quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meu encontro com Tom Cruise


Eu sei que não é exatamente um encontro quando a pessoa em questão está a uns cinco metros e separada de você por uma cordinha de isolamento, mas eu não podia perder a chance de usar esse título. A real é que eu estive ontem no Copacana Palace, na coletiva de imprensa que Tom Cruise concedeu à imprensa brasileira. O ator veio ao Rio de Janeiro para promover seu novo longa, Operação Valquíria, e conversou durante quarenta minutos com repórteres que vieram de todos os cantos do país.

Depois de posar para fotógrafos, Tom adentrou a sala pontualmente às duas da tarde e falou durante quarenta minutos. O assunto principal foi o novo filme – em que ele interpreta um alto oficial nazista que comanda um ousado plano para assassinar Hitler –, mas também houve espaço para suas impressões a respeito da cidade, brincadeiras e até mesmo um inusitado momento de tietagem explícita. Depois de ser anunciado por um porta-voz da Fox, o moço do sorriso bonito entrou na sala acompanhado de um tradutor e iniciou a conversa agradecendo o carinho que todos os brasileiros têm demonstrado por sua filha Suri. Aliás, um assunto recorrente em seu discurso era a preocupação com as crianças, o público infantil e o exemplo dado a elas. Coisas de sua fase pai de família.

Respondendo a uma das perguntas iniciais, Tom destacou a afinidade com o diretor Bryan Singer e afirmou que, neste filme, toda a equipe estava unida no sentido de suscitar não só o interesse do público, mas também de buscar um resultado diferente e inesperado. O ator afirmou mais de uma vez seu amor pelo que faz e garantiu que se empenha para sempre entregar o melhor possível de si. Sobre seus personagens preferidos, disse considerar cada personagem que faz como o personagem da sua vida. Mas confessou ter um carinho especial por seus trabalhos em Top Gun (por gostar de voar) e O Último Samurai (devido ao intenso treinamento em artes marciais e estudo da cultura japonesa). Em Operação Valquíria, longa produzido por ele, Tom diz ter realizado um antigo sonho:

“Sempre admirei clássicos de ação, como A Grande Escapada, e queria fazer um filme moderno, mas que tivesse essa visão clássica, de filme de época. O filme não é um documentário, é claro, mas nós queríamos fazer um thriller e ao mesmo tempo passar esse espírito da resistência alemã e eu acho que o roteirista (o oscarizado Christopher McQuarrie, de Os Suspeitos) foi muito meticuloso nesse sentido.”

Tom declarou, ainda, que costuma trabalhar sempre respeitando bastante os roteiros e que, mesmo quando cria algo, isso acontece como um processo natural a partir do que está escrito no roteiro. Suas declarações também sempre evidenciavam certa preocupação em ressaltar o filme como um trabalho de toda a equipe. Sobre as dificuldades criadas pelo governo alemão para autorizar a filmagem em algumas localidades históricas, o astro minimizou os problemas e elogiou a boa acolhida que recebeu tanto do povo alemão quanto dos órgãos oficiais. Disse que vem lidando com controvérsias ao longo dos seus vinte e cinco anos de carreira e que as capas de revistas costumam aumentar contratempos de pequena importância, o que teria se tornado especialmente incontrolável com a rapidez da internet. E, parecendo considerar o disse-me-disse como efeito colateral de seu trabalho, concluiu: “Eu vivo sob um microscópio, as pessoas querem saber”.

Sobre seu personagem em Operação Valquíria, o ator se mostrou especialmente empolgado com o fato de interpretar um personagem histórico. Segundo ele, um herói bem diferente dos que está acostumado a interpretar. Também contou que não conhecia a trama antes de se envolver no projeto e que acha que o filme é um bom modo de divulgar a história das pessoas que fizeram resistência a Hitler dentro de seu próprio governo. E concluiu confessando o quanto o personagem lhe trouxe de realização pessoal:

“Desde criança eu odeio nazistas. Quer dizer, acho que todo mundo odeia Hitler. E eu tive a satisfação pessoal de quase matá-lo em um filme. Eu sempre me interessei por História e um filme como esse traz a possibilidade olhar para esses fatos através dos olhos de outra pessoa.”

O clima ficou ainda mais descontraído quando um jornalista perguntou a Tom se, durante o período de produção do longa, ele algumas vezes se comportou com o diretor Bryan Singer da mesma forma que seu personagem em Trovão Tropical, um chefão de estúdio insensível e casca-grossa. O ator deu boas risadas e garantiu que, como produtor, não se parece nada com tal personagem. A essa altura, o astro começou a brincar com a ansiedade dos repórteres para tentar fazer uma pergunta (muitas mãos levantadas para poucos microfones): “As pessoas estão acenando ali. Está tudo bem ou tem alguma coisa pegando fogo?”. Foi quando um jornalista que finalmente conseguiu fazer uso do disputado microfone aproveitou para, após uma longa introdução sobre seu sobrinho que seria fã da série Missão Impossível, se aventurar a pedir: “Eu prometi a ele que ia tirar uma foto com o Ethan Hunt. Posso?”. A concordância do ator empolgou uma moça na primeira fila a pegar carona na interrupção, para desespero do segurança que a seguia dizendo “senhora, volte para o seu lugar”.

É, minha gente. Não se pode subestimar o poder de sedução de um astro de primeira grandeza, mesmo num ambiente onde apenas profissionais da imprensa estavam presentes. O encontro encerrou-se, como não podia deixar de ser, com uma pergunta sobre as impressões de Tom sobre o Brasil e a possibilidade futura de filmar aqui. O ator não economizou nas gentilezas:

“Claro, sem dúvida nenhuma. Aqui tudo é lindo: a música, as pessoas, as paisagens belíssimas. E eu adoraria voltar para filmar aqui.”

Então está combinado, Tom. Até a próxima.

Tom posa para fotos antes da coletiva

Eu na sala de conferências (maldito flash que sempre me faz piscar)

Criativo vendedor ambulante que achou um modo de faturar com a estadia de Tom Cruise

2 comentários:

  1. O filme é OK, nada muito além disso. Darei mais detalhes no meu texto sobre ele, semana que vem.

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