quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Proposta


Sandra Bullock despontou para o mundo como a namoradinha do Keanu Reeves no blockbuster Velocidade Máxima e, depois disso, basicamente enfileirou uma comédia romântica atrás da outra (Enquanto Você Dormia, Da Magia à Sedução, A Casa do Lago, Amor à Segunda Vista). E o pior é que suas poucas aventuras fora do gênero foram desastrosas, como os pavorosos A Rede e Cálculo Mortal. Bom, os anos foram passando e Sandra continua em um patamar não muito acima do que estava no início de sua carreira. É bem verdade há uma única exceção em sua superficial filmografia: Crash. Só que ninguém se lembra dela por esse filme e sim por bobagens como Miss Simpatia.

A Proposta vem apenas para engrossar a lista de típicos filmes da atriz. Desta vez ela é Margaret, uma implacável editora de livros. Temida e odiada por seus funcionários, que trocam mensagens de alerta no estilo “a bruxa está chegando” cada vez que ela desponta do elevador, Margaret tem como burro de carga preferencial seu assistente Andrew. O rapaz é submisso a ponto de tomar o mesmo tipo de café que a chefe só para poder oferecer o seu no caso de derrubar o dela.

Acostumada a controlar todas as situações, Margaret leva um tremendo susto quando descobre que está prestes a ser deportada para o Canadá, seu país de origem, porque ignorou os trâmites que deveria ter seguido para obter um visto de permanência. Desesperada para dar uma solução a seus chefes, ela não titubeia: diz que está noiva de Andrew. Ele tem que concordar em participar da farsa sob ameaça de ser demitido e ver soterrada de vez sua ambição de chegar a sub-editor na empresa, depois de ter trabalhado duro por três anos.

Claro que as exigências do departamento de imigração obrigarão o falso casal a ter que passar bastante tempo junto para que tenham condições de sobreviver a uma exaustiva entrevista para apurar se o noivado deles é real e que, na verdade, tem como único propósito pegá-los numa mentira. Mais ou menos como já foi visto em tantos outros filmes que giram em torno da mesma temática, a aproximação forçada revelará facetas e fragilidades de cada um que a outra parte não conhecia e aos poucos eles se descobrirão irremediavelmente apaixonados um pelo outro.


Mas é preciso por mais lenha na fogueira. Numa dessas coincidências que só acontecem nas comédias românticas, o final de semana que Andrew e Margaret tem para se conhecer antes da fatídica entrevista na manhã de segunda é justamente o mesmo em que o rapaz viajaria para a casa de seus pais no Alasca. E lá se vão os dois encarar a família dele, como se já não estivessem enrolados o suficiente. Claro que a família que os aguarda é diferente, cheia de excentricidades, mas no fundo adorável e fará com que a mandona executiva repense seus valores. Também é evidente que a intimidade forçada criará situações cômicas e constrangedoras, a maioria delas envolvendo nudez imprevista (e dona Sandra faz questão de mostrar de modo excessivo o quanto está com o corpo bem cuidado).

Enfim, o que temos é Sandra Bullock em um típico filme de Sandra Bullock e desta vez com o simpático Ryan Reynolds arrastado para seus domínios. Os dois não combinam nada como casal – o que não tem absolutamente nada a ver com a diferença de idade – e o ator dá a impressão de estar desconfortável no papel ao longo de todo o filme. Talvez não tão desconfortável quanto Betty White, que é obrigada a pagar os maiores micos do filme como uma vovó chegada numa pajelança, mas ainda assim...

A Proposta estréia sexta. Depois não digam que eu não avisei.

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