sexta-feira, 1 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine


Basta chegar aos cinemas uma adaptação de HQ para que os fãs já de antemão se munam de prevenção absoluta contra qualquer mínima alteração em relação ao original, ignorando completamente o significado da palavrinha adaptação. Então a coisa pode ficar feia em relação a este X-Men Origens: Wolverine. O filme solo do mutante mais sensacional da galeria dos X-Men's provavelmente vai gerar uma legião de descontentes, já que alçar Wolverine ao posto de protagonista absoluto automaticamente faz com que os demais mutantes sejam relegados a coadjuvantes ou meros figurantes no longa. Bobagem. Com a única pretensão de ser um ótimo filme-pipoca, Wolverine entrega exatamente isso ao espectador.

A trama é uma prequel a X-Men – O Filme e se passa numa época anterior ao encontro de Wolverine com Vampira no bar de beira de estrada, dissecando as origens de Jimmy Logan desde a infância. A excelente cena de abertura mostra como Logan e Victor Creed (mais tarde, o famoso Dentes de Sabre) descobrem suas habilidades ainda crianças e se unem numa simbiose que dura várias décadas e muita confusão. Mas aos poucos Logan começa a se sentir incomodado pela natureza excessivamente violenta e obscura de Victor, o que só piora depois que eles são cooptados pelo general William Stryker para integrar uma equipe de soldados mutantes que faz trabalhos sujos para o exército americano.

Logan dá uma basta e tenta levar uma vida pacata, até que Stryker e Creed aparecem novamente em sua vida e destroem o frágil equilíbrio que ele construíra para si. Transtornado pelo ódio, Logan aceita ser usado numa experiência que o tornará indestrutível – se não matá-lo. É quando o adamantium, liga metálica ultra resistente, é fundido a seu esqueleto e suas garras passam a ser armas ainda mais letais. E assim Jimmy Logan torna-se Wolverine e parte em busca de vingança.


Hugh Jackman, como sempre, é perfeito para o papel. De tal modo que hoje em dia fica impossível imaginar outra face para Wolverine. Perigoso, feroz, mas dotado de uma consciência que o distingue de Victor mesmo nos seus momentos mais revoltados, Jackman é a alma deste filme. Encontrar alguém à altura para antagonizá-lo como Creed não é tarefa das mais fáceis. Mesmo porque Dentes de Sabre representa uma versão deturpada do que poderia ser o próprio Wolverine caso cedesse a seus instintos mais primitivos. Liev Schreiber dá conta do recado. Seu Victor Creed é assustador desde a primeira cena, deixando claro que é um cara com quem não se deve mexer. Não se pode dizer o mesmo de Danny Huston, que deixa a desejar como Stryker. Lynn Collins também decepciona, por não transmitir o espírito de sedução e persuasão de sua personagem, Kayla Silverfox. No mais, Taylor Kitsch faz boa figura como o malandro Remy LeBeau, ou Gambit. No restante do elenco, nada mais a destacar.

Exageros? Sim, muitos. Mas isso não é nenhum defeito em um filme que parte do pressuposto da existência de mutantes. O sul-africano Gavin Hood, de Infância Roubada, realiza um filme ágil e eletrizante, mas sem abrir mão de criar a empatia necessária entre o público e seu protagonista. Se bem que nem precisava. Os outros mutantes que me perdoem, mas Wolverine é o cara.

Um comentário:

  1. Eu ainda não vi o filme, mas o que mais me chama atenção é saber que tem o Gambit, meu personagem favorito dos quadrinhos. Tô louco que saia um filme só pra ele.

    ResponderExcluir