domingo, 3 de outubro de 2010

Bom Apetite


Daniel, jovem chef espanhol, acaba de conseguir o emprego que tanto almejava em um famoso restaurante suíço. Logo se torna amigo de Hugo, jovem italiano que é o braço direito do patrão, e Hanna, uma sommelière alemã. Os três se tornam inseparáveis e Daniel percebe que está se apaixonando por Hanna, mas descobre que ela é amante de Thomas, o dono do restaurante, e fica indeciso entre investir na paixão ou evitar confusões que o prejudiquem profissionalmente.

Existe uma fórmula para filmes ambientados no mundo da alta gastronomia, sempre envolvendo cozinheiros temperamentais, estresse em doses cavalares e, sobretudo, muitas puxadas de tapete entre os competitivos talentos culinários. O primeiro mérito de Bom Apetite é flertar com esses clichês, mas não se deixar contaminar por eles. O maior antagonista de Daniel não é o patrão nem seus colegas, mas sim ele próprio e sua ambição. Isso fica claro ao contrastar a postura de Hugo (que não faz o que lhe pesa na consciência, independente das ordens que recebe) com a de Daniel, que teme a toda hora colocar em risco o emprego que tanto sonhou. O problema é que muitas vezes o que tanto desejamos não é o que realmente importa e isso é uma descoberta que só se faz na prática. E o filme é desenvolvido com bastante sinceridade em torno desse personagem imperfeito e humano.

David Pinillos, em seu primeiro longa-metragem, dá sinais de que é um nome para o qual devemos estar atentos futuramente. Vale destacar, ainda, o ótimo título em inglês do filme: Recipes for Friends Who Kiss (receitas para amigos que se beijam).

Bom Apetite (Bon Appétit), de David Pinillos. ESP / ALE / SUI, 2010. 90 minutos. Mostra Expectativa 2010

Nota: 7,0

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