sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Planeta dos Macacos – A Origem



Refilmagens, de um modo geral, se situam em terreno pantanoso. Se o diretor toma muitas liberdades em relação a seu antecessor, é acusado de desrespeitar o original; se, por outro lado, o novo filme resulta muito parecido, nos perguntamos por que, afinal de contas, foi feito o remake. No caso de O Planeta dos Macacos, até mesmo um cineasta competente e criativo como Tim Burton tropeçou ao refilmar o clássico da ficção científica na década passada. O novato Rupert Wyatt foi mais esperto e apostou na tendência do momento, que é dar um novo ângulo a um enredo já conhecido. Planeta dos Macacos – A Origem, como o título já define, se situa em um momento anterior e mostra o início da dominação símia sobre o homem.

A história parte do ponto em que o cientista Will Rodman faz experiências em macacos para testar uma droga inovadora que pode curar o Mal de Alzheimer. Mas, devido a um erro de interpretação, o teste final perante os patrocinadores dá terrivelmente errado e o antes promissor cientista cai em desgraça. As cobaias são sacrificadas, com exceção de um chipanzé recém-nascido que Will leva para casa e ao qual se afeiçoa paternalmente. Logo ele descobre que o chipanzé, batizado de Caesar, tem habilidades inacreditáveis e, estimulado, consegue se comunicar através de sinais e demonstrar sentimentos e raciocínio semelhantes ao do ser humano. O grande problema é que, fora de seu restrito círculo familiar, Caesar é visto por todos como apenas um animal. E não gosta nem um pouco disso.


Apesar do roteiro um pouco esquemático, o filme cativa o espectador devido a seu ritmo eletrizante e o frescor que consegue impor a uma história tão conhecida do público. Outro ponto alto são as referências; não apenas ao Planeta original, mas também ao universo sci-fi de um modo geral. E, embora o elenco cumpra bem sua parte (com destaque para o veterano John Lithgow), os personagens humanos são os coadjuvantes da trama e o grande atrativo fica mesmo por conta da macacada digital. O filme comete a ousadia de ter longas sequências protagonizadas somente pelos macacos e – surpresa! – são justamente essas as melhores e mais vibrantes cenas do filme. Através da técnica de captura de expressões faciais, o ator Andy Serkis dá show como o inteligente e revoltado Caesar. Serkis, aliás, já é um expert em dar vida a personagens digitais, tendo no currículo o Gollum da trilogia O Senhor dos Anéis e o King Kong mais recente.

Planeta dos Macacos – A Origem é uma grata surpresa com potencial para agradar tanto aos fãs do clássico com Charlton Heston quanto aos neófitos que não conhecem nada sobre essa ótima alegoria sobre o grau de involução do ser humano. 


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