sábado, 1 de junho de 2013

Perugia, Assisi, Spoleto e Orvieto – Um giro pela Umbria

Perugia, a capital da região (Foto: Erika Liporaci)

Umbria. Esta região italiana montanhosa e, ao mesmo tempo, verdíssima é considerada por muitos como somente a ligação entre o Lazio (onde se situa Roma e o Vaticano) e a turística Toscana. Não exatamente. Em se tratando do bel paese, nenhuma região é meramente passagem e a Umbria tem muito mais a oferecer para quem estiver disposto a dedicar um tempinho para conhecê-la. O viajante que estiver baseado em Roma ou Firenze, por exemplo, pode visitar as principais cidades da Umbria em pequenas viagens de ida e volta, sem necessidade de pernoite.

A região, famosa por seu vinho encorpado e seu azeite puríssimo, é repleta de cidadezinhas medievais incrustadas na montanha. Tentar alcançá-las diretamente de automóvel é um pouco complicado, a melhor opção é chegar de trem na parte baixa e, de lá, utilizar o transporte público para a parte histórica. Perugia, a capital da província, possui um eficiente “minimetrô” que carrega os visitantes montanha acima. Perugia é conhecida principalmente pela excelência de seus chocolates (no mês de outubro, costuma acontecer um festival dedicado a esse alimento dos deuses) e pela sua universidade voltada a estudantes estrangeiros e, portanto, uma grande referência no ensino da língua italiana mundo afora.

Piazza IV Novembre, ponto central de Perugia (Foto: Erika Liporaci)

Perugia é uma cidade bem bonita, com construções medievais imponentes, como as que rodeiam a Piazza IV Novembre, onde se situam o Duomo e a famosa Fontana Maggiore, com suas figuras do zodíaco. Um pouco afastada desse núcleo, mas a apenas alguns minutos de caminhada, fica a torre Cassero di Porta Sant'Angelo e sua impressionante vista panorâmica. Vale a pena ver toda a cidade ainda mais do alto. Quase ao lado, fica a charmosa Chiesa di San Michele Arcangelo, uma igrejinha circular com ares de templo pagão. Uma graça!

Basilica di San Francesco, em Assisi (Foto: Erika Liporaci)

Assisi costuma atrair católicos italianos e estrangeiros em busca das graças do santo mais famoso do país, Francesco di Assisi. A Basilica di San Francesco foi sempre tão tumultuada em qualquer época do ano que pouco tempo depois da construção da original (século XII) começou a construção de uma segunda sobre esta, por isso hoje em dia fala-se em Basilica Superiore e Basilica Inferiore. Religiosidade à parte, Assisi é uma bela cidade na qual se come muito bem. Uma boa pedida é sentar-se em um restaurante na Piazza del Comune e degustar o bom vinho regional. Ponto negativo? Das quatro cidades contempladas neste texto, é a que possui o transporte público mais deficiente: o ônibus que faz a ligação com o centro histórico demora mais do que seria aconselhável em um lugar que recebe tantos visitantes.   

Spoleto, nome conhecido por aqui devido à rede de restaurantes, é uma cidadezinha bem tranquila que tem seu ponto alto entre os meses de junho e julho, quando lá acontece o Festival dei Due Mondi, evento dedicado a diversas atividades culturais, tais como música, cinema, dança, teatro e artes plásticas. Durante o evento, artistas de todas as partes da Itália e até mesmo do exterior vem a Spoleto apresentar-se. O Festival, que já está em sua 56ª edição, acontecerá este ano entre os dias 28 de junho e 14 de julho.

Ponte delle Torri, em Spoleto (Foto: Erika Liporaci)

Um ponto de Spoleto que parecerá particularmente curioso para o visitante carioca é a Ponte delle Torri, aqueduto que data do século XIV e, ao contrário daquele da Lapa, encontra-se em meio à natureza. A pouca distância situa-se a Rocca Albornoziana, belíssimo castelo que, em conjunto com o aqueduto, forma a vista mais bonita de Spoleto.

Orvieto é a menorzinha das quatro e talvez seja justamente por isso que me pareceu a mais encantadora. O Duomo de Orvieto – ou Cattedrale di Santa Maria Assunta – é um dos mais impressionantes de toda a Itália, com sua fachada em mosaicos com pedacinhos de mármore colorido e seu interior repleto de detalhes deslumbrantes, com destaque para a Cappella di San Brizio, com afrescos do Beato Angelico e de Luca Signorelli. Ao lado do Duomo há, ainda, o ótimo Museo Archeologico.

O magnífico Duomo de Orvieto (Foto: Erika Liporaci)

Outra atração interessante é o Pozzo di San Patrizio, construído entre 1527 e 1537 por ordem do Papa Clemente VII, visando prevenir-se em caso de necessidade de retirar-se de Roma  Orvieto, mesmo situando-se em outra região, fica relativamente perto de Roma. O visitante que não for claustrofóbico pode descer cinquenta e três metros e apreciar os curiosos degraus em espiral dupla  ou seja, a escada de descida e a de subida não se encontram. Vale lembrar que a profundidade do poço equivale mais ou menos à Torre de Pisa, só que para dentro da terra. Assim como em Perugia, um trenzinho, este chamado funicolare, faz a ligação com o centro histórico de forma rápida e eficiente.

Confiram abaixo algumas imagens adicionais desta bela região:

Perugia vista do Cassero di Porta Sant'Angelo (Foto: Erika Liporaci)

Chiesa di San Michele Arcangelo, em Perugia (Foto: Erika Liporaci)

Peregrinos vão à cripta de San Francesco buscando ou agradecendo milagres (Foto: Erika Liporaci)

Asssi (Foto: Erika Liporaci)

A Piazza del Comune, em Assisi (Foto: Erika Liporaci)

Um inesperado recanto de tranquilidade na tumultuada Assisi (Foto: Erika Liporaci)

A verdíssima Spoleto (Foto: Erika Liporaci)

A Ponte delle Torri e, ao fundo, a Rocca Albornoziana (Foto: Erika Liporaci)

Spoleto (Foto: Erika Liporaci)

A Piazza del Duomo de Orvieto (Foto: Erika Liporaci)

Detalhe da fachada do Duomo de Orvieto (Foto: Erika Liporaci)

O Pozzo di San Patrizio (Foto: Erika Liporaci)

Orvieto (Foto: Erika Liporaci)

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