segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Vida Secreta das Palavras


Outra novidade que está chegando às lojas e locadoras também no dia 19 é este belo e delicado filme. A trama acompanha a vida da reservada Hannah, que a princípio se resume a seu trabalho numa indústria têxtil. Um dia o patrão praticamente a obriga a tirar férias, o que a deixa desnorteada. Sem saber como passar o tempo, ela arruma uma ocupação inusitada: vai para uma plataforma petrolífera cuidar de Josef, um funcionário que sofreu um acidente quase fatal. Ele tem queimaduras por todo o corpo e está temporariamente cego.

A princípio, parece tratar-se de um filme sobre a incomunicabilidade humana. Além de Hannah e Josef, todos a bordo da plataforma parecem estar ali por uma tendência ao isolamento. Tão envolvidos com seus próprios fantasmas que é como se estivessem de fato sozinhos. O filme começa frio, impessoal como a protagonista prefere manter suas relações. Mas, progressivamente, a dolorida história de Hannah vai se revelando e ganhando o espectador. Há muito mais sobre a personagem do que se supõe numa primeira leitura.

A mulher retraída, solitária e que gosta que assim o seja é uma percepção correta, porém superficial. E é justamente quando o filme começa a revelar o porquê do seu comportamento que certas passagens mostradas anteriormente ganham um sentido mais amplo, como, por exemplo, a obsessão de Hannah com as barras de sabão. Mas é um significado mais sugerido do que imposto. Sutilezas da direção da promissora Isabel Coixet, que realizou anteriormente o tocante Minha Vida sem Mim. Outro ponto alto são as interpretações comoventes de Sarah Polley e Tim Robbins. Todos os diálogos entre os dois são repletos de emoção genuína.

Uma curiosidade: Sarah Polley, que estrelou tanto esse filme quanto Minha Vida sem Mim, dirigiu recentemente o elogiado Longe Dela.

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