quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Casa dos Sonhos


O executivo Will Atenton larga o emprego para poder se dedicar mais à família e muda-se com a esposa e as duas filhas para uma bela casa no interior de New England. Não tarda até que descubram que sua casa dos sonhos foi cenário de um crime apavorante cinco anos antes, quando o proprietário anterior assassinou toda a família. Will começa a investigar, mas o assunto parece um tabu dentre os moradores. A vizinha da casa em frente, Ann, obviamente sabe alguma coisa, mas recusa-se a falar. Enquanto isso, sua família, insegura, começa a ver um homem à espreita e a ouvir coisas. Realidade ou apenas fruto de mentes assustadas? Will precisa encontrar a verdade e descobrir se também a sua família corre perigo.

É no mínimo curioso que um elenco estelar como esse – incluindo aí o atual James Bond e a talentosa e oscarizada Rachel Weisz – e um diretor que tem no currículo coisas boas como Meu Pé Esquerdo, Em Nome do Pai e Terra dos Sonhos tenha se mobilizado em torno de um filme tão imaturo. Com um roteiro cheio de pontas soltas e pistas jogadas a esmo, A Casa dos Sonhos parece coisa de diretor estreante, que quer provar muito a si mesmo e, nessa ânsia em mostrar serviço, acaba por exagerar e ignorar todas as leis do bom senso.

São tantas reviravoltas, tantas pistas falsas e, vamos ser francos, tantas ideias “emprestadas” de outros filmes que o somatório final de todas essas partes acaba fazendo pouco (ou nenhum) sentido. O empréstimo mais evidente é de um certo filme de suspense feito em 2010 por um grande diretor americano, mas muitas outras partes soam como trechos de outros longas, em um cardápio extenso e variado. Podemos dizer que se trata de um filme Frankenstein, que vai perdendo a credibilidade conforme vão se acumulando as partes dissonantes. Sobram pontos de virada; falta coerência ao todo.

Ao final, a impressão que fica é a de que esse excesso de pontas soltas e detalhes desnecessários são inseridos justamente com a intenção de que cada espectador dê ao filme a direção que achar melhor. Ao longo de toda a projeção, o longa vai apontando em todas as direções apenas para desembocar em uma explicação frouxa (e inferior a todas as outras possibilidades que o roteiro nos fez cogitar antes). O excesso de burrice de determinado personagem não convence, assim como parece pouco crível a trajetória de outros – uma vez esclarecida a real condição deles na história.

Em um filme onde nada é muito original (até o cartaz parece reciclado de outros filmes), resta um bom elenco, que realmente se esforça para emprestar dignidade a um longa pouco convincente.

Sexta nos cinemas.

Um comentário:

  1. Concordo. Soube inclusive que o diretor pediu para tirar seu nome do créditos. #tenso

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