sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Elementary


Eis uma série que tinha tudo para dar errado e aos poucos se firmou como um entretenimento bastante eficiente. Elementary, uma versão moderna dos casos de Sherlock Holmes, estreou ano passado com a desvantagem de ter sido precedida pela excelente minissérie da BBC (Sherlock, que estreou em 2010 e apresentou duas temporadas de três episódios cada). Além do mais, parecia pouco consistente trazer para Nova Iorque um Sherlock recém-saído de uma clínica de reabilitação monitorado por uma doutora Joan Watson de feições orientais. Liberdades com o personagem já foram tomadas muitas vezes nos últimos anos, mas a coisa simplesmente parecia ter passado da conta dessa vez. Mas a verdade é que, vencida a desconfiança inicial, Elementary funciona muito bem.

O Sherlock Holmes de Elementary é falastrão, egocêntrico e com uma mente aguçada que é diametralmente oposta à sua falência total no campo pessoal. A abordagem proposta por Jonny Lee Miller faz com que o espectador se irrite com o personagem em um primeiro momento, mas em pouco tempo se afeiçoe às suas esquisitices. Já a Watson de Lucy Liu é ponderada e equilibrada, porém muito sagaz. Antes de trabalhar com reabilitação, era uma cirurgiã e abandonou a medicina após cometer um erro fatal – é interessante que a personagem tenha conflitos próprios que vão além dos casos que investiga com Sherlock.

A boa química entre Jonny Lee Miller e Lucy Liu flui sem que haja um desnecessário apelo para a tensão sexual – o que não impede o espectador de se perguntar sobre possíveis desdobramentos nesse sentido. A adaptação dos casos é feita de modo bastante coerente, dando vida própria às novas versões dos personagens e criando correspondências interessantes. Enfim, vale conferir a primeira temporada da série. A segunda está no ar desde a semana passada e pode ser vista toda quinta à noite no Universal Channel. 

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