terça-feira, 3 de abril de 2012

Espelho, Espelho Meu


Eu tenho muita curiosidade de saber o porquê desses projetos gêmeos que aparecem de vez em quando. Já tivemos dois Robin Hoods simultâneos, duas animações sobre insetos (FormiguinhaZ e Vida de Inseto) e quase nasceram dois filmes sobre Alexandre – infelizmente, o projeto de Baz Luhrmann foi engavetado, só tendo sobrevivido o péssimo longa de Oliver Stone. 2012 será o ano da disputa entre duas Brancas de Neve, ou melhor, entre a rainha má de Julia Roberts e a de Charlize Theron. Julia é a primeira a chegar às telas com este Espelho, Espelho Meu.

A proposta desta versão seria cômica, o que funciona muito bem com Julia Roberts, Nathan Lane e os (ótimos) anões e nada bem com Lily Collins, sendo a Branca de Neve insossa da atriz o elo mais frágil de toda a produção. Lily não demonstra nenhuma veia cômica nem possui carisma suficiente para tornar crível a famosa profecia do espelho mágico – aliás, toda a concepção feita em cima do espelho é forçadérrima. Também o príncipe interpretado por Armie Hammer não faz muito além de enfeitar a tela, embora nesse caso a culpa pareça mais do personagem sem sal do que propriamente do ator, que vem de uma excelente atuação em J. Edgar.


O diretor é o indiano Tarsem Singh, que vem de trabalhos realmente pavorosos como A Cela e, mais recentemente, Imortais. Olhando pelo ângulo de sua filmografia, Espelho, Espelho Meu pode ser considerado um avanço, por tratar-se de uma diversão totalmente assistível. Ainda assim, é inevitável a frustração por um filme que parece a todo momento estar prestes a decolar, mas chega ao desfecho sem nunca conseguir alcançar plenamente seu potencial. Nada disso é culpa de Julia, que faz o possível para manter o nível de interesse em cada cena que aparece, usando todo o charme e graça da eterna linda mulher.

Agora é esperar Branca de Neve e o Caçador – que só estreia em junho – para bater o martelo. 

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