quarta-feira, 28 de abril de 2010

Homem de Ferro 2


Dois anos após o retumbante sucesso de Homem de Ferro, Robert Downey Jr. volta a interpretar o mais polêmico de todos os heróis de Marvel. Homem de Ferro 2 inicia no mesmo ponto em que a trama havia sido interrompida, quando o mundo descobre que o inventor bilionário e playboy excêntrico Tony Stark é o cara dentro da armadura do Homem de Ferro. Ao mesmo tempo que o governo americano pressiona Tony a compartilhar sua tecnologia com as forças armadas, o inescrupuloso empresário Justin Hammer quer assumir essa função e, para tanto, patrocina e encoberta o criminoso Ivan Vanko, genial e vingativo cientista russo que tem contas a acertar com a família Stark. Tony também corre contra o tempo, já que a engenhoca que o mantém vivo também envenena seu sangue progressivamente.

Sequências são ingratas. É preciso dar continuidade a uma trama preexistente (muitas vezes conduzida por outro diretor), manter nos eixos o que funcionou, consertar o que deu errado e ainda acrescentar novos atrativos. Jon Favreau leva a vantagem de ter dirigido também o longa anterior e se saiu bem em manter a produção nivelada ao primeiro filme, mas o fato do longa de 2008 ainda ser recente no imaginário do espectador ao mesmo tempo facilita e atrapalha esta seqüência: facilita porque Favreau e o roteirista Justin Theroux já tinham uma base sólida a partir da qual prosseguir com a história e não precisaram perder tempo com introduções ou explicações; por outro lado, o filme acaba não alçando vôo independente e, ao final da projeção, deixa a sensação de ser apenas um elo de ligação entre o primeiro Homem de Ferro e o iminente filme dos Vingadores.

É bem verdade que o vilão russo interpretado pelo cada vez mais bizarro Mickey Rourke injeta alguma novidade neste segundo filme, mas, ainda assim, sente-se falta de um melhor desenvolvimento do personagem. Sua caracterização é tão interessante que o espectador lamenta não saber mais sobre ele. A bela Scarlett Johansson também chega de visual novo e ar letal – o que provocou manifestações hormonais de alguns coleguinhas durante a exibição – mas também sobre ela não ficamos sabendo muita coisa além do essencial. O filme explora a fundo as nuances e contradições do protagonista, mas o roteiro acaba pecando por não dar conta dos personagens coadjuvantes. Em especial o antagonista, cujas motivações ficam apenas num patamar superficial.


Dito isso, é se divertir com Robert Downey Jr. destilando charme e sarcasmo na pele de um personagem que cai como uma luva para ele. Claro que tal sintonia se deve muito mais ao jeitão descolado do ator do que a um grande trabalho de interpretação, mas o que importa é que funciona e é delicioso vê-lo em cena como o politicamente incorreto Tony Stark. Junte-se a isso bons diálogos e algumas piadinhas metalingüísticas – sendo a melhor de todas uma envolvendo o escudo do Capitão América – e está criada a fórmula de sucesso do filme, que deve seguir os lucrativos passos de seu antecessor.

E não deixa de ser mais uma grande ironia reparar que o grande blockbuster americano de 2010 é estrelado por dois atores que há alguns anos os produtores hollywoodianos não queriam ver nem pintados de ouro. É como diria aquela mocinha sulista, nada como um dia após o outro.

Sexta-feira nos cinemas.

2 comentários:

  1. Erika, detesto o primeiro filme justamente por esse desenvolvimento superficial dos personagens coadjuvantes. Jeff Bridges poderia ter passado sem encarar aquele vilão patético. Embora a sequência tenha Scarlett Johansson e a minha querida Gwyneth Paltrow (espero que ela não seja ofuscada pela colega de elenco), só devo assistir na tela grande se eu for com os amigos e com um balde de pipoca ao lado.

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  2. Repete o primeiro, só que, desta vez, é tudo mega. Cenários mega, efeitos mega, ação mega etc. Vale acompanhar a saga do Iron Man, mas o filme não me empolga tanto.

    Saudações minha cara!

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