quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Bate-Papo com Marco Dutra e elenco de Quando Eu Era Vivo


Após a sessão de imprensa que aconteceu no Rio esta manhã, o diretor Marco Dutra e os atores Marat Descartes, Rony Koren, Kiko Bertholini, Tuna Duek e Gilda Nomacce conversaram com os jornalistas presentes. O elenco conta ainda com Antonio Fagundes e a cantora Sandy Leah, que não estavam presentes.

Um aspecto que tem chamado bastante atenção é o fato do livro que inspirou o filme (A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli) não ser originalmente uma história de terror. O cineasta ponderou que ao escrever o roteiro percebeu que as ferramentas do gênero seriam as ideais para transpor para as telas o livro, que ele definiu como “muito complexo e perturbador”. Sobre sua inclinação pessoal para o terror, Marco afirmou que gostaria muito de contribuir com o crescimento do cinema de gênero no Brasil:

“Eu adoro os filmes de gênero porque através deles a gente pode acessar pontos específicos e o terror, por ser muito alegórico, é uma grande ferramenta. E também porque isso ajuda a diversificar nosso cinema, a romper com essa ideia de que o cinema brasileiro é um gênero por si só. Você vai a uma locadora e vê os filmes separados em comédia, terror, drama, romance, etc. E aí tem uma prateleira de cinema nacional. Eu sempre achei estranho isso.”

Perguntado sobre suas referências, o cineasta afirmou que muitas vezes as utiliza de forma involuntária: “A gente sempre carrega para um filme nossa própria bagagem, então é complicado falar de referências”.Já o protagonista Marat Descartes conta ter ficado muito empolgado com o personagem e que ao ouvir a sinopse logo percebeu semelhanças entre o seu personagem e o de Jack Nicholson em O Iluminado:

“Eu pensei no Jack Torrance porque ele também sofre um processo de loucura que o deixa violento com as pessoas que ele supostamente deveria amar mais. Mas também não é que depois eu fiquei vendo o filme para imitar o Jack Nicholson. Foi só um ponto de partida.”

A essa altura se colocou a questão: é mais difícil fazer filme de terror ou suspense no Brasil? E por que seria assim, se o público brasileiro consome este tipo de produção? Marco não acha que seja um entrave específico do gênero e acredita que em termos de editais um filme de terror tenha tantas chances quanto qualquer outro:

“Fazer cinema é sempre difícil, seja qual for o estilo de filme. Pode até ser que para um investidor seja mais complicado apostar em um filme que trabalhe com elementos negativos, mas eu não acho que isso seja um impedimento. Tanto que eu consegui fazer dois filmes em um período relativamente curto.”

A boa notícia é que pelo menos em seus próximos longas-metragens o diretor não abandonará o terreno do sobrenatural:

“Eu quero fazer um musical um dia, mas meu próximo filme será sobre uma mulher que fica grávida de um lobisomem. Depois desse vou fazer um filme de vampiro, que é outro assunto que eu gosto.”

Conhecendo a originalidade de Marco, o espectador pode esperar vampiros e lobisomens bem diferentes dos que andam sendo lançados por Hollywood.


(Para ler o texto sobre o filme, clique aqui.)


A partir da esquerda: Kiko Bertholini, Gilda Nomacce, Marat Descartes, Marco Dutra, Rony Koren e Tuna Duek

O produtor Rodrigo Teixeira (à direita) juntou-se ao grupo na saída da sala

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