domingo, 6 de maio de 2012

Supernatural - Coletiva de imprensa


A coletiva de imprensa aconteceu muito na base da improvisação, tanto pelo tumulto generalizado que tomou conta do local como pelos imprevistos. Os organizadores bem que tentaram minimizar os percalços, mas foi uma tremenda decepção a recusa de Jared Padalecki em falar com a imprensa. Como a notícia só foi dada na última hora, a maioria dos jornalistas ficou com sua pauta prejudicada e teve que improvisar perguntas de última hora para cobrir o rombo. Outro fator que prejudicou muito o andamento foi a ausência de um tradutor, já que conduzir a coletiva inteira em inglês e ainda gravar ou fazer anotações atrapalha mesmo quem tem fluência no idioma. Por sorte, os atores encararam tudo com espírito esportivo, demonstrando todo o bom senso que faltou ao convidado principal.

A coletiva foi feita em duas partes: primeiro vieram para a sala Richard Speight Jr. e Mark Sheppard, respectivamente o anjo Gabriel e Crowley, o rei do inferno. As primeiras perguntas foram as habituais: se eles estão gostando do Brasil e o que viram de interessante. Richard disse ter conhecido a cidade de Paraty, que classificou como bela e exótica, ao passo que Mark nada pode dizer pelo fato de ter chegado ao Brasil no dia anterior. Perguntados sobre música brasileira, ambos lembraram ao mesmo tempo de Garota de Ipanema e, animados, começaram a cantarolar. A essa altura, Richard pegou o microfone de uma repórter que estava sobre a mesa e começou a entrevistar Mark, que aproveitou para falar sobre futebol. O ator contou que tem dois filhos (de 6 e 7 anos) que jogam futebol e que eles começaram a praticar o esporte porque eram fãs de Ronaldo.

Como o seriado tem uma visão bastante particular sobre os seres sobrenaturais, perguntei a Richard se o fato de interpretar Gabriel mudou a concepção que ele tinha sobre os anjos:

“Logo que comecei a me preparar para o personagem, até pesquisei sobre o Gabriel bíblico, mas entendi que aquilo pouco ajudaria e que o Gabriel da série vai por outro rumo, já que Supernatural criou sua própria mitologia sobre céu e inferno”.


Os atores interagiram muito com os jornalistas, brincando o tempo todo a respeito de seus personagens e do que eles fariam em determinada situação. Um dos momentos mais divertidos foi quando alguém perguntou a Mark sobre o sucesso do seu vilão e ele confundiu a palavra success com sexy e justificou o mal-entendido dizendo que pensou nisso por estar no Brasil. Richard entrou na brincadeira e disse para ele não se preocupar, porque ele era mesmo um cara sexy. Perguntados sobre o humor que pontua as falas e se eles tem espaço para improvisar, ambos concordaram que improvisar é divertido, mas que também poderia ser complexo, porque eles trabalham com cronogramas muito apertados e isso poderia atrapalhar.

A segunda parte da coletiva foi composta dos atores Misha Collins e Mark Pellegrino – na série, Castiel e Lúcifer – e do produtor Jim Michaels. Os três entraram na sala destinada à imprensa enquanto as fãs na sala em anexo gritavam diante da presença de Richard e Mark, que haviam acabado de passar para lá. Misha comentou, entre risos, que as fãs brasileiras são mesmo loucas. O ator já tinha estado em uma convenção anterior em São Paulo, mas era a primeira vez que vinha ao Rio. Ao ser perguntado por que as fãs daqui são diferentes, disse que “talvez sejam mais exuberantes”, ao que Mark Pellegrino acrescentou viu algumas meninas dormindo do lado de fora do hotel.

Perguntei a Mark o que ele havia pensado quando o seu agente lhe disse que queriam contratá-lo para interpretar ninguém menos do que Lúcifer e também se a concepção do personagem como um cara bem-humorado, esperto e irônico seria um modo de ser menos odiado.

“Bom, eu achei que eles tinham chamado a pessoa errada, que era um erro de casting. Isso do humor é um mérito mais dos roteiristas. Um cara mau é sempre um cara mau, não tem como fugir disso, mas é sempre melhor quando ele também tem um lado divertido.”


Sobre a permanência de Misha e Mark na próxima temporada, Jim Michaels disse que seria uma surpresa se eles não continuassem na oitava temporada. Acrescentou, ainda, que acredita que a série tenha fôlego para muitas outras temporadas, mas desconversou sobre a possibilidade de um longa-metragem: “Nunca se sabe”.

Misha disse que a princípio não poderia imaginar que seu personagem fosse ter uma participação tão longa nem que fosse adquirir tanta importância ao longo da série (Castiel aparece pela primeira vez na quarta temporada). Como seu episódio preferido da série, citou The French Mistake, da sexta temporada (Castiel, para proteger Sam e Dean, os envia a uma realidade paralela onde eles são atores que interpretam eles mesmos em uma série de TV). O ator falou, ainda, sobre o ritmo acelerado e o pouco tempo em que eles tem para se adaptar às reviravoltas da trama.

“Quando o Castiel voltou para a história, ele estava meio louco e eu não soube disso com antecedência, então eu tive que mudar o jeito dele completamente de uma hora para outra e nós só podíamos fazer alguns takes, porque tudo tem que ser finalizado com muita rapidez”.


Mark citou os zumbis de The Walking Dead como seus vilões preferidos de outro seriado, mas ficou indeciso quando lhe perguntaram qual sua interpretação preferida dentre os outros atores que já foram o diabo antes dele. Depois de dizer que cada um criou algo de especial e que seria injusto destacar um, acabou mencionando as performances de Al Pacino (O Advogado do Diabo) e Peter Stormare (Constantine).

A essa altura, a organização do evento interrompeu a coletiva, dizendo que era hora dos atores juntarem-se às fãs na sala ao lado. Pudemos então ter uma amostra do verdadeiro delírio das garotas (algumas nem tão garotas assim) diante dos atores, em especial dos olhos azuis de Misha Collins, que provocavam declarações de amor e até pedidos de casamento. Uma pena que o que seria o ápice acabou sendo a decepção desses fãs. Depois de fugir da imprensa, Jared Padalecki deu as caras na parte da tarde, mas apenas para continuar com seus ataques de estrelismo. Depois de reclamar do ar-condicionado e da gritaria das meninas, o rapaz se retirou do salão para receber os fãs depois em outra sala mais privada, ou seja, separado dos colegas de elenco. Vergonha alheia.

A convenção continua ao longo do dia de hoje. Torçamos para que o Sr. Padalecki esteja de melhor humor neste domingo. As pessoas que pagaram para participar deste evento mereciam mais consideração.

Vejam abaixo mais algumas fotos do evento:

Richard Speight Jr. e Mark Sheppard, os grandes piadistas

Os atenciosos Misha Collins e Mark Pellegrino

Misha e Mark com o produtor Jim Michaels

Jared Padalecki tem um raríssimo lampejo de simpatia... mas não dura muito!

(Fotos by André Moreira)

2 comentários:

  1. Gostei de ver seu ponto de vista como profissional, até agora só tinha lido os depoimentos dos fãs, e para eles foi o melhor dia da vida; Como que funciona para a impressa nesse tipo de evento? Vocês têm que pagar alguma coisa ou credenciais são distribuídas?

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  2. Oi Kate,

    As credenciais de imprensa são distribuídas mediante um cadastramento prévio e o credenciamento ou não do profissional depende sempre da aprovação dos organizadores do evento. Uma vez credenciado, o jornalista (ou fotógrafo) não tem que pagar nenhum tipo de taxa, já que está ali por motivo de trabalho.

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