sábado, 29 de agosto de 2009

Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas


É simples assim: quem morria de rir com Rui e Vani na telinha tem bons motivos para ir correndo assistir a Os Normais 2. Quem não era fã do seriado, talvez não ache lá muita graça. Os Normais 2 é puro revival, um filme feito para que o público mate a saudade dos inesquecíveis personagens de Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães.

Enquanto Os Normais – O Filme voltou no tempo para contar como se conheceu o casal mais doido da televisão, esta sequência mostra Rui e Vani numa crise no relacionamento. Noivos há 13 anos, os dois vivem um período morno na relação. Depois de uma enquete promovida no banheiro feminino, Vani percebe que em pouco tempo sua vida sexual acabará de vez se ela não tomar uma providência para apimentar as coisas. Munida de coragem, decide conceder a Rui a satisfação de sua grande fantasia: sexo a três.

Se o seriado e o primeiro filme ainda tentavam manter um pé no cotidiano (mesmo sendo um cotidiano surreal, de duas pessoas alopradas), este segundo longa não faz nenhuma questão de ser realista. E talvez por isso mesmo seja tão engraçado, pelo humor desbocado, sem freios e livre de pudores. Com uma estrutura narrativa que parece uma versão esculhambada de Depois de Horas, a trama acompanha as desventuras de Rui e Vani ao longo de uma única noite – não à toa nomeada a mais maluca de todas. Até que o dia nasça outra vez, os dois terão passado pelas maiores roubadas e cometido as piores maluquices tentando viabilizar a tão sonhada sacanagem. Os créditos de abertura, com a dupla entoando Living La Vida Loca num karaokê decadente, já dão o tom do que está por vir. A letra do sucesso de Ricky Martin aparece alterada e cheio de trocadilhos sexuais. Assim como a conversa dos personagens com uma francesa e a tradução alternativa que eles fazem de certas palavras.

Uma das sequências mais engraçadas certamente é quando eles penetram numa festa porque acham que só uma mulher bissexual toparia ir para a cama com dois estranhos e um motorista de taxi dá a dica de que naquele local estava acontecendo uma comemoração para “uma menina que virou bi”. Verdadeira festa estranha com gente esquisita, como dizia aquela letra do Renato Russo. E, como eles descobrem da maneira mais dolorosa, a informação estava um pouquinho truncada. Mas tudo bem. Afinal de contas, eles saem de lá acompanhados de uma Claudia Raia que diz em alto e bom som que “toda mulher é bissexual, mas só algumas aproveitam”.

As participações especiais, aliás, dão um charme a mais ao filme. Tem desde Claudia Raia entalada numa banheira até Daniele Suzuki lutando kickboxer, passando por Zéu Brito dando dicas espirituais a uma Vani totalmente emaconhada. No comando da maluquice geral, Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães dão show de talento e mostram que continuam afinadíssimos juntos. Claro que existe um ou outro momento over (até mesmo para o nível de loucura deles), mas nada que comprometa o bom ritmo e graça incontestável do longa. O filme é feito para divertir. E consegue, com louvor.

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