quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Filha de Ninguém


Um filme bastante divertido e curioso, com seus personagens exaltados e levemente surreais. A estudante Haewon não está em seu melhor momento: sua mãe está de mudança para o Canadá e seus colegas descobrem que ela tem um caso com um professor mais velho e casado justamente quando ela cogitava terminar o romance. A trama acompanha os encontros e desencontros entre Haewon, seus colegas, seu amante e alguns eventuais pretendentes.

O que torna o filme peculiar é justamente o fato de ser coreano. Como se trata de um país ainda bastante pautado por tradições milenares, é muito engraçado ver essa história com personagens que se acham recatados, mas são, na maior parte do tempo, terrivelmente grosseiros ou indiscretos. Resta saber se esse humor anárquico é voluntário e se as situações que beiram o inverossímil foram de fato pensadas dessa maneira ou se a intenção original do diretor Hong Sang-soo era fazer um filme mais sério. 

De qualquer modo, considerando que a maior parte dos longas coreanos que chegam ao nosso circuito costumam girar em torno de temas violentos, é refrescante poder conferir um filme que foca em relacionamentos afetivos e conquista por sua fofura descompromissada.

A Filha de Ninguém foi exibido em competição no último Festival de Berlim e também no Festival do Rio deste ano, chegando aos nossos cinemas com rapidez invejável para um filme considerado como pertencente ao "circuitinho de arte". Vale uma conferida. 

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