quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ensinando a Viver


John Cusack é um ator de primeira. Tê-lo no elenco de qualquer filme é uma espécie de selo de qualidade. O cara não apenas abrilhanta histórias que já seriam boas de qualquer modo – como Alta Fidelidade – como também eleva o nível de filmes que dificilmente sairiam do terreno da mediocridade sem ele. Exemplos não faltam, desde a comédia romântica Escrito nas Estrelas até o terror 1408. Quando se junta com a também ótima irmã Joan, então, é bom programa na certa. Pois são justamente os irmãos Cusack, dividindo a telona pela nona vez, o grande acerto de Ensinando a Viver.

John é David Gordon, um imaginativo escritor de livros de ficção científica que cresceu se sentindo como alguém que não pertencia a este planeta. Por trás da imagem de excêntrico que sempre o acompanhou, David é um solitário. Sua esposa morreu há dois anos, o que o deixou ainda mais retraído, a despeito de seu desejo reprimido de ser pai.

Tudo muda quando ele conhece Dennis, um órfão problemático que vive mergulhado em um mundo de fantasia onde ele seria um extraterrestre numa expedição de reconhecimento pela Terra. David imediatamente se identifica com o garoto e decide adotá-lo, porque acredita que somente ele será capaz de integrar Dennis ao mundo real. Mas é claro que conquistar o coração e a confiança do pequeno marciano não será tão fácil assim.

OK. Esse é mais um daqueles filmes fofos com mensagens edificantes sobre a importância de ter uma família e pessoas que te amem exatamente do jeito que você é. Confesso que não simpatizo muito com o estilo, o que só torna mais meritório para o filme o fato de eu ter gostado dele. É claro que a já citada presença de John & Joan Cusack contribui, e muito, mas o filme tem lá seus méritos. O roteiro é redondinho e bem-humorado e sabe tirar partido da boa química entre John e o garoto Bobby Coleman.

Pena que, mais uma vez, o título em português seja de uma falta de criatividade impressionante. Além, é claro, de sacrificar a ótima sacada do original Martian Child (criança marciana). Mas quem seria essa criança marciana, Dennis ou David? Um duplo sentido semelhante ao que ocorre em Um Grande Garoto. Não por acaso, ambos os filmes têm diversos pontos em comum.

Vale a pena dar uma espiada, nem que seja para descansar um pouco dos super-heróis.

Um comentário:

  1. Erika,

    Mas você não acha que o John merecia papéis melhores no cinema? Ele só tem feito papéis em filmes comerciais.

    Você já abriu o Movieclube do Adoro Cinema na Moviemobz? O site anda bem movimento. Acho que seria legal reunir mais cinéfilos por lá.

    Um abraço.

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