sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Asteroide


Após o divórcio, Cristina deixa a Espanha e retorna ao México depois de muitos anos afastada da família. A acolhida não é exatamente a esperada: seu irmão Mauricio vive na casa dos falecidos pais com a namorada 20 anos mais nova e Cristina sente-se uma intrusa desde a sua chegada. Existem questões pendentes que ela gostaria de passar a limpo, mas Mauricio parece uma pessoa muito diferente agora. Os antigos conhecidos, por sua vez, parecem nunca tê-la perdoado pelo incidente que resultou na sua mudança para outro país.

Eis o típico drama existencial latino que vemos com tanta frequência no Festival do Rio. Traumas familiares do passado que voltam à tona depois de anos de negação. Asteroide tem seus momentos inspirados, mas não decola. O ritmo é tão arrastado e há uma quantidade tão grande de cenas fora do tom que o resultado é insatisfatório. Também o elenco contribui para que o filme fique aquém do seu potencial: Arturo Barba e Sofía Espinosa, intérpretes de Mauricio e Elda, não conseguem imprimir a carga emocional requerida por seus personagens. Somente Sophie Alexander-Katz compõe sua Cristina com nuances interessantes. O filme não chega a ser ruim, mas sua dramaturgia é excessivamente plana, ainda mais considerando os temas doloridos que o argumento se propõe a abordar.

Asteroide (idem), de Marcelo Tobar. Com Sophie Alexander-Katz, Arturo Barba, Sofía Espinosa, Ari Brickman. México, 2014. 102’. Foco México.




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