sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Route Irish


Já tem um tempinho que Ken Loach não faz filmes tão contundentes como Meu Nome é Joe ou Pães e Rosas. Seus últimos longas, À Procura de Eric e Mundo Livre, eram o que se pode chamar de “engraçadinhos”. Portanto, era grande a expectativa por este Route Irish, que parecia prenunciar a volta do cineasta a um cinema mais substancial. O que é e não é verdade, porque, embora o longa realmente tenha esse peso maior devido ao seu tema, Loach acaba se atrapalhando todo e entrega um filme de ritmo confuso e pegada muito diferente da sua.

O protagonista é Fergus, ex-soldado que após dar baixa do exército se emprega no ramo da segurança privada no Iraque, atividade altamente lucrativa. De volta à sua cidade, Liverpool, Fergus recebe a notícia de que seu melhor amigo Frankie morreu na Route Irish, estrada iraquiana que é alvo de constantes atentados. Mas as explicações oficiais não convencem Fergus, que resolve tirar a limpo a história, ao mesmo tempo em que Rachel, esposa de Frankie, o culpa pela morte do marido, já que Frankie teria aceitado esse emprego por influência de Fergus.

A trama até que é interessante, o problema é que Loach a desenvolve de forma um tanto irregular. O filme começa meio arrastado e, de repente, em seu terço final, vira uma explosão de pancadaria que lembra muito mais os blockbusters americanos do que um filme de Ken Loach. Também não ajuda o fato dos personagens não inspirarem nenhuma empatia, deixando o espectador meio indiferente ao destino deles. A certa altura, quem fez o que já não importa muito e você fica com a clara impressão de que a única pessoa legal era o Frankie, que já estava morto antes que a trama começasse.

Route Irish (idem), de Ken Loach. UK / FRA / BEL / ITA / ESP, 2010. 109 minutos. Mostra Panorama do Cinema Mundial

Nota: 6,0

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