sábado, 6 de julho de 2013

Milano, a metrópole do Norte

Piazza del Duomo

Milano, cidade da moda, do design e dos grandes negócios. Certa vez ouvi um italiano dizer que não entendia porque os estrangeiros gostavam de visitá-la, já que não é uma cidade turística. Exatamente. Milano é uma cidade bonita, limpa, que possui um transporte eficiente e é destino primordial na Itália para quem está no país por razões profissionais ou na intenção de cursar algo relativo à arquitetura ou ao design, mas está longe de ser uma cidade tradicionalmente turística. Porém todas as cidades italianas possuem seus pontos de interesse, então vamos destacar algumas boas pedidas à milanesa.

Certamente o principal e mais famoso cartão postal da capital da Lombardia é a Piazza del Duomo, que é considerado um dos mais bonitos do país. Construída em estilo gótico a partir do século XIV, esta catedral chama atenção de longe por suas agulhas de mármore apontando para os céus. Mais interessante do que seu interior é a vista de que se tem do telhado, bem sugestiva graças aos entalhes de figuras bizarras e imagens santas que parecem voar sobre a cidade. Há dois modos de subir, pelas escadas ou de elevador. A não quer que você tenha algum problema de mobilidade, vá de escada mesmo. É mais barato e não chega a ser cansativo. Sem contar que subir numa construção gótica por meios modernos tira todo o barato da coisa.

O telhado do Duomo di Milano

Ali bem pertinho do Duomo (à direita de quem sai dele) fica a Galleria Vittorio Emanuele, espaço chique que remete à atmosfera de sofisticação da cidade, com suas lojas de grife e seus cafés de inspiração parisiense. O clássico teto em vidro e metal já foi copiado em muitas construções posteriores. Não deixe de reparar também o lindo chão de mármore e mosaicos. Partindo deste ponto central da cidade, o visitante pode aproveitar para bater perna nas incontáveis lojas da Via Torino e também nas do Corso Vittorio Emanuele II, onde encontrará uma boa concentração do rico e variado comércio da cidade.

Outra atração que se alcança a partir da Piazza del Duomo com uma caminhada de quinze minutos ou algumas poucas estações de metrô é o Castello Sforzesco, antiga sede da corte milanesa construído no século XV por Francesco Sforza. Este autêntico castelo medieval, com direito a fosso e ponte levadiça, abriga hoje em dia uma pinacoteca, uma biblioteca e vários museus de arte antiga. À metade do caminho entre a Piazza del Duomo e o Castello Sforzesco também se encontra a sede do Piccolo Teatro Grassi (Via Rovello 2). Quem sabe você dá a sorte de passar ali em um dia de espetáculo?

Detalhe da muralha do Castello Sforzesco

Ainda sobre arte e cultura, a cidade tem duas pinacotecas muito prestigiadas: a di Brera e a Ambrosiana. Também pertence a Milano a honra de possuir o afresco mais famoso de Leonardo Da Vinci, Il Cenacolo – conhecido por nós como A Última Ceia. A obra se encontra na igreja Santa Maria delle Grazie, mas atenção: é praticamente impossível conseguir um ingresso de improviso. Eu visitei Milano no fim de novembro, ou seja, totalmente fora de temporada, e só havia ingressos disponíveis para três dias depois.

Por fim, uma reflexão pessoal (e ninguém é obrigado a concordar): em nenhuma outra cidade italiana que eu visitei (e foram muitas, mais de vinte) me pareceu tão intensa essa necessidade de ser mais europeu do que italiano. Os milaneses, de um modo geral, parecem tão preocupados em serem chiques e internacionais que acabam sacrificando um pouco de sua identidade e charme tipicamente italianos.

Confiram outras fotos:

Milano vista do telhado do Duomo

O interior do Duomo, construído em estilo gótico

O Duomo e uma das entradas da Galleria Vittorio Emanuele (à esquerda)

O famoso teto da Galleria Vittorio Emanuele

Detalhe do chão, recoberto de mosaicos

O simpático espaço cultural do Piccolo Teatro Grassi

O Castello Sforzesco e sua bela paisagem outonal 

Reparem na ponte levadiça

Santa Maria delle Grazie, igreja onde se encontra Il Cenacolo

Infelizmente, isso foi o mais perto que eu cheguei do famoso afresco

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