sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Planeta Terror


Já se encontra em pré-venda, com previsão de entrega para o dia 19 deste mês, o DVD da brincadeira de Robert Rodriguez, Planeta Terror. Trata-se de uma das metades de Grindhouse, projeto que também inclui À Prova de Morte, de Quentin Tarantino. Os chamados Grindhouses eram sessões duplas nas quais, com apenas um ingresso, o espectador assistia a dois filmes baratos e sangrentos. Os temas? Monstros, vampiros, zumbis, maníacos assassinos, etc. O que importava era que o sangue jorrasse. Inspirados em suas próprias infâncias, os amigos Tarantino e Rodriguez resolveram filmar seu próprio Grindhouse. Que, infelizmente, chegou para nós como dois filmes separados. Uma pena, pois a concepção original era não só assistir aos dois filmes juntos mas também aos trailers falsos que os acompanhavam.

Numa cidadezinha americana, estranhos experimentos são realizados numa base militar. Cherry, uma go-go girl, encontra num café de beira de estrada El Wray, seu antigo amor. Ele oferece uma carona, mas no meio do caminho o casal é atacado por bizarras criaturas que comem a perna da moça. Enquanto isso, os médicos William e Dakota são surpreendidos no hospital por uma legião de decepados e mutilados, que logo se revelam zumbis assassinos. Os monstros avançam sobre a cidade, disseminando o terror.

Em termos de proposta, podemos dizer que Rodriguez se saiu melhor que Tarantino. Seu filme realmente parece uma bomba barata feita nos anos 60/70. Imagem cheia de chuviscos e riscos, fotografia granulada, roteiro mirabolante e muitas tomadas nojentas. Mas, num incrível paradoxo, reside justamente na competência em seguir o proposto o maior problema de Planeta Terror. Rodriguez levou a missão tão a sério que a precariedade do filme incomoda. Enquanto o longa de Tarantino brinca com os “defeitos especiais”, inserindo-os ocasionalmente, Rodriguez realmente fez o filme inteiro daquele modo. E por mais que o espectador esteja ciente de que aquela pobreza técnica é intencional, depois de um certo tempo fica cansativo. Mas não se pode negar que a idéia é criativa e só mesmo dois loucos com muito prestígio poderiam realizá-la. Também vale ressaltar o genial falso trailer que precede o longa. Uma pérola, melhor do que o filme propriamente dito.

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