quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Jovem e Bela


François Ozon é um diretor e roteirista bastante inquieto e um filme seu é sempre garantia de um olhar diferenciado, independente do tema escolhido. Neste Jovem e Bela, Ozon traz o argumento básico de “A Bela da Tarde” para o universo adolescente. Isabelle é uma jovem de 17 anos sem nenhum grande problema emocional ou financeiro que resolve se prostituir. Movida pela curiosidade, ela parece se importar menos com o dinheiro que ganha e mais com a possibilidade que essa vida dupla lhe oferece de investigar seus próprios desejos e sensações.

Eis uma curiosa crônica sobre a hipocrisia de uma sociedade que posa de liberal, mas tem limites muito mais estreitos do que gosta de crer. O longa se divide em quatro capítulos, cada um dedicado a uma estação do ano, e que simbolizam a maturação de uma menina para mulher. Atenção para o modo como todas as pessoas mudam sua visão a respeito de Isabelle uma vez descobertas suas atividades. Mesmo sua mãe parece sentir-se desconfortável e desconfiada, como se nenhum homem mais estivesse livre das perigosas garras de uma menina ainda nem saída da adolescência.

É bem verdade que este não é um Ozon tão perturbador como o recente Dentro da Casa, mas vale a pena conferir mais essa provocação do cineasta francês. O filme esteve em competição no Festival de Cannes deste ano e já tinha sido sucesso no Festival do Rio antes de chegar ao circuito comercial.

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