quinta-feira, 3 de julho de 2008

Kung Fu Panda


Kung Fu Panda é um filme bonitinho, não há como negar. A figura simpática do urso panda Po, que já vem sendo divulgada há um bom tempo, ajuda. Jack Black dando vida ao personagem ajuda mais ainda. A musiquinha dançante (Kung Fu Fighting) também gruda no ouvido. Enfim, o espectador já entra no cinema meio predisposto a gostar do que vai ver. E embora o roteiro não traga absolutamente nada de original, o filme, como um todo, é agradável de se assistir.

A trama vai pela velha linha do “você pode ser o que quiser se desejar o suficiente”. Neste caso, é um urso panda balofo e meio preguiçoso que sonha em ser um lutador de kung fu. Po trabalha no restaurante de seu pai (vale ressaltar que o pai é um pato), mas seus sonhos vão muito além de servir tigelas de macarrão. Apaixonado por artes marciais, tem como ídolos os guerreiros Tigresa, Garça, Macaco, Víbora e Louva-Deus, também conhecidos como os cinco furiosos, discípulos do famoso mestre Shifu. Quando a paz no vale é ameaçada pelo retorno de Tai Lung, ex-aluno de Shifu que se voltou para o mal, o mestre decide que é hora de escolher o profetizado guerreiro que irá defendê-los do traiçoeiro vilão. Para surpresa de todos, o escolhido não é um dos habilidosos discípulos e sim o desajeitado Po. A partir daí, ele tem que provar a todos e a ele mesmo que a seleção não foi um equívoco.

No geral, Kung Fu Panda é um filme mais direcionado para o público infantil. A situação inusitada do protagonista poderia render momentos hilários, caso o filme fosse fundo na linha do escracho. Não vai. A abordagem lembra a de Babe, o Porquinho Atrapalhado. Até mesmo o argumento é bastante parecido: uma criatura inconformada com o destino reservado a ela e que ousa sonhar com algo totalmente fora de seu alcance. E que, de tanto acreditar, acaba alcançando. Já o vilão Tai Lung parece inspirado num velho conhecido dos cinéfilos: o melhor e mais habilidoso dos guerreiros que, consumido pelo orgulho, se volta para o mal e trai o mestre que o ama como um filho. Ou seja, uma versão felina do Anakin Skywalker.

O ponto alto de Kung Fu Panda são os talentos vocais por trás da animação, principalmente nas vozes de Jack Black como Po e Dustin Hoffman como o mestre Shifu. As cenas entre os dois personagens, aliás, são de longe as melhores. Destaque para a seqüência de treinamento motivada a comida, em especial a hilária disputa pelo último bolinho. Também Ian McShane empresta credibilidade ao vilão Tai Lung, enquanto Lucy Liu, Angelina Jolie e Jackie Chan parecem figurar no elenco mais para dar prestígio ao filme do que por qualquer outro mérito interpretativo.

Noves fora, é boa diversão. Mas só isso.

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