sábado, 7 de janeiro de 2012

¡Hola, Barcelona!


Como já é tradição, o A&S abre mais um ano com a editoria Viajandão. Destino desse ano: Espanha. Cinco dias em Barcelona e cinco em Madrid renderam muitas boas histórias a serem contadas. Vamos por partes, então. Chegar a Barcelona, capital de Catalunha e uma das cidades mais cativantes que eu já tive o prazer de conhecer, é bem descomplicado. Eu estava um pouco apreensiva com a questão do catalão (língua exótica, parece uma mistura do francês e do latim com o próprio espanhol), mas a cidade transita muito bem entre os seus dois idiomas, tanto no que diz respeito à sinalização como à comunicação com as pessoas.

O aeroporto de Barcelona é amplo, bonito, bem-cuidado. Acredito que tenha sido modernizado por ocasião das Olimpíadas sediadas pela cidade em 1992, já que é melhor e mais moderno do que o próprio aeroporto da capital. De lá, a maneira mais fácil de chegar ao centro da cidade é através de um ônibus especial – o Aerobus –, que sai de cinco em cinco minutos, custa 5,30€ e leva até o centro nervoso da cidade, a Plaça Catalunya. O metrô tem várias linhas e é igualmente bem sinalizado; enfim, com um mapa da cidade e um diagrama das linhas e conexões do metrô se chega a qualquer ponto com bastante tranquilidade. Uma dica é comprar o bilhete integrado T-10, que dá direito a dez viagens, seja de metrô ou de ônibus, e custa 8,25€.

A primeira coisa que salta aos olhos ao longo de toda a cidade é a onipresença do arquiteto catalão Antoni Gaudí, simplesmente a maior constante em termos de identidade visual em Barcelona. Suas construções surreais, coloridas e com um quê de futuristas (vale lembrar que Gaudí viveu entre os séculos XIX e XX) se conjugam perfeitamente com o espírito catalão, um povo alegre, orgulhoso e muito boêmio.

A Sagrada Família

A igreja Sagrada Família, símbolo maior de Barcelona e local do túmulo de Gaudí, impressiona pela ousadia arquitetônica e pela grandiosidade. Sua construção, iniciada em 1882 e assumida por Gaudí um ano depois, permanece inacabada até hoje, e saber quando será finalizada é um dos grandes mistérios da cidade. O certo é que o arquiteto dedicou-lhe seus últimos anos de vida e há um desejo de concluí-la em 2026, quando se celebrará o centenário de sua morte. Meu hotel ficava próximo a ela, o que equivale a dizer que eu passava pela construção algumas vezes por dia. Pois bem. Não teve uma vez sequer em que eu não parasse para olhar um detalhe que não tinha percebido antes. As fotos realmente não traduzem a maravilha arquitetônica que é essa catedral.

Outras obras célebres de Gaudí são os edifícios Casa Milà (também conhecido como La Pedrera) e Casa Batlló. A Casa Milà, construída entre 1905 e 1907, não possui uma linha reta sequer em sua fachada, desafiando todas as regras da arquitetura convencional. A Casa Batlló, situada na mesma avenida (ambas no Passeig de Gracía), na verdade não foi construída por Gaudí e sim reformada por ele para ganhar sua configuração atual. Sua construção ocorreu entre 1875 e 1877 e somente entre 1904 e 1906 ganhou sua fachada colorida e sinuosa que lembra um grande baile de máscaras. Outro grande delírio de Gaudí que não se pode deixar de visitar é, claro, o Parc Güell e sua paisagem lunar. 

Casa Milà, ou La Pedrera

Casa Batlló

Quase tão famoso quanto a Sagrada Família, o Parc Güell se situa numa região já naturalmente elevada. Subindo por suas escadarias, alcançamos mirantes deslumbrantes e nos deparamos com construções inusitadas a cada novo patamar. Para quem não está ligando o nome ao local, é o mesmo parque que aparece em Vicky Cristina Barcelona e que também já foi cenário do longa francês Albergue Espanhol. O parque foi construído entre 1900 e 1914 e, na época, não foi exatamente um sucesso arquitetônico. Vendido à municipalidade em 1922 e inaugurado quatro anos depois, somente em 1969 foi classificado como monumento histórico pelo governo espanhol. Desde 1984, é tombado também pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Em seu interior também se situa a Casa-Museu Gaudí, local onde o arquiteto morou por duas décadas e que hoje abriga seu acervo e objetos pessoais.

A eficiência e clareza dos meios de transporte e o surrealismo de Gaudí são as primeiras (boas) impressões sobre Barcelona. Mas há muito mais sobre essa cidade única e esse povo apaixonante, como pude descobrir ao longo de cinco dias mergulhada em sua efervescência incessante. Aguardem os próximos posts e, por enquanto, apreciem mais algumas imagens.

Bom 2012 para todos!

Interior do eficiente metrô de Barcelona

Euzinha na entrada do Parc Güell

Detalhe de um dos tetos decorados do parque

Agora, a visão completa da grandiosidade do local

Mais uma vista interna do Parc Güell

O lagarto, mascote mais disputado e um dos símbolos da cidade

Outro detalhe da fachada da impressionante Sagrada Família

A Casa-Museu de Antoni Gaudí

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