domingo, 3 de outubro de 2010

Que Mais Posso Querer


Filme apenas regular de Silvio Soldini, que dirigiu há exatos dez anos o encantador Pão e Tulipas. A protagonista da trama é Anna, contadora que tem um casamento estável e tranquilo com Alessio. Depois do nascimento do sobrinho, ela começa a sentir-se pressionada pela família e pelo marido a engravidar também. Sua válvula de escape acaba sendo envolver-se com Domenico, também casado e pai de dois filhos. A atração entre os dois aumenta na mesma medida do sentimento de culpa, e não tarda até que eles se vejam na obrigação de tomar uma decisão.

Embora levante algumas questões afetivas interessantes, o filme não chega a empolgar. Provavelmente pelo fato de não apresentar nada de novo ao mostrar o velho dilema humano entre o afeto garantido do parceiro fixo e a emoção de voltar a sentir-se desejado de uma maneira mais intensa. O relacionamento entre Anna e Domenico os atinge como uma droga, que faz com que eles tomem decisões egoístas ou intempestivas para, logo depois, sofrerem com o inevitável remorso. A abordagem do longa não faz juízo de valores e evita condenar ou absolver os personagens. Trata-se de um trabalho correto e bem-dirigido, mas esquecível. Esperava mais.

Que Mais Posso Querer (Cosa Voglio di Più), de Silvio Soldini. Itália, 2010. 126 minutos. Mostra Panorama do Cinema Mundial

Nota: 5,0

2 comentários:

  1. Eu curti. Case-se, tenha um caso e aprenderás a apreciar este filme.

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  2. Em primeiro lugar, eu acho no mínimo curioso quando a pessoa deixa um comentário sem assinar.

    Em segundo, para gostar de um filme não é necessário que eu esteja vivenciando o que é mostrado na tela. Afinal de contas, eu adoro O Silêncio dos Inocentes e nem por isso pratico o canibalismo. Ou seja, achei Que Mais Posso Querer fraco, e pronto. O filme mais famoso do Soldini, Pão e Tulipas, também lida com adultério e é belíssimo.

    A qualidade de um filme vai além do nosso próprio umbigo.

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