sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Veronika Decide Morrer


Sabe quando você tem pouca expectativa e se surpreende? É bom começar a assistir a um filme sem esperar nada e de repente descobrir qualidades inesperadas nele. Bem, um longa cuja estratégia de marketing é apoiada na frase “baseado no best-seller de Paulo Coelho” já baixa em mim toda e qualquer expectativa. Mas, como uma otimista que sou, fui assisti-lo torcendo para que a diretora inglesa Emily Young tirasse leite de pedra. Infelizmente, o milagre não acontece.

Por onde começar? Pela trama que se apóia num argumento que é falho para todos, menos para a protagonista? Pela inacreditável pieguice com que o filme é recheado? Pelo excesso de moralismo e lições pseudo-edificantes? Pela interpretação anêmica de Sarah Michelle Gellar? Ou pelo somatório de tudo isso, que faz com o resultado final seja um dos filmes mais monótonos do ano?

Veronika é uma jovem executiva, com um bom emprego e um belo apartamento em Nova Iorque. Mas, apesar da aparente perfeição de sua vida, Veronika acha que nada tem sentido e que todos levam uma existência vazia e previsível. Numa noite, Veronika toma uma overdose de tranquilizantes. Acorda numa clínica psiquiátrica, onde descobre que, apesar de ter sobrevivido, tem poucas semanas de vida porque seu coração foi danificado.

E então é claro que conforme o relógio tiquetaqueia seus últimos dias, Veronika começa a dar valor à sua vida e a cada momento de felicidade, chegando a se apaixonar por um dos internos. Puro manual de auto-ajuda, cheio de frases feitas sobre como é importante viver cada momento como se fosse único, etc. Ao lado da apática Sarah Michelle, Jonathan Tucker interpreta o rapaz em estado de quase autismo por quem Veronika se apaixona. Como esperar alguma empatia de tal casal? Difícil. Os bons David Thewlis e Melissa Leo aparecem em papéis coadjuvantes de pouca expressão.

Um filme plano, sem nuances, com ritmo arrastado e que guarda como reviravolta para o final a revelação de algo que o espectador já adivinhou desde o começo. Ao final do longa, o pobre espectador é quem está morto. De tédio.

Um comentário:

  1. Eu acho que é um filme regular, mas muito mal conduzido - digo, dirigido.

    Emily Young conduz com muita lentidão cenas que poderiam ser mais emocionais.

    Quem leu o ótimo livro, sim: ótimo livro de Paulo Coelho, sabe do que eu falo. No livro tudo flui, as falas e o desenvolvimento da personagem são conduzidos com exatidão.

    Emily Young foi equivocada na direção, sem falar na fotografia muito obscura que beira ao exagero. Há cenas que ela poderia ousar mais - como na masturbação de Veronika pra Edward, sendo que esta cena, no livro, é totalmente envolvente e enigmática.

    No filme nada funciona, ainda que tenhamos até uma interpretação eficiente da Sarah Michelle Gellar, considero ela, hoje em dia, até uma boa atriz.

    Abraço

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