segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Fantasia


Independentemente do que se possa argumentar, os motivos que levam alguém a gostar ou não de um filme são quase sempre subjetivos. O que fica mais evidente durante um festival, repleto de longas que ainda não passaram pelo crivo da crítica. Quantas vezes se recomenda entusiasticamente um filme aos amigos... e eles odeiam? Há, porém, unanimidades. Para o bem e para o mal. Imaginem uma sessão durante a qual muitos abandonam a sala, outros tantos bocejam e todos os seus conhecidos presentes detestam o filme. Assim foi com este Fantasia.

O roteiro é um fiapo de história que alinhava cenas aleatórias do começo ao fim. Vejamos o que diz a sinopse: “Lin vive em um lar em frangalhos. A mãe está desempregada e vive pedindo dinheiro para o tratamento do marido com leucemia. A irmã mais velha começa a trabalhar como faxineira e rapidamente se torna prostituta em uma boate. Lin está cansado de ser marginalizado na escola pela doença do pai. Um dia, à beira do rio, o garoto descobre um navio abandonado onde vive um pai com uma estranha filha, de quem Lin se torna amigo. A aproximação entre eles acaba por afastar Lin da escola e obriga seu professor a visitar sua mãe para compreender o porquê.” Sim, é isso que vemos na tela. Basicamente. Como se tais cenas tivessem sido filmadas e pronto, sem nenhuma dramaturgia alinhavando-as. Em determinado momento, aparece uma pessoa ao longe com um trompete tocando uma versão estranhíssima de ‘O Sole Mio. Não me perguntem o motivo.

Detalhe: o filme foi exibido na mostra Un Certain Regard de Cannes 2014. O que prova que o mais prestigiado festival do mundo também dá bola fora. Fujam.

Fantasia (idem), de Chao Wang. Com Jian RenZi, Hu RuiJie, Su Su. Chi, 2014. 85’. Panorama do Cinema Mundial.


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