sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Invenção da Carne


Mais um daqueles filmes que fazem você se perguntar onde, exatamente, o cineasta pretendia chegar. Uma viagem exploratória, onde o principal do enredo consiste em passear com a câmera lentamente pelos corpos dos personagens. Talvez o diretor Santiago Loza pense ser ele mesmo o responsável pela tal invenção da carne do título ou, ao menos, pela descoberta publicitária dela. O arremedo de roteiro gira em torno dos poucos comunicativos María e Mateo. Ela ganha a vida deixando-se examinar em aulas práticas de uma Escola de Medicina, e também parece gostar de atacar homens em banheiros públicos. Ele é um pálido estudante de medicina, aparentemente cheio de traumas que desconhecemos e problemas em definir sua sexualidade. Um dia, Mateo propõe a Maria que ela o acompanhe em uma viagem em troca de dinheiro. Sem maiores questionamentos, ela aceita e segue-o numa espécie de missão humanitária por lugares desolados. Apenas a senha para tomadas longas e contemplativas das paisagens e explorações pseudo-eróticas de cada pedaço de carne à mostra, fazendo tomadas de apelo sensual até mesmo das dobrinhas de um bebê (!). Pouco se fala no filme e menos ainda se conhece sobre os personagens e suas motivações. Saímos do cinema sabendo tanto deles quanto sabíamos ao entrar. Ou seja, nada. Quem viu Amargo, no Festival de 2009, sabe do tipo de filme que eu estou falando. Chato, muito chato.

A Invenção da Carne (La Invención de la Carne), de Santiago Loza. Argentina, 2009. 80 minutos. Mostra Foco Argentina

Nota: 2,0

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