sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Night Moves


Night Moves é um filme que possui diversas qualidades, mas também inúmeros pontos fracos. A história acompanha três ativistas ambientais que planejam explodir uma represa e as futuras consequências dessa decisão. Mas não à maneira dos filmes policiais, onde o que está em jogo é ser ou não apanhado pelo delito, e sim pelo lado psicológico. O filme mostra como pessoas diferentes lidam de modo diverso com situações de risco e como uma consciência culpada acaba denunciando mais do que qualquer pista deixada. A trama é centrada em Josh, personagem de Jesse Eisenberg, e em como suas convicções vão sendo minadas à medida que Dena, uma das participantes do ato, começar a perder o equilíbrio.

A primeira metade do filme é muito boa, com uma tensão que cresce a cada instante. Primeiro, existe o suspense da realização do atentado em si; depois, a tensão causada pelo clima claustrofóbico que se cria conforme a paranoia vai se instalando em Josh. E grande parte do mérito é de Jesse Eisenberg, que finalmente deixa de lado os cacoetes de nerdatrapalhado que vinha apresentando em todos os seus personagens e entrega a uma interpretação madura, interiorizada e bastante convincente. O problema é que a segunda metade do filme não consegue manter a história nos trilhos e começa a abusar de soluções apressadas, até culminar em um desfecho decepcionante. A impressão que fica é a de que a diretora Kelly Reichart, também uma das autoras do roteiro, teve um compromisso de última hora e terminou o filme às pressas.

Este é um dos filmes que desembarcaram aqui no Rio vindos diretamente do Festival de Veneza. Na bagagem, ainda vem a atriz Dakota Fanning – que participa da sessão de gala que acontece amanhã à noite no Cine Odeon, embora seu personagem seja bem coadjuvante. Fazendo uma média das partes boas e ruins, o filme fica no patamar do razoável.

Mostra Panorama



Nenhum comentário:

Postar um comentário