quarta-feira, 30 de maio de 2012

Branca de Neve e o Caçador



Chega aos cinemas nesta sexta o segundo filme do ano sobre a princesa atormentada pela rainha má e seu espelho mágico. Depois da tentativa cômica que estreou em abril – o fraquinho Espelho, Espelho Meu –, agora é a vez desta versão mais séria e sombria estrelada por Charlize Theron, Kristen Stewart e Chris Hemsworth.

Desde que foram divulgadas as primeiras imagens, já dava para sentir que este seria o mais elaborado dos dois filmes. O efeito colateral disso é que as expectativas em torno dele ficaram bem mais altas, já que seu antecessor tinha a vantagem de não se esperar muito dele. A boa notícia é que Branca de Neve e o Caçador cumpre, em sua maior parte, essas expectativas. O filme empolgará não somente adolescentes, mas também um público mais crescidinho, graças a seu visual e pegada ao estilo O Senhor dos Anéis, com direito a muitos figurinos bacanas, fotografia caprichada e uma direção de arte impecável.


O estreante Rupert Sanders deve ser parabenizado, ainda, por ter conseguido extrair atuações acima da média de Kristen Stewart e Chris Hemsworth, dois atores mais conhecidos pela beleza do que por algum talento dramático. Ambos seguram bem seus personagens, embora quem realmente dê show e capture as atenções cada vez que surge em cena seja a rainha maligna de Charlize Theron. Charlize, além de resplandecer no papel, consegue dar nuances de humanidade a um personagem que é essencialmente maniqueísta.

Outra boa surpresa é ver atores bacanas como Ian McShane, Bob Hoskins, Eddie Marsan e Ray Winstone no papel de anões, em efeito bem semelhante ao que colocou o rosto de Brad Pitt no corpo de um velhinho em O Curioso Caso de Benjamin Button. Do elenco, apenas o personagem interpretado por Sam Clafin parece deslocado. Não se sabe se o problema é uma questão de má escalação do ator ou desleixo do roteiro com o personagem, mas o fato é que em nenhum momento do filme o principezinho consegue sequer fazer sombra ao vigor e carisma do Huntsman personificado pelo bonitão Chris Hemsworth (o Thor, para quem não está ligando o nome à pessoa).


A única coisa que realmente depõe contra essa produção caprichada é seu ritmo irregular, ditado principalmente por sua desnecessariamente longa duração (127 minutos). Com uma boa enxugada (especialmente em seu trecho central, com todas aquelas exibições de fadinhas e efeitos especiais), Branca de Neve e o Caçador seria uma aventura bem mais dinâmica e empolgante. De qualquer maneira, é sempre interessante ver um diretor estreante se sair bem no desafio de ter um filme desse porte entregue em suas inexperientes mãos. Rupert Sanders, é bom ficarmos de olho nesse nome.

Sexta-feira nos cinemas.


Um comentário:

  1. Depois de uma crítica cuja principal preocupação é falar do filme e informar o leitor (tão diferente de tantas que tenho lido por aí... ), na próxima terça estarei no cinema.

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