quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Amazônia 3-D


Não sei o que causa mais espanto: este filme abrir o Festival do Rio ou ter sido o longa de encerramento do Festival de Veneza. Amazônia é mais uma bela coleção de imagens do que um filme propriamente dito. OK, Thierry Ragobert fez vários registros deslumbrantes da natureza e captou flagrantes incrivelmente próximos de animais selvagens em seu habitat natural; OK, o macaco protagonista é uma gracinha; mas, feitas essas louváveis ressalvas, não sobram outros atrativos que justifiquem e sustentem uma hora de vinte minutos de projeção.

O roteiro é um fiapo de história: um pequeno avião que trafica animais sabe-se-lá para onde cai na floresta amazônica e um macaco-prego sobrevive e se solta de sua jaula (aliás, é libertado por outro animal). A partir daí, o filme acompanha suas peripécias na floresta: ele tem que aprender a se alimentar, fugir dos predadores, buscar outros de sua espécie, etc. Intercalam-se às cenas do macaquinho muitas tomadas da floresta e da vida in natura, mas o problema é que é tudo muito entediante. Mesmo os documentários da National Geographic ou o Globo Repórter conseguem entreter melhor o espectador, já que este filme aqui é puro visual e nem narração possui. Tampouco empolga como obra de ficção, já que para isso precisaria haver uma trama mais palpável. Além disso, o 3D é ineficiente e chega a atrapalhar em diversas cenas, que ganham um ar artificial demais.

Para completar, os dez minutos finais apresentam uma lição bem didática de consciência ecológica. Outras produções feitas anteriormente – como A Marcha dos Pinguins, por exemplo – já mostraram que um filme pode passar uma mensagem e, ao mesmo tempo, ser um produto atraente e emocionante. Infelizmente, não é o caso deste. Se você, caro leitor, não for um aficionado por natureza ou ativista da causa ecológica, é melhor esquecer.

Filme de abertura


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