quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Amor Pede Passagem


Há oito anos, Jennifer Aniston era uma das mulheres mais invejadas do mundo. Não apenas era a estrela de um dos seriados mais vistos e comentados de todos os tempos – Friends – como tinha acabado de se casar com um dos solteiros mais cobiçados de Hollywood – Brad Pitt. Paralelamente às 10 temporadas de Friends, Jennifer ainda vinha engatando uma carreira promissora no cinema e tinha feito um par de filmes interessantes como A Razão do Meu Afeto e Por um Sentido na Vida. Mas o destino foi cruel com a moça. Friends acabou, Brad a deixou por Angelina e, como se não fosse o suficiente, sua carreira na sétima arte nunca decolou pra valer. Mas, neste último quesito, a culpa é da atriz, que parece estar sempre interpretando a Rachel de Friends. É bem verdade que ela ainda é a integrante do seriado que vem se saindo melhor, mas isso não chega a ser um grande consolo.

Neste O Amor Pede Passagem (título em português pouco criativo para Management), Jennifer divide a tela com Steve Zahn, um ator que trabalha em muitos filmes, mas tem pouca coisa na filmografia digna de nota. Portanto, é meio difícil não pensar nesse longa como um encontro de atores que não deram certo. Mesmo porque Jennifer e Steve tem química zero e não convencem como casal em nenhum momento do longa. No filme, ela é Sue, uma marchand de segundo escalão (compra quadros para decorar escritórios e não obras de arte), e ele é Mike, gerente do hotel dos pais e tão desesperado para arrumar uma garota que tenta cantadas baratas com as hóspedes atraentes. Sue, de passagem e entediada, transa com Mike por piedade (ou assim parece). Ele entra numa de psicopata-gente-boa e passa a persegui-la porque está convencido de que ela é a mulher da sua vida. Junte-se a isso um ex-namorado rico e idiota e um novo amigo “sem noção” para Mike e está pronto o recheio do bolo.

O filme oscila entre o previsível e o inverossímil, ou seja, toda vez que tenta escapulir da cartilha inevitável do conto de fadas ao estilo a dama e o vagabundo, cai no absurdo, tentando fazer graça a partir de situações que não encontram nenhum eco na realidade. Um exemplo disso é a fase monge budista do personagem, que não tem a mínima graça justamente por ser tão absurda e deslocada. Os personagens são rasos, sem consistência, interpretados de modo automático pelos atores. A direção do estreante Stephen Belber não diz a que veio, não imprime nenhum tipo de estilo ou marca ao longa. O resultado final é mais do mesmo, um filme sem personalidade, apático, e muito parecido com milhões de outros que são feitos na inesgotável linha de montagem hollywoodiana das comédias românticas. Para resumir em apenas uma palavra, desnecessário. Estreia amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário