sexta-feira, 20 de março de 2009

Alma Perdida


Existe coisa mais entediante no cinema atual do que remakes de filmes de terror made in Oriente? Por incrível que pareça, existe sim. Um roteiro original (?) que parece remake de um filme de terror oriental. Assim é Alma Perdida, filme de terror óbvio, repetitivo e que não assusta nem um pouco. Está certo que atualmente pouca coisa se salva no gênero, mas o longa consegue fracassar até mesmo em seguir velhas fórmulas. O título em português também ajuda na sensação de repetição, já que o título original The Unborn (o não-nascido) acaba sendo a única coisa realmente instigante da fita.

Casey Beldon é uma jovem de 19 anos que começa a ter estranhos pesadelos com um garotinho de aspecto malévolo. Logo, pessoas à sua volta começam a ser atacadas e ela percebe que deve buscar as respostas na aparente loucura de sua mãe, que se suicidou quando ela era menina. Com a ajuda do rabino Sendak, ela descobre que sua família vem sendo perseguida por um dybbuk (espírito maligno do folclore judaico) e que a raiz do problema está em um garotinho morto durante a segunda guerra mundial.

A trama parte de um argumento que poderia ser bastante interessante, caso soubesse tirar partido de explorar a lenda do dybbuk ao invés de apenas jogar a informação da tela como uma explicação apressada para o que está acontecendo com a protagonista. O roteiro não esboça o mínimo desenvolvimento do tema, o que faz com que, no final das contas, não faça a mínima diferença que tipo de criatura assombra Casey. Conforme a história avança, os sustos ficam cada vez mais óbvios e as explicações cada vez menos coerentes (até o Dr. Menguele entra na jogada). Até desembocar num clímax que beira o ridículo, com direto a exorcismo com tradução simultânea.

Para piorar o que já não é bom, o roteiro se apóia quase exclusivamente na personagem Casey, interpretada de modo incrivelmente monótono por Odette Yustman. Cam Gigandet, um dos vampiros maus de Crepúsculo, é quem encarna o namoradinho igualmente sem sal. Eu me pergunto quando é que os produtores de elenco dos filmes de terror vão deixar em segundo plano o teste da calcinha (a mocinha sempre aparece levantando da cama de camiseta justa e calcinha, sempre!) e dar um mínimo de atenção aos dotes interpretativos. Afinal de contas, não deve ser impossível encontrar uma atriz jovem e bonitinha que saiba expressar medo de forma convincente. Posto isso, dá pena ver um ator bom como Gary Oldman tentando fazer a sua parte. Mas todos nós temos contas a pagar, não é verdade?

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