terça-feira, 20 de setembro de 2011

Elvis & Madona


A motociclista Elvis é fotógrafa e sonha trabalhar fixo para um jornal, mas também precisa entregar pizzas para se sustentar. A travesti Madona é cabeleireira em um salão em Copacabana e junta dinheiro há anos para realizar seu sonho de produzir e estrelar um show. O acaso faz com que essas duas pessoas tão diferentes fiquem amigas, e da amizade brota uma nada convencional história de amor.

Não se enganem: apesar de tudo de provocador que um argumento assim possa parecer, Elvis & Madona é, em primeiro lugar, um filme fofinho. Uma comédia romântica, leve e divertida sobre a questão dos rótulos e da identidade sexual. Certamente não é por acaso que podemos ver em uma cena no quarto de Madona um pôster de Quanto Mais Quente Melhor ao fundo. Ou como diz Elvis – que é Elvira na certidão de nascimento – ela, que é lésbica, está a fim de uma mulher que não é uma mulher, mas é uma mulher.

Em seu longa de estreia, o diretor Marcelo Laffite realiza um filme doce, divertido e com bom ritmo. O roteiro é redondinho e apenas exagera um pouco em algumas situações e personagens, como as cenas envolvendo os amigos de Madona do salão e a do almoço com a família de Elvis, mas nada que chegue a comprometer o prazer de assistir a essa história que só poderia mesmo ter Copacabana como cenário. O filme também cativa o espectador graças à boa química de seus protagonistas. O pouco conhecido Igor Cotrim é uma boa surpresa e confere bastante verdade a um personagem difícil, enquanto Simone Spoladore tem um dos melhores desempenhos de sua carreira com sua Elvis cheia de nuances, alternando masculinidade e fragilidade.

O filme participou de diversos festivais ao longo do ano passado. No do Rio, teve seu roteiro premiado; no de Natal venceu seis prêmios, incluindo melhor filme, direção e ator para Igor Cotrim. 

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