sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cinturão Vermelho


Cinturão Vermelho – Redbelt, no original – é um filme “mais ou menos”. Não encontro outra classificação para ele. Não chega a ser um desastre, tem bons momentos, mas também tem fraquezas na mesma proporção. Tudo gira em torno de Mike Terry, um lutador de jiu-jitsu à moda antiga: a despeito de sua excelência no tatame, nunca se interessou em participar de competições esportivas. Seu barato é ensinar defesa pessoal e auto-controle em sua academia. E sua vida pacata continuaria assim, ao lado da bela esposa brasileira (Alice Braga, ascendendo com velocidade impressionante no exterior), se as dívidas acumuladas não o forçassem a rever seus conceitos.

Basicamente, é isso. Mike Terry é um último romântico num meio controlado por grana alta, corrupção e lutas arranjadas. As pessoas à sua volta são comandadas pelo dinheiro e o cara resiste até onde consegue num ambiente hostil em que nem mesmo sua esposa entende a importância de seus princípios. Os personagens são maniqueístas, sem meio-termo, o que é um pouco surpreendente num filme de David Mamet. O roteirista e cineasta sempre se caracterizou por histórias mais, digamos, cerebrais. Não que Cinturão Vermelho seja um filme de porrada apenas. Mas a discussão ética soa um pouco superficial, não chega a ser contundente em nenhum momento. Talvez por sua previsibilidade. Desde o primeiro fotograma, a história já sinaliza para onde desembocará. E o desfecho é piegas e pouco verossímil.

No mais, é uma verdadeira falta de respeito o cartaz brasileiro adulterado. Nele, os coadjuvantes Rodrigo Santoro e Alice Braga estão em primeiríssimo plano, enquanto o protagonista Chiwetel Ejiofor aparece numa imagem minúscula (na verdade, uma redução do cartaz original) lá no fundo. Ter orgulho do sucesso nacional no exterior é válido, mas assim já é um pouco demais.

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