quinta-feira, 24 de abril de 2014

Amante a Domicílio


Encontra-se em pré-estreia, com sessões diárias em diversos cinemas do Rio, Amante a Domicílio (neste caso deveria ser "em domicílio", mas tudo bem). Para quem não está ligando o título ao filme, trata-se daquele longa de John Turturro que conhecemos há muito tempo pelo seu título original, Fading Gigolo - o filme inclusive foi exibido no Festival do Rio do ano passado desse modo. Turturro, além de ser um excelente ator, deve ser um cara muito querido no meio artístico. Afinal de contas, mesmo ainda não tendo realizado nenhum longa de relevância como diretor, sempre consegue reunir um elenco no mínimo interessante. Aqui ele divide a tela com ninguém menos do que Woody Allen e ainda tem Sharon Stone, Sofia Vergara e Liev Schreiber em papéis coadjuvantes.

Woody Allen interpreta Murray, um dono de livraria à beira da falência que, da noite para o dia, resolve faturar um extra como cafetão do seu melhor amigo. O mais engraçado é o modo como a situação se estabelece logo na cena inicial: Murray conta a Fioravante (o próprio Turturro) que estava conversando com sua dermatologista quando ela disse que gostaria de fazer um ménage à trois e perguntou se ele conhecia alguém. E ele simplesmente ofereceu o amigo, que até então fazia arranjos em uma floricultura. Logo Fioravante se torna uma sensação no bairro, mesmo não sendo bonito, graças a seu estilo “homem de verdade”.

O filme é simpático e divertido, apesar de ser um pouco irregular em termos de ritmo. Turturro, que também assina o roteiro, reproduz muito do estilo e do humor característicos dos filmes de Woody Allen. Estão lá vários de seus temas recorrentes, como, por exemplo, o olhar debochado sobre a comunidade judaica e seus costumes. A diferença é que os roteiros de Allen costumam ser mais redondos e aqui o pique inicial da história decai a partir do momento em que Fioravante se apaixona. Com menos do impagável Allen em cena e mais romance clichê, o espectador certamente sentirá que o filme perde um pouco de fôlego.

Em todo caso, é uma boa pedida para os que buscam um olhar irreverente sobre o amor e certamente mais um degrau na ainda breve filmografia de John Turturro como cineasta.

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