quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Os Nomes do Amor


Esta deliciosa comédia inicia mostrando seus dois protagonistas crescendo em separado, com direito a divertidas sobreposições onde o personagem jovem interage com sua versão mais velha. Ela é Bahia, jovem parisiense de origem muçulmana – muitas vezes tomada por brasileira devido ao nome – e ardorosa esquerdista. Seu engajamento chega ao ponto dela praticar a original técnica de levar reacionários para a cama e, desse modo, convertê-los à sua causa.  Ele é Arthur, um homem maduro e tímido, marcado por uma infância cheia de tabus quanto à origem judaica da família. Arthur não é de direita, e Bahia parece genuinamente interessada nele – embora não saiba explicar o porquê.

Os Nomes do Amor é aquele tipo de longa que conquista pelo conjunto da obra: um argumento interessante convertido em um bom roteiro, personagens simpáticos interpretados por atores carismáticos, um visual bacana a serviço de uma história plena de bom humor, romance e originalidade. Os diálogos são ótimos e dinâmicos, sempre pontuados pela oposição política de ideias, e os atores Sara Forestier e Jacques Gamblin tem excelente química em cena, fazendo com que a plateia torça por esse casal tão diferente. Resumindo: é um filme que, mesmo não podendo ser considerado uma obra-prima, tem tudo no seu devido lugar. E isso não é pouca coisa, palmas para o diretor e roteirista Michel Leclerc.

O filme, selecionado para a Semana da Crítica do Festival de Cannes, arrebatou dois Cesar em sua terra natal (melhor atriz e melhor roteiro original). Vale muito a pena conferir.

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