sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Último Amor de Mr. Morgan


Exibido no último Festival do Rio, este O Último Amor de Mr. Morgan estreia com duas sessões em apenas uma sala de cinema do Rio. E o tamanho do circuito, neste caso, realmente é proporcional à relevância do filme, que mostra-se um elogio à insignificância da primeira à última cena. O argumento já é uma das coisas mais batidas das últimas décadas: um viúvo solitário, que se considera no fim da vida, de repente renasce através da súbita paixão por uma jovem que enxerga no senhor com idade para ser seu avô uma sabedoria e charme inexistente nos mais jovens. 

Está certo que há muitos bons filmes que pegam um argumento desses e a partir daí criam algo de original (como A Garota de Lugar Nenhum, exibido no mesmo Festival), mas não é o que acontece neste filme. As situações e os diálogos são de uma previsibilidade assustadora. Mesmo o sempre digno Michael Caine parece deslocado, como se estivesse atuando de má vontade – e não podemos culpá-lo, já que o roteiro o transforma em um tiozinho babão. Somente Justin Kirk, que interpreta o filho com problemas de rejeição, consegue dar um pouco de credibilidade a seu personagem. Quando ele entra na história, quase acreditamos que a trama mudará de direção – e muda, só que para pior. Bem antes da metade do filme, já fica claro o rumo que a história tomará e esperar que o absolutamente previsível se materialize na tela é muito entediante; aliás, beira o insuportável ver todas aquelas cenas de discussão e desencontro que já vimos escritas e interpretadas melhor em outros filmes. 

Conseguir assistir a esse filme até o final é um tédio que nem a charmosa ambientação parisiense consegue amenizar. E aí pensamos: um filme coproduzido por quatro países (Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e França), estrelado por Michael Caine e dirigido pela cineasta do simpático Simplesmente Martha...  para chegar a um resultado desses?

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