quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobrenatural: Capítulo 2


Quem aprecia e acompanha filmes de terror sabe que o nome mais criativo do momento é James Wan. O jovem cineasta malásio que há dez anos realizou um curta que se transformaria no longa inicial da franquia de terror mais festejada dos últimos anos (Jogos Mortais) vem se aprimorando filme após filme. Podemos dizer que 2013 foi um grande ano para sua carreira, já que Wan brindou sua cada vez mais fiel plateia com não apenas uma, mas duas ótimas produções: Invocação do Mal e este Sobrenatural: Capítulo 2.

Uma coisa recorrente e frustrante em alguns exemplares do gênero é que muitos produtores transformam o sucesso de um filme em mero gatilho para sequências que da história inicial levam somente o nome. Felizmente, não é o que ocorre aqui. O primeiro ponto positivo deste segundo capítulo é constatar que a trama de fato é retomada do ponto de encerramento do filme anterior. O que torna, portanto, obrigatório que o espectador tenha assistido a Sobrenatural (Insidious, no original).


Conforme mostrado no primeiro filme, a família Lambert tem um histórico com o mundo dos mortos. Josh era assediado por espíritos quando criança, mas a pedido de sua mãe foi submetido a um processo de hipnose que fez com que ele se esquecesse de suas habilidades paranormais. Anos mais tarde, porém, ele é obrigado a resgatar esse dom que sequer se lembrava de possuir para ajudar o filho que herdou a sua mediunidade. O problema é que sempre que se abre uma passagem para o mundo dos espíritos, também eles podem invadir o nosso. E o que vemos nesta sequência é que Josh não voltou exatamente a mesma pessoa de sua incursão no além.

O roteiro escrito por Wan em parceria com o colaborador habitual e também ator Leigh Whannell é mais intrincado e faz boas correlações com o que se passou anteriormente, embora o excesso de ramificações metafísicas por vezes distraia tanto o espectador que acaba tendo como efeito colateral que o filme seja menos assustador. Invocação do Mal, por exemplo, tinha uma trama sob muitos aspectos simples e, portanto, deixava mais espaço não somente para que a plateia fosse completamente tomada pelo medo como também se envolvesse mais intensamente com os conflitos vivenciados pela família. Apenas uma pequena ressalva a um filme que, de todo modo, é extremamente bem realizado e não se limita somente a copiar o que deu certo em seu antecessor.


Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey e os demais atores de Sobrenatural retomam seus personagens, provando que o gênero precisa sim de um elenco que dê credibilidade à trama e não de moças e rapazes iniciantes que só fazem gritar, correr e cair. Por fim, só resta lamentar que alguém com o talento de James Wan tenha como próximo trabalho o sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos. Esperemos que seja um projeto anômalo e que logo o cineasta volte a nos dar bons sustos.


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