quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Como Não Perder Essa Mulher


Uma delícia esse primeiro longa-metragem dirigido pelo ator Joseph Gordon-Levitt, que também assina o roteiro e estrela o filme. Gordon-Levitt é Jon (conhecido entre os amigos como “Don Jon”), um bartender que faz um tremendo sucesso nas pistas de dança e sempre consegue terminar a noite levando uma gata para casa. Mas o sexo da vida real nunca lhe parece tão excitante quanto o virtual, por isso ele prefere a pornografia e passa muitas horas ao dia se masturbando diante do computador. Quando conhece a exigente Barbara, Jon resolve que é hora de tentar algo inédito em sua vida: um relacionamento.

A princípio parece que a trama descambará para ser mais uma previsível comédia romântica sobre um cara que “toma jeito” depois de se apaixonar, mas logo percebemos que o diferencial deste filme está em sua visão irreverente e debochada não apenas do amor, mas de uma série de ritos e conceitos que regem a sociedade contemporânea. Jon e Barbara não estão preocupados um com o outro, mas sim em satisfazer seus próprios desejos e ambições particulares. O filme tem um olhar bastante crítico sobre temas como família, religião, normalidade e consumismo e felizmente evitar fazer julgamentos morais sobre o protagonista.

Joseph Gordon-Levitt demonstra ser um diretor sensível e com um bom timing para comédia, além de conseguir evitar vários clichês de longas do gênero. Quem está acostumado a pensar no ator como o nerd fofinho de 500 Dias Com Ela vai se impressionar ao vê-lo transformado em um garanhão cheio de testosterona (aliás, em que momento ele ganhou aquele corpão?). O filme conta, ainda, com um elenco coadjuvante pra lá de interessante, com destaque para Tony Danza e Glenne Headly como os pais de Jon (atenção para a hilária sequência na qual Jon leva Barbara para conhecer a família). Também Julianne Moore surpreende com uma personagem que parece a princípio completamente descerebrada, mas ganha substância no decorrer da trama.

Resumindo, Don Jon (que antes se chamava Don Jon’s Addiction, ou sejaO Vício de Don Jon) é um belo début. Só não merecia esse título em português genérico e reducionista, ainda mais porque o foco do filme não é exatamente esse.

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