor
Quvenzhané Wallis, por Indomável Sonhadora
Naomi Watts, por O Impossível
Melhor Ator Coadjuvante
Alan Arkin, por Argo
Robert De Niro, por O Lado Bom da Vida
Philip Seymour Hoffman, por O Mestre
Tommy Lee Jones, por Lincoln
Christoph Waltz, por Django Livre
Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams, por O Mestre
Sally Field, por Lincoln
Anne Hathaway, por Os Miseráveis
Helen Hunt, por The Sessions
Jacki Weaver, por O Lado Bom da Vida
Melhor Direção
Michael Haneke, por Amor
Ang Lee, por As Aventuras de Pi
David O. Russell, por O Lado Bom da Vida
Steven Spielberg, por Lincoln
Benh Zeitlin, por Indomável Sonhadora
Melhor Roteiro Original
Amor
Django Livre
Flight
Moonrise Kingdom
A Hora Mais Escura
Melhor Roteiro Adaptado
Argo
Indomável Sonhadora
As Aventuras de Pi
Lincoln
O Lado Bom da Vida
Melhor Longa de Animação
Melhor Fotografia
Valente
Frankenweenie
ParaNorman
Piratas Pirados!
Detona Ralph
Melhor Filme em Língua Estrangeira
Amor (Áustria)
A Feiticeira da Guerra (Canadá)
No (Chile)
O Amante da Rainha (Dinamarca)
Kon-Tiki (Noruega)
Melhor Fotografia
Anna Karenina
Django Livre
As Aventuras de Pi
Lincoln
007 - Operação Skyfall
Melhor Montagem
Argo
As Aventuras de Pi
Lincoln
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura
Melhor Direção de Arte
Anna Karenina
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Lincoln
Melhor Figurino
Anna Karenina
Os Miseráveis
Lincoln
Espelho, Espelho Meu
Branca de Neve e o Caçador
Melhor Maquiagem
Hitchcock
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
Os Miseráveis
Melhor Trilha Sonora
Anna Karenina
Argo
As Aventuras de Pi
Lincoln
007 - Operação Skyfall
Melhor Canção Original
Before My Time, de Chasing Ice
Suddenly, de Os Miseráveis
Pi’s Lullaby, de As Aventuras de Pi
Skyfall, de 007 - Operação Skyfall
Everybody Needs a Best Friend, de Ted
Melhor Mixagem de Som
Argo
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Lincoln
007 - Operação Skyfall
Melhor Edição de Som
Argo
Django Livre
As Aventuras de Pi
007 - Operação Skyfall
A Hora Mais Escura
Melhores Efeitos Visuais
Os Vingadores
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
As Aventuras de Pi
Prometheus
Branca de Neve e o Caçador
Melhor Documentário Longa-Metragem
5 Broken Cameras
The Gatekeepers
How to Survive a Plague
The Invisible War
Searching for Sugar Man
Melhor Documentário Curta-Metragem
Inocente
Kings Point
Mondays at Racine
Open Heart
Redemption
Melhor Curta de Animação
Adam and Dog
Fresh Guacamole
Head Over Heels
Paperman (2012): John Kahrs
The Simpsons: The Longest Daycare
Melhor Curta (Live Action)
Asad
Buzkashi Boys
Curfew
Dood van een Schaduw
Henry
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