quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Zumbilândia


Os filmes de zumbi são todos meio parecidos, certo? E a explicação para as pessoas começarem a devorar umas às outras na maioria das vezes não faz lá muito sentido, confere? De olho nessas grandes verdades universais, o novato Ruben Fleischer, já em seu primeiro longa-metragem, mergulha na estética gore dos filmes de zumbi tradicionais para criar situações pra lá de engraçadas, sem nenhum pudor em tirar partido da escatologia e do politicamente incorreto.

E uma das melhores coisas no “terrir” Zumbilândia é justamente o filme não perder muito tempo explicando porquês nem mostrando o início do caos. Logo na primeira cena conhecemos Columbus, um cara meio covarde que talvez seja o último ser humano não-contaminado no que ele mesmo chama de Zumbilândia. Columbus pode até ser um medroso, mas tem se mantido a salvo graças a uma série de regras que estabeleceu para garantir a própria sobrevivência, como se manter em bom condicionamento físico e sempre atirar duas vezes no zumbi que o persegue, mesmo quando este parece morto.

Mas Columbus não está sozinho no mundo. O primeiro a cruzar seu caminho é Tallahassee, caubói machão e casca-grossa que adora matar monstros a pauladas e está seriamente comprometido em encontrar o último Twinkie (bolinho estilo Ana Maria) da face da Terra. Mais adiante se juntam à dupla Wichita e Little Rock, duas garotas nada frágeis que também têm métodos inusitados para garantir a sobrevivência (na verdade, o nome dos personagens são apenas apelidos de acordo com os nomes das cidades ou estados de onde vieram).


O elenco foi bem escolhido, com Woody Harrelson no seu tipo habitual de caubói truculento (uma piadinha metalinguística?) e o simpático Jesse Eisenberg como o sujeito que não tem vergonha em preferir ser um covarde vivo a um herói morto. De quebra, a sempre carismática Abigail “Pequena Miss Sunshine” Breslin. Apenas Emma Stone parece não ter muito a acrescentar além de ser bonita, mas tampouco atrapalha – afinal de contas, todo filme de terror, ou terrir, precisa de um gatinha.

O filme é muito engraçado e avacalha o filme de zumbi seguindo as próprias regras do gênero. Como ponto alto, claro, destaca-se a participação-surpresa de um famoso ator americano. Muito acertadamente, o nome dele não aparece nas peças publicitárias do filme, e é uma pena que algumas pessoas estejam revelando quem é em seus comentários, porque o mais engraçado é justamente quando ele surge do nada e protagoniza os momentos mais hilários de um filme que já é engraçado por natureza. Outro destaque é quando a trupe chega a Hollywood e se depara, dentre outras coisas, com um zumbi caracterizado como Charles Chaplin.

Resumindo, Zumbilândia é para divertir sem preconceitos. Estréia amanhã.

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